“Não temos pacto” com o PSDB em Minas, diz Eduardo Campos
Fernando Rodrigues
Tese da candidatura própria do PSB no Estado ganha força
Para o tucano Aécio Neves, aliança local ainda está em vigor
O pré-candidato do PSB a presidente da República, Eduardo Campos, negou nesta 5ª feira (22.mai.2014), em Natal, que exista um pacto entre o seu partido e o PSDB para apoiar a eleição do tucano Pimenta da Veiga para suceder ao governador Antonio Anastasia em Minas Gerais, em troca do apoio à eleição do pessebista Paulo Câmara ao governo de Pernambuco.
Indagado sobre sua posição na sucessão mineira, Campos afirmou: “A aliança que podemos ter com alguns partidos em alguns Estados é da dinâmica de cada Estado. Não se trata de pacto. Absolutamente não temos pacto. O nosso pacto é fazer uma campanha limpa, propositiva e respeitar a dinâmica de cada Estado”. A declaração ocorreu durante uma entrevista coletiva à imprensa no Rio Grande do Norte.
O pré-candidato tucano a presidente da República, Aécio Neves, tem visão diversa sobre a relação PSDB-PSB em Minas. Aécio falou sobre o assunto ao programa “Poder e Política”, do UOL e da ''Folha'', na 3ª feira (20.mai.2014): “Vale o entendimento que nós fizemos dessa aliança do PSB com o PSDB em Minas Gerais”.
Aécio diz tomar como base “as últimas conversas” que teve com Eduardo Campos. Segundo o tucano, uma ruptura no Estado “não seria natural” e penalizaria o próprio PSB, que teria “dificuldade” para eleger deputados e senadores fora da aliança com o PSDB. Assista à declaração de Aécio abaixo.
Em Natal, Campos descreveu o momento político do PSB mineiro. Disse que parte da legenda ainda defende a aliança com os tucanos, mas o conjunto de forças que pede uma candidatura própria é “o que mais cresce”. Segundo ele, o nome com mais chance de encabeçar a chapa é o do deputado federal Júlio Delgado.
A candidatura própria em Minas é importante para Campos ter palanque próprio no segundo maior colégio eleitoral do país. Também serviria para fortalecer o engajamento dos militantes da Rede, de Marina Silva, que rejeita alianças estaduais com os tucanos.
Campos e Aécio chegaram a ensaiar uma aproximação no início do ano e apareceram juntos em várias fotos, mas o namoro parece ter chegado ao fim.
O motivo é simples: em um eventual segundo turno com Dilma Rousseff, hipótese que os próprios petistas consideram muito provável, a oposição terá apenas uma vaga –a ser ocupada pelo tucano ou pelo pessebista.
(Bruno Lupion)
P.S. (19h – 23.mai.2014): Também pleiteia a candidatura ao governo de Minas pelo PSB o ambientalista Apolo Heringer Lisboa, integrante da Rede, de Marina Silva.