Taxa de reeleição de governadores em 2014 deve se manter na média histórica
Fernando Rodrigues
61% dos candidatos que disputam novo mandato devem ser eleitos
Desde que a reeleição entrou em vigor, taxa média de sucesso é de 64%
O desempenho dos governadores que tentam se reeleger neste ano deverá ficar na média histórica desde que o instituto da reeleição passou a vigorar, em 1998. Têm chances de serem eleitos 11 dos 18 governadores que disputam um novo mandato, taxa de sucesso reeleitoral de 61%. O cálculo considera o melhor cenário para os partidos no segundo turno, com os candidatos em primeiro lugar isolados ou em empate técnico.
A taxa de reeleição média de 1998 a 2014 é de 64%, com 61 vitórias e 95 tentativas no período, também considerado o melhor cenário para este ano. Esse resultado coloca em dúvida a tese de que governadores com a máquina do Estado são virtuais vencedores. Em mais de um terço dos casos, quem tenta a reeleição, perde.
O pleito de 2002 foi o mais difícil para os governadores que buscaram renovar seus mandatos. Naquele ano, a taxa de reeleição foi de 56% (9 vitórias de 16 tentativas). A eleição seguinte, em 2006, registrou o melhor desempenho: 70% dos que tentaram um novo mandato se saíram vitoriosos (tabela abaixo).
Entre os grandes partidos, o PSDB registra a melhor taxa de sucesso na reeleição: 81%. O cálculo já inclui o melhor cenário para este ano.
O PMDB, legenda com maior número de governadores que tentaram renovar o mandato desde 1998, tem o segundo melhor desempenho, com taxa de sucesso de 69%.
O PT e o PSB apresentam resultados idênticos. Ambos têm 7 governadores reeleitos de 12 tentativas cada um, taxa de 58% (tabela abaixo).
Como os números ainda são pequenos e há poucas eleições para serem analisadas, não é correto interpretar esses dados como uma tendência definida. Será necessário aguardar mais alguns ciclos eleitorais antes de afirmar que alguns partidos têm mais facilidade (ou dificuldade) para reeleger seus governadores.
O levantamento também indica que a reeleição é sensivelmente mais difícil para os vices que assumiram o mandato após a renúncia do governador (por licença, cassação ou morte). A taxa de sucesso nesse grupo é de apenas 40% (8 vitórias em 20 tentativas).
Neste ano, 6 ex-vices disputam a reeleição. Jackson Barreto (PMDB), em Sergipe, ganhou no primeiro turno. Luiz Fernando Pezão (PMDB), no Rio, e Chico Rodrigues (PSB), em Roraima, foram ao segundo turno liderando as pesquisas.
No Amazonas, José Melo (Pros) está no segundo turno, mas o oposicionista Eduardo Braga (PMDB) lidera isolado. E, no Tocantins, Sandoval Cardoso (SDD) perdeu no primeiro turno para Marcelo Miranda (PMDB).
Abaixo, a tabela com todos os governadores reeleitos desde 1998.
Chamam a atenção os casos de governadores que tentam a reeleição e perdem sem sequer passar ao segundo turno. Este ano houve 4 desses eventos de políticos fracassados nas urnas: Agnelo Queiroz (PT) no Distrito Federal, Renato Casagrande (PSB) no Espírito Santo, Zé Filho (PMDB) no Piauí e Sandoval Cardoso (SDD) no Tocantins –nos 3 últimos exemplos, a eleição acabou no primeiro turno.
Mais raros ainda são os casos em que há segundo turno e o governador que tenta a reeleição fica de fora, como ocorreu com Agnelo. O petista é o terceiro exemplo do gênero na história brasileira. O primeiro ocorreu em 2006, no Rio Grande do Sul, quando Germano Rigotto (PMDB) era governador e ficou em terceiro. Yeda Crucis (PSDB) terminou em primeiro lugar e o Olívio Dutra (PT), em segundo. Yeda venceu no segundo turno. Em 2010, Pedro Paulo (PP) governava o Amapá e também ficou em terceiro lugar, fora do segundo turno. O primeiro colocado foi Lucas Barreto (PTB) e o segundo, o Camilo Capiberibe (PSB). Capiberibe venceu no segundo turno.
(Bruno Lupion)
O blog está no Twitter e no Facebook.