Brasília festeja, mas ainda demora para Cuba virar “China do Caribe”
Fernando Rodrigues
Dilmistas acham que fim do embargo dos EUA ajudará economia brasileira
Mas a decisão dos EUA depende também do Congresso norte-americano
Maioria republicana deve ser obstáculo para Barack Obama em 2015
A decisão do governo dos Estados Unidos a respeito de acabar o bloqueio contra Cuba foi festejado em Brasília por integrantes da administração dilmista, mas todos sabem que o efeito prático ainda demora a ser sentido.
No caso, o efeito que se espera é algum benefício econômico para o Brasil pelo fato de sucessivos governos em Brasília terem mantido relações amistosas com Cuba.
O governo brasileiro sob o comando do PT, por exemplo, foi o grande incentivador e financiador do porto cubano de Mariel. Cuba é um país-ilha com mais de 1.000 km de extensão, estrategicamente bem posicionado e com enormes potenciais econômicos.
Mas vai demorar até Cuba se tornar uma espécie de “China do Caribe”, ajudando a si própria e funcionando como motor desenvolvimento da América Latina.
Em resumo, a decisão dos EUA é positiva porque, como o próprio presidente Barack Obama disse, o embargo norte-americano nunca teve a eficácia desejada. Tal tipo de medida não combina com o século 21.
Só que o fim das restrições entre EUA e Cuba será um processo longo e com desfecho ainda sem prazo definido –até porque o Congresso norte-americano será dominado pelos republicanos a partir de 2015. Como quem propõe a derrubada do embargo é Obama, democrata, o caminho não será dos mais fáceis.