Rui Falcão diz que nota sobre Delcídio agradou militância petista
Fernando Rodrigues
Presidente do PT desincumbiu sigla de prestar solidariedade
Senadores acharam que nota teve tom inconveniente
Documento acelerou manutenção de Delcídio na cadeia
O presidente nacional do PT, Rui Falcão, disse que sua nota oficial sobre a prisão ontem (25.nov.2015) do senador Delcídio Amaral (PT-MS) agradou a militância da legenda.
Em Brasília, no governo e no Congresso, houve reações contrárias à nota de Falcão. Senadores de oposição e governistas são unânimes em dizer ao Blog que o comunicado serviu para acelerar o processo de votação no qual Delcídio foi mantido preso –com o Senado acatando uma decisão anterior do STF.
A lógica foi simples: se o PT está abandonando Delcídio, por que tentar soltá-lo e arcar com o custo político dessa operação. O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), chegou a dizer que a nota de Rui Falcão era “oportunista e covarde”.
O presidente nacional petista fez na manhã desta 5ª feira (26.nov.2015) a seguinte avaliação: “A militância achou importante o posicionamento do partido na nota, por deixar claro que as atitudes atribuídas ao senador Delcídio Amaral não tem relação com o PT”.
E sobre Renan Calheiros ter classificado a nota de “oportunista e covarde”? E sobre a bancada de senadores do PT ter criticado o comunicado? Rui Falcão diz que não vai comentar.
Leia a seguir a íntegra da nota oficial de Rui Falcão, emitida ontem (25.nov.2015), às 17h50:
O presidente Nacional do PT, perplexo com os fatos que ensejaram a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de ordenar a prisão do Senador Delcídio do Amaral, tem a dizer o seguinte:
1- Nenhuma das tratativas atribuídas ao senador têm qualquer relação com sua atividade partidária, seja como parlamentar ou como simples filiado;
2- Por isso mesmo, o PT não se julga obrigado a qualquer gesto de solidariedade;
3- A presidência do PT estará convocando, em curto espaço de tempo, reunião da Comissão Executiva Nacional para adotar medidas que a direção partidária julgar cabíveis.
Brasília, 25 de novembro de 2015
Rui Falcão