Ministério Público aciona mais de 2.000 prefeitos para exigir transparência
Fernando Rodrigues
Muitas cidades e Estados continuam sem cumprir a lei…
…embora ranking de acesso em 2016 tenha alguns avanços
Roraima, Bahia e Acre registram os piores desempenhos
Espírito Santo, Ceará e Rondônia tiveram nota máxima
Mato Grosso do Sul teve a melhor evolução em transparência
O Ministério Público Federal anunciou ontem (8.jun.2016) que vai acionar 2.109 gestores públicos, entre prefeitos e governadores, por não cumprirem o que determinam as leis de transparência no país. A decisão foi tomada a partir de um estudo sobre como as cidades e os Estados oferecem (ou não) acesso a dados públicos.
Numa escala de 0 a 10, o 2º Ranking Nacional da Transparência de 2016 registrou uma média de 5,14, segundo relatório divulgado pelo Ministério Público Federal.
O índice nacional anterior, produzido em dezembro de 2015, havia registrado 3,92.
As informações são da repórter do UOL Gabriela Caesar.
O Ministério Público diz que a iniciativa de mapear e expor o grau de transparência no Brasil ''conseguiu, em apenas seis meses, elevar em 31% o índice nacional''. O resultado foi considerado ''bastante expressivo'', sobretudo porque ainda ''não traduz os efeitos positivos que ainda virão com a segunda divulgação do ranking e a propositura das ações civis públicas''.
No ano passado, em 2015, o Ministério Público apenas divulgou os resultados apurados. Agora, 6 meses depois, além de publicar o ranking da transparência no país, prefeitos e governadores serão acionados judicialmente nos casos em que as leis não estejam sendo cumpridas.
''Como nem todas as recomendações foram cumpridas, 2.109 ações civis públicas foram propostas em todo o país para forçar os gestores que ainda insistem em descumprir a legislação'', informa o Ministério Público.
O levantamento checa se os 26 Estados, o Distrito Federal e os 5.567 municípios cumprem as exigências legais e boas práticas no acesso e na divulgação de informações públicas. Trata-se de verificar se os entes da Federação oferecem acesso facilitado a dados públicos, uma ferramenta considera vital no combate à corrupção.
Entre os Estados, o ranking indica um mau desempenho de Roraima, Bahia e Acre. Os 3 pioraram na última avaliação em comparação com a primeira. Já Mato Grosso do Sul subiu de 1,40 para 9,10, uma alta de 550%.
Eis a comparação entre os índices de 2015 e 2016 para cidades, capitais e Estados e Distrito Federal (clique na imagem para ampliar):
Como se observa no nível de transparência nas capitais do país, o último lugar ficou com Campo Grande (MS), mesmo sendo a capital do Estado que apresentou a maior evolução no ranking estadual.
Lideram como capitais mais transparentes Porto Alegre (RS), Florianópolis (SC), Curitiba (PR) e Recife (PE).
Quando são considerados todos os municípios, de maneira agregada, Santa Catarina lidera. Em seguida vêm Distrito Federal e o Rio Grande do Sul.
O destaque do ranking foi a melhora em transparência no Piauí: de 0,88 para 4,16 (aumento de 371,8%).
Maranhão, Alagoas e Amapá abrigam os governos municipais com os piores resultados.
Leia aqui o relatório completo do ranking de 2016.