Conheça a evolução e queda do PT em grandes centros urbanos em duas décadas
Fernando Rodrigues
Partido de Lula chegou a 25 prefeituras relevantes em 2008
Agora em 2016, pode cair para menos de 5 após o 2º turno
Partido mais regular nas principais cidades tem sido o PSDB
O Brasil tem mais de 5.000 cidades, mas as que contam para valer nas projeções políticas para 2018 são as 26 capitais e as que têm mais de 200 mil eleitores. Esses municípios formam o G93, um universo que abriga 38% de todos os eleitores do país.
Nesse tabuleiro de grandes centros urbanos, o PT sofreu sua pior derrota em 20 anos. A sigla de Luiz Inácio Lula da Silva tem hoje 13 prefeitos nessas cidades do G93. No 1º turno, manteve apenas uma: Rio Branco, capital do Acre. Disputa em outras 7 no 2º turno, com chances reais de eleger mais 3 ou 4 prefeitos.
Em 2008, no auge do lulismo, o PT chegou a ter 25 prefeituras grandes. Os centros urbanos sempre foram o forte do partido quando começou a caminhada de Lula para o Palácio do Planalto, ainda em 2000, ano em que Marta Suplicy (então filiada à legenda) conquistou a cidade de São Paulo.
Para entender o que se passa com o petismo no G93, a tabela a seguir mostra de maneira didática a trajetória de legenda nessas cidades. O PT, que já esteve na primeira colocação, hoje fica apenas no 8º lugar quando se consideram os resultados de ontem (2.out.2016), no 1º turno das eleições municipais.
Eis a síntese de cada partido no G93 (clique na imagem para ampliar ou aqui para ler em PDF):
Como se observa, entre as siglas de grande porte, o PSDB é o partido que apresentou até hoje mais estabilidade nos últimos 20 anos no G93. Os tucanos passaram por um período de vacas magras durante mais de uma década de lulopetismo, mas nunca deixaram de figurar entre os “top 3” da tabela.
Também merece menção neste ano de 2016 o desempenho do PSB, que elegeu prefeitos em duas grandes cidades e vai ao 2º turno em outras 9. Ou seja, no limite pode chegar a 11.
O PSB é uma legenda que tem um papel importante reservado para daqui a 2 anos. Essa tem sigla sido a aliada prioritária do PSDB paulista nos últimos anos. É cada vez mais plausível uma aliança entre o governador de São Paulo, o tucano Geraldo Alckmin, com o PSB na corrida presidencial de 2018.
Outros partidos médios com desempenho acima de suas médias históricas no G93 são o PSD (de Gilberto Kassab), o PPS (que apoia o governo Michel Temer e ocupa o Ministério da Defesa, com Raul Jungmann) e o PDT (sigla que se mantém na oposição ao Planalto). Essas 3 legendas, no limite (com resultados positivos no 2º turno), podem chegar cada uma a 9 prefeituras cada uma no G93.
A seguir, as tabelas com os resultados finais nas 26 capitais e nas 67 cidades com mais de 200 mil eleitores, com as indicações de quais terão 2º turno em 30 de outubro (clique nas imagens para ampliar e aqui/capitais e aqui/67 cidades para ler em PDF):