Segundo turno deve confirmar encolhimento do PSB nos governos estaduais
Fernando Rodrigues
Partido tem hoje 5 governadores e ficará com 2 ou 3 a partir de 2015
No Congresso, desempenho foi oposto; número de cadeiras do PSB cresceu 46%
O PSB terminará as eleições deste ano com um desempenho irregular quando comparado o resultado na disputa aos governos estaduais às cadeiras obtidas no Congresso Nacional.
O partido governa hoje 5 unidades da Federação e, a partir de 2015, deverá comandar apenas 2 ou 3.
O PSB venceu 1 disputa estadual no primeiro turno, em Pernambuco, onde elegeu Paulo Câmara com o apoio decisivo da família de Eduardo Campos (1965-2014) e da comoção gerada por sua morte trágica.
A vitória pessebista também se desenha no Distrito Federal, onde Rodrigo Rollemberg está 14 pontos percentuais à frente de Jofran Frejat, do PR. Na Paraíba, o governador Ricardo Coutinho, do PSB, está em primeiro lugar, em empate técnico com o tucano Cássio Cunha Lima.
O panorama é negativo para o PSB no Espírito Santo, onde o governador pessebista Renato Casagrande perdeu no primeiro turno para Paulo Hartung, do PMDB. Situação parecida ocorre no Amapá, onde o governador Camilo Capiberibe (PSB) caminha para perder a eleição para Waldez Goés (PDT), apoiado pela família Sarney e em primeiro lugar na pesquisa mais recente com vantagem de 32 pontos percentuais.
Em Roraima, hoje governado por Chico Rodrigues (PSB), a candidata oposicionista, Suely Campos (PP), lidera isolada e sairia vitoriosa se as eleições fossem hoje (tabela abaixo).
O encolhimento do PSB nos Executivos estaduais ocorre ao mesmo tempo em que o partido fez sua bancada no Senado crescer de 4 para 7 cadeiras e, na Câmara, de 24 para 34 –aumento de 46% no Congresso.
O desempenho irregular mostra o cobertor curto do partido para implementar seu plano de expansão. O projeto presidencial de Eduardo Campos mobilizou recursos e energias da legenda ao longo de 2013 e 2014 e acabou abalado pela sua morte e a ascensão de Marina Silva à cabeça de chapa, que havia se filiado ao PSB de forma transitória.
No Legislativo, o robusto crescimento do PSB e seu recente apoio à candidatura do tucano Aécio Neves desenham dois caminhos para 2015. Se Dilma Rousseff for reeleita, encontrará nos pessebistas uma oposição renitente. Caso Aécio saia vitorioso das urnas, o PSB será ponto de apoio fundamental da base governista e credenciado a assumir ministérios importantes de um futuro governo tucano.
(Bruno Lupion)