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Elite do Conselhão dá até julho de 2017 para Temer aprovar reformas
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Fernando Rodrigues

Enquete com empresários mostra Planalto com prazo exíguo

BRASÍLIA, DF, BRASIL, 21-11-2016: Presidente Michel Temer preside a reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), no Palácio do Planalto. Foto: Sérgio Lima/Poder 360.

Michel Temer preside a reunião do Conselhão, no Palácio do Planalto

Pesos-pesados do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, o Conselhão, avaliam que o presidente Michel Temer tem até o primeiro semestre de 2017 –um pouco mais, um pouco menos– para conseguir as reformas econômicas necessárias para a retomada do crescimento do país.

Esta reportagem é do Poder360.

O Poder360 fez perguntas a 38 integrantes do CDES nesta 2ª (21.nov) sobre perspectivas econômicas. A média das projeções aponta para uma queda da taxa Selic dos atuais 14% para 11,5% no fim de 2017. Os entrevistados também acreditam num crescimento do PIB de 1,3% e o dólar a R$ 3,33 no fim do próximo ano.

O cenário contrasta com estimativas oficiais do próprio governo. Na 2ª feira, enquanto o Conselhão ainda se reunia, o Ministério da Fazenda cortou de 1,6% para 1% a previsão de crescimento do PIB em 2017.

A elite do Conselhão é dura a respeito do prazo disponível para Michel Temer convencer o Congresso a aprovar reformas como da Previdência Social. “O governo tem de 3 a 4 meses”, afirma João Carlos Marchesan, presidente do conselho de administração da Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos).

Armando Valle, presidente do conselho de administração da Eletros e vice-presidente da Whirpool, diz não acreditar que a economia do Brasil entre em colapso. Afirma, entretanto, que “o Congresso precisa aprovar o quanto antes o pacote de ajustes”. Para ele, quanto mais tarde fizer, mais lenta será a recuperação.

João Martins, presidente da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), faz coro: “O governo tem até o 1º semestre de 2017. A reforma prioritária deveria ser a política”.

Outros representantes de setores de peso compartilham a idéia sobre o prazo: José Carlos Martins, presidente da CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção); Marcos De Marchi, presidente do conselho diretor da Abiquim (Associação Brasileira da Indústria Química) e Deusmar Queirós, presidente da rede Pague Menos.

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Para Robson Andrade (presidente da CNI), Michel Temer tem até outubro de 2017 para aprovar as reformas. Já o presidente do conselho da Telefônica, Eduardo Navarro, estende um pouco mais o prazo: “Acho que até o último trimestre de 2017”.

No evento de posse do Conselhão, a apresentação do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, agradou aos novos integrantes. A necessidade de redução da despesa pública foi o foco da apresentação do ministro.

Segundo Meirelles, de 2007 a 2015 a despesa primária do governo cresceu 56% em termos reais, o triplo da elevação do PIB (18%).

“Nos últimos anos, a política econômica tentou promover um crescimento acima do potencial, e os custos dessas medidas foram transferidos para o Tesouro Nacional.”

O ministro disse que esse crescimento decorre, basicamente, de Previdência, gastos sociais, educação, saúde e subsídios. Para ele, é necessário reduzir a rigidez do orçamento, e desvincular e desindexar o gasto público.

Nesse cenário, o ministro destacou que o foco é a contenção permanente das despesas e aumento temporário da receita, como o programa de repatriação, receitas de privatização e outorgas.

Dos 38 integrantes, 6 responderam sob condição de não serem identificados nominalmente. Eis as respostas dos outros 32:

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Se efetivado, Temer manterá integrantes alinhados a Dilma no Conselhão
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Fernando Rodrigues

Pelo menos 4 conselheiros são contrários ao governo Temer

Se quiserem sair, terão de pedir formalmente ao governo

Nenhuma manifestação foi registrada até o momento

Colegiado será reativado após a votação do impeachment

A presidenta Dilma Rousseff participa do evento Diálogo com os Movimentos Sociais, no Palácio do Planalto (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

Dilma Rousseff participa de evento ao lado de Vagner Freitas (CUT) e Carina Vitral (UNE) no Planalto

O governo do presidente interino, Michel Temer, vai manter a estrutura do CDES (Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social) caso o peemedebista seja efetivado no Palácio do Planalto.

O colegiado, também conhecido como Conselhão, é composto por 92 membros, nomeados em 28.jan.Pelo menos 4 deles participam abertamente de protestos contra o governo interino. O número de conselheiros é estabelecido por uma lei e a intenção é mantê-lo.

As informações são do repórter do UOL Luiz Felipe Barbiéri.

Simpatizantes do governo petista, os presidentes da UNE (União Nacional dos Estudantes), Carina Vitral, da Ubes (União Brasileira dos Estudantes), Camila Lanes, da CUT, Vagner Freitas e da CTB, Adilson Araújo, têm assentos garantidos.

O Planalto diz que as trocas na composição do Conselhão vão depender de manifestações individuais dos próprios integrantes. Mas eventuais renovações seriam naturais, na opinião de integrantes do governo.

“(…) como se trata de um órgão de assessoramento ao presidente, é natural que haja alguma renovação ao longo do mandato”, explica a assessoria do CDES em resposta a perguntas do Blog. Nenhum conselheiro pediu formalmente para deixar o órgão até o momento.

A assessoria de Freitas disse que o sindicalista vai definir sua participação no grupo após o desfecho do processo de impeachment no Senado.

Araújo não descarta a participação da CTB. “Depois de votado o impeachment, tudo é conversado. No momento, não reconhecemos o governo Temer”, afirmou. As assessorias da UNE e da Ubes não responderam aos contatos por telefone.

A 1ª reunião do Conselhão será realizada após a votação do impeachment de Dilma no Senado. A data será definida na 5ª (28.jul) durante reunião do comitê gestor. A intenção do governo é recuperar o protagonismo que o órgão tinha ao longo do governo Lula.

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