Blog do Fernando Rodrigues

Arquivo : Dia Internacional da Mulher

5 das 27 unidades federativas não têm mulheres na Câmara
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Fernando Rodrigues

AL, ES, MT, PB e SE não têm nenhuma mulher representante

Há apenas 52 mulheres entre os 513 deputados da Câmara

7 dos 26 partidos não são representados por mulheres 

Nenhuma das 29 lideranças de partido ou bloco tem mulher no comando

“É um ambiente muito machista”, diz líder da bancada feminina

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Dâmina Pereira (PMB-MG) é a atual líder da bancada feminina

Há pouco a ser comemorado no Dia Internacional da Mulher (8.mar) para as deputadas federais brasileiras.

Apenas 52 das 513 cadeiras de deputados federais são ocupadas por mulheres –isso equivale a 10,13% na Casa.

Ou fato a ser notado: 5 das 27 unidades federativas não têm mulheres na Câmara. Os seguintes Estados elegeram deputados federais apenas do sexo masculino: Alagoas, Espírito Santo, Mato Grosso, Paraíba e Sergipe.

A apuração é do repórter do UOL Gabriel Hirabahasi.

Segundo o IBGE, as mulheres correspondiam a 50,6% da população brasileira em 2015.

Dos 22 Estados que têm deputadas, 9 estão abaixo da média nacional. O Rio Grande do Sul é o que tem a menor proporcionalidade (3,2%). A deputada Maria do Rosário (PT) é a única gaúcha que representa o Estado entre os 31 eleitos.

Em 2014, a petista processou o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) por danos morais e ganhou a ação. Bolsonaro disse, na ocasião, que “não estupraria Maria do Rosário porque ela não merecia”. A defesa do deputado recém-filiado ao PSC ainda recorre da condenação.

“Já sofri vários constrangimentos”, afirma a Maria do Rosário, que já foi ministra dos Direitos Humanos. Sobre o caso envolvendo Bolsonaro, a petista diz que não prefere não pronunciar o nome do colega de Câmara. Refere a ele apenas como “o deputado contra quem entrei com o processo e ganhei”.

“Muitas vezes, tentam desqualificar o nosso trabalho com xingamentos. Mas, além desses ataques animalescos, também há outras atitudes preconceituosas no dia a dia”, afirma. A estrutura de trabalho é opressora, segundo a deputada. Das 29 lideranças de blocos ou de partidos, nenhuma é ocupada por uma mulher (exceto a bancada feminina).

São Paulo, o Estado com mais congressistas, também está abaixo da média nacional. São 6 mulheres entre os 70 deputados (8,5% de representatividade).

Mara Gabrilli (PSDB-SP) é uma das 6 deputadas de São Paulo e uma das 5 da legenda na Câmara. Ela diz que “o partido tem fama de machista”.

Segundo Mara, nos inserções de rádio e TV, ela era sempre colocada em horários com menor audiência em detrimento de outros candidatos. Para evitar ações como essa, a deputada afirma que deve haver equidade nos horários políticos.

Dos 26 partidos com representantes na Câmara, 7 não têm mulheres. O PSD, que tem a 6ª maior bancada, com 34 deputados, é um deles. O Solidariedade também não tem deputadas ocupando suas 15 cadeiras. PEN, PHS, Pros, PSOL e PTC também não tem mulheres na Casa.

O PC do B é o partido com maior proporcionalidade de mulheres em sua bancada. Dos 12 deputados, 5 são mulheres (41,6%). PT e PMDB têm as maiores bancadas femininas com 8 deputadas em cada sigla. Nos 2 partidos, a proporcionalidade é maior que a média nacional (13,5% no PT e 11,9% no PMDB).

No Senado, a proporção entre homens e mulheres é um pouco maior. Das 81 vagas, 12 são ocupadas por mulheres (14,8%). O PMDB e  o PT, que têm as duas maiores bancadas, com 17 e 13 vagas, respectivamente, também têm o maior número de senadoras: 4 (23,5% de representatividade no PMDB e 30,7% no PT). No PSDB, 3ª maior bancada, não há nenhuma representante do sexo feminino.

Dâmina Pereira (PMB-MG), coordenadora da bancada feminina na Câmara, afirma que a baixa representatividade prejudica a aprovação de projetos em favor dos direitos das mulheres. A deputada está de saída do Partido da Mulher Brasileira e se filia ao PSL. “[A Câmara] é um ambiente muito machista. Quando chega o mês de março, às vezes conseguimos colocar algum projeto para ser votado por ser o mês da mulher”, diz.

COTA
Em set.2015, o Senado aprovou em 2º turno a PEC que estabelece cota para as mulheres nas próximas 3 legislaturas (10% das cadeiras nas próximas eleições, 12% nas eleições seguintes e 16% nas que se seguirem). A proposta ainda precisa ser votada na Câmara, onde um projeto semelhante foi rejeitado.

Em jun.2015, os deputados não aceitaram uma proposta de emenda à reforma política que determinava cotas de participação das mulheres. A emenda teve 293 votos a favor, 15 a menos que o necessário para a aprovação.

Dâmina afirma que, por causa da desproporcionalidade na Câmara, “as cotas para mulheres na Casa são necessárias”. A líder da bancada feminina diz que a reserva de espaço para candidatura não é suficiente. A lei eleitoral determina que 30% dos candidatos de cada partido sejam do gênero de menor número de representantes. Historicamente, as mulheres são minoria.

Isso não garante a participação da mulher na política, diz Dâmina. “A mulher entra para cumprir o espaço. Elas só dão o nome. Não têm incentivo. Não é só colocar o nome para formar a chapa para eleição”, afirma.

Para Mara Gabrilli, uma representatividade de 50% da Câmara melhoraria o ambiente da Casa. Mesmo assim, a deputada diz que não concorda com as cotas. “Não queria entrar por cota”, afirma. “Eu acho que seria melhor se a divisão fosse de 50%, mas isso não justifica a cota. Quem vai garantir que teremos boas mulheres no Congresso?”

Maria do Rosário diz que tinha a expectativa que a reforma política considerasse a participação da mulher na política, mas que isso não se concretizou. Segundo a petista, há um “discurso antifeminista” na Câmara.

A deputada afirma que o movimento de adolescentes mulheres que defendem seus direitos é importante para o futuro da participação feminina na política. Com discussões sobre empoderamento feminino mais presentes nas escolas, “a mudança cultural em curso é o que há de mais positivo”, diz. Mas Maria do Rosário afirma que as políticas públicas também são “essenciais” para garantir o acesso ao debate político por parte da população que é marginalizada da sociedade. 

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Brasileiros reagem gritando contra fala de Dilma na TV
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Fernando Rodrigues

Panelaco-Dilma

Reprodução de de um dos vídeos com vaias contra Dilma (assista abaixo)

Vídeos se espalham para internet mostrando pessoas xingando e protestando

Dezenas de vídeos já estão disponíveis na internet com pessoas batendo panelas, xingando e gritando contra o pronunciamento da presidente Dilma Rousseff em homenagem ao Dia Internacional da Mulher na noite deste domingo (8.mar.2015).

Logo após o fim da veiculação da longa fala da presidente (mais de 15 minutos), internautas de várias capitais do país postaram vídeos em redes sociais, como o Facebook, e no Youtube e enviaram imagens pelo Snapchat. Nos vídeos é possível também ver que, enquanto faziam barulho, os manifestantes acendiam e apagavam luzes.

O panelaço, como foi apelidado o movimento nas redes sociais, ocorreu uma semana antes do ato convocado para o dia 15, a favor do impeachment da presidente.

O Blog mostra a seguir alguns dos vídeos postados na noite deste domingo:

Belo Horizonte (MG):

 

Vídeo sem identificação de local:

 

Av. Sumaré, em São Paulo (SP):

 

Bairro de Águas Claras, em Brasília (DF):

 

Em Goiânia (GO):

 

Bairro Jardim Marajoara, em São Paulo (SP):

 

Bairro do Morumbi, em São Paulo (SP):

 

Brasília (DF):

 

Praia do Canto, Vitória, Espírito Santo:

 

Bairro Asa Norte, quadra 203, Brasília (DF):

 

Curitiba (PR):

 

Salvador (BA):

E aqui está o vídeo, na íntegra, do pronunciamento de Dilma Rousseff sobre o dia internacional da mulher, em 8.mar.2015. Por volta de 3 minutos e meio de sua fala, a presidente diz: “Você tem todo o direito de se irritar”. Era a deixa que faltava:

Assista à íntegra do discurso de Dilma Rousseff

 

Atualização: este post foi atualizado às 10h25 de 9.mar.2015 com mais vídeos de protestos (de Curitiba, no Paraná, e de Salvador, na Bahia). 

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