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Dilma busca aliado contra austeridade na França, diz “Le Monde”
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Fernando Rodrigues

Discursos parecidos ainda não deram resultados práticos, escreveu o jornal francês.

O encontro de Dilma Rousseff com François Hollande nesta semana será fundamental para definir as relações entre os governos dos dois presidentes. Será mais uma tentativa da brasileira de fechar com os franceses a ampliação de uma frente contra a política de austeridade adotada pela Alemanha, publicou o jornal “Le Monde” em sua edição de 11.dez.2012 (já disponível em pdf para assinantes).

Dilma começou esta semana na França. Não foi divulgada agenda oficial para hoje, (2ª feira, 10.dez.2012), mas ela deverá se reunir com Hollande amanhã (11.dez.2012), quando ambos participarão de um seminário promovido pelo Instituto Lula em Paris, o “Fórum do progresso social”. Na 4ª feira (12.dez.2012), a petista irá a evento do Medef, uma organização patronal que reúne dirigentes de empresas francesas.

Segundo o “Le Monde”, os discursos contra austeridade de Brasil e França ainda não tiveram resultados práticos na aproximação dos países. O jornal cita avaliações de que Dilma teria se decepcionado com presidente francês –eleito com discurso contrário ao rigor econômico. A brasileira, diz a publicação, “esperava que Hollande fosse a ponta de lança de uma outra política econômica europeia”, mas percebeu no colega “fraca capacidade de resistência à Angela Merkel [chanceler da Alemanha]”.

Apesar disso, escreve o jornal, o governo brasileiro julgou positiva a criação, em outubro, de um banco público de investimento na França, mesmo sendo uma medida “muito limitada no plano do financiamento”.

Mas, fora do debate de medidas contra crise, outros fatores também podem explicar a relação ainda não tão próxima entre Dilma e Hollande. O “Le Monde” cita, por exemplo, crítica pública feita pelo governo francês à “falta de dialogo das autoridades brasileiras com as populações indígenas afetadas pela construção de barragens”. E, outro fator, é o baixo crescimento da economia brasileira, que é uma dificuldade da política econômica de Dilma, “que não parou de estimular o crescimento por planos colossais de investimentos públicos”, afirma o “Le Monde”.

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