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Arquivo : Lirio Parisotto

Acusado de agressão a Luiza Brunet é 2º suplente do senador Eduardo Braga
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Fernando Rodrigues

Lirio Parisotto é acusado de dar socos e chutes em atriz

Luiza Brunet afirma ter ficado com 4 costelas quebradas

Parisotto sugere defesa de “tentativas de agressão”

Paulo Paim (PT-RS) quer convocar o empresário

Lirio-Parisotto-Arquivo-Pessoal-Instagram-1jul2016

O empresário Lirio Parisotto em foto captada do seu Instagram

O empresário Lirio Parisotto, acusado de agredir a atriz e ex-modelo Luiza Brunet, é 2º suplente do senador Eduardo Braga (PMDB-AM). Brunet relatou que a violência teria ocorrido em 21.mai, depois de um jantar com amigos, quando o casal estava em Nova York. Não ficou claro o que levou à agressão. A história foi revelada hoje (6ª) pelo jornal O Globo.

A atriz contou que se trancou dentro do quarto no qual estava hospedada com o namorado. Só saiu no dia seguinte, em direção ao aeroporto para voltar ao Brasil. Luiza Brunet fez exame de corpo de delito e apresentou queixa em 23.jun ao Ministério Público de São Paulo. O laudo teria constatado que a agressão quebrou 4 costelas da ex-modelo.

Por determinação judicial, Parisotto não pode se aproximar de Luiza Brunet.

Em resposta pelo Instagram –a conta é privada–, o empresário escreveu que nunca agrediu homem, “muito menos mulher que respeito muito”, mas que tem o direito de se “defender de tentativas de agressão através de tapas, chutes, mordidas, unhadas etc.”.

Parisotto afirmou que procura se defender com a “imobilização”. “Se o caso for para a Justiça, será lá que será esclarecida a verdade”, postou na rede social.

As informações são da repórter do UOL Gabriela Caesar.

Ao saber do episódio, o presidente da Comissão de Direitos Humanos, Paulo Paim (PT-RS), afirmou que o colegiado pode convocar o empresário para prestar esclarecimentos.

“Ele [Lirio Parisotto] é autoridade e a qualquer momento pode virar senador da República”, disse.

Para ele, a agressão a Luiza Brunet reforça a importância de medidas protetivas de urgência a mulheres vítimas de violência. O projeto que aborda o assunto está pronto para ser votado no plenário do Senado e é considerado um aperfeiçoamento à Lei Maria da Penha.

“Nós temos de usar esse exemplo negativo de agressão para vermos o quanto é grave a violência contra a mulher no país. É preciso aumentar as penalidades contra a agressão, que aumenta a cada dia que passa”, afirmou.

O senador Paulo Paim disse ainda que o Senado passará a trabalhar o assunto a partir de 2ª feira (4.jul). Segundo ele, outra forma de o Senado manifestar repúdio contra “esse ato covarde” é enviar uma denúncia para a Procuradoria Especial da Mulher do Senado.

Responsável pelo órgão, a senadora Vanessa Grazziotin (PC do B-AM) publicou nota em que pede para os órgão de investigação apurarem o episódio com agilidade e isenção.

A Secretaria Geral da Mesa e o setor de pesquisa legislativa entendem que não cabem representações contra Parisotto, pois o empresário não está em exercício do mandato de senador.

Caso Parisotto venha a tomar posse, senadores podem entrar com manifestações no Conselho de Ética, na Procuradoria Parlamentar ou na Corregedoria do Senado.

O nome do 2º suplente de senador já tinha aparecido na série de reportagens HSBC-SwissLeaks. Na época, foi revelado que o empresário tinha mais de US$ 50 milhões na Suíça.

Essas contas não constam na declaração que Parisotto apresentou à Justiça Federal nas eleições de 2010. No registro de candidatura, ele informou um patrimônio avaliado em cerca de R$ 300 milhões.

Luiza Brunet com o empresário Lirio Parisotto (2.mai.2016)

Luiza Brunet com o empresário Lirio Parisotto (2.mai.2016)

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Políticos do PSDB, PT, PMDB, PDT, PTC e PP ligados a contas do HSBC
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Fernando Rodrigues

PSDB: Márcio Fortes, da Executiva Nacional
PT: vereador no Rio, Marcelo Arar
PMDB: suplente de senador, Lirio Parisotto
PDT: Jorge Roberto, ex-prefeito de Niterói
PTC: Daniel Tourinho, presidente nacional
E duas irmãs de Paulo Maluf, deputado federal do PP-SP

Pelo menos 11 políticos brasileiros ou pessoas ligadas a políticos estão na lista de clientes da agência do HSBC em Genebra, na Suíça.

Entre outros, fazem parte dessa relação o empresário bilionário e suplente de senador Lirio Parisotto (PMDB-AM), o integrante da Executiva Nacional do PSDB Márcio Fortes, o vereador Marcelo Arar (PT-RJ), o ex-prefeito de Niterói Jorge Roberto Silveira e um assessor, o presidente nacional do PTC, Daniel Tourinho, e duas irmãs do deputado federal Paulo Maluf (PP-SP).

Procurados pelo UOL, todos negam irregularidades ou se recusam a comentar. Nos casos de políticos que disputaram eleições recentes, foi possível comprovar que nenhum declarou à Justiça Eleitoral ter contas no banco HSBC no exterior.

As informações para esta reportagem foram obtidas por meio de extensiva análise dos arquivos da agência de “private bank” do HSBC em Genebra, na Suíça. O vazamento dos dados, conhecido como SwissLeaks, refere-se a informações dos anos de 2006 e 2007, extraídas do banco em 2008 por um então técnico de informática da instituição, Hervé Falciani. Em 2014, o ICIJ (Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos) firmou uma parceria com o jornal francês “Le Monde” para investigar o caso. No Brasil, o UOL e o “Globo” têm exclusividade na apuração.

Equipes de reportagem do UOL e do “Globo” fizeram nas últimas semanas uma minuciosa varredura na base de clientes do HSBC na Suíça para verificar a eventual presença de políticos. Entre outros bancos de dados usados nesse cruzamento, foram analisados todos os atuais 513 deputados federais, os 81 senadores titulares, os 162 senadores suplentes, a presidente da República e todos os seus antecessores, o atual vice-presidente da República, os integrantes das Assembleias Legislativas dos Estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, além das Câmaras de Vereadores das cidades de São Paulo, Belo Horizonte e Rio.

Ao fim dessa extensa checagem chegou-se aos nomes citados nesta reportagem. As contas estão relacionados na tabela abaixo (clique para ampliar):

Arte

LIRIO PARISOTTO, SENADOR SUPLENTE (PMDB-AM)

Regis Filho/Valor - 22.set.2011

Listado no ranking da revista “Forbes” como um dos bilionários brasileiros, Lirio Parisotto tem o seu nome relacionado a cinco contas ativas no HSBC na Suíça nos anos de 2006 e 2007, todas abertas no período de 2001 a 2005. Os saldos à época variavam de apenas US$ 1.013 a US$ 45,873 milhões.

Com uma fortuna estimada em US$ 1,6 bilhão, segundo a “Forbes”, o político de 61 anos é dono da Videolar (fábrica de resinas termoplásticas e filmes e chapas plásticas) e um dos principais investidores no mercado de ações no Brasil.

Gaúcho, Parisotto foi eleito em 2010 segundo suplente do senador Eduardo Braga (PMDB-AM). No registro da candidatura, Parisotto declarou à Justiça Eleitoral um patrimônio de R$ 292.520.409,23. Não aparece na relação de bens a descrição de contas no HSBC na Suíça.

Como Eduardo Braga assumiu em janeiro deste ano (2015) o Ministério das Minas e Energia, atualmente a cadeira no Senado é ocupada pela primeira suplente Sandra Braga, que é casada com o titular. Parisotto só fica com a vaga se Sandra também se licenciar.

 

MÁRCIO FORTES (PSDB)

Sérgio Lima/Folhapress - 12.mar.2002
Na relação de clientes do HSBC na Suíça consta ainda o nome do primeiro vice-presidente do PSDB no Rio, Márcio Fortes. Também integrante da Comissão Executiva Nacional do PSDB e deputado federal por 3 mandatos, Fortes, de 70 anos, atuou como presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e do Banerj e foi secretário-geral do Ministério da Fazenda.

Conforme os dados do SwissLeaks, o tucano tinha o seu nome relacionado a 3 contas no HSBC em Genebra em 2006 e 2007, sendo que uma delas ainda estava ativa naquela época –com um saldo de US$ 2.413.260,28. Fortes é do ramo de construção civil e é um tradicional doador para campanhas eleitorais.

No ano 2000, por exemplo, Fortes foi a pessoa física que mais doou dinheiro ao PSDB –o equivalente a 21% do total arrecadado pela legenda nessa modalidade de financiamento.

Em 2010, Fortes concorreu ao cargo de vice-governador do Rio na chapa encabeçada por Fernando Gabeira (PV). À Justiça Eleitoral, o tucano comunicou que tinha na época um patrimônio de R$ 4.442.412,71, sendo 13 imóveis, um carro e R$ 117.342,03 na CEF. Assim como Lirio Parisotto, o peessedebista não declarou possuir conta no HSBC.

Na eleição de 2010, Fortes fez uma doação de R$ 500 mil para a campanha ao governo do Rio. Dias antes, Gabeira havia dito que os partidos aliados o apoiavam “muito mal” e que, por esse motivo, poderia “dar uma banana” se fosse necessário.

Em 2006, Fortes concorreu a deputado federal pelo PSDB fluminense. À época, sua conta identificada como “Aframfran Holdings Limited” tinha um saldo de US$ 2,413 milhões no HSBC da Suíça. Esse bem, entretanto, não aparece na declaração de patrimônio que o tucano entregou à Justiça Eleitoral.

 

MARCELO ARAR (PT)

Marcelo Arar Reproducao:Facebook
O petista Arar aparece ligado a duas contas no HSBC. Uma havia sido aberta em 1990 e fechada em 1998. A outra, identificada pelo código alfanumérico “29821 BB” foi criada em 23 de março de 1998 e permanecia ativa até 2007, com saldo de US$ 247.812. Também estavam ligados a essa conta André Arar e Eliane Bagrichevsky Arar, parentes do vereador.

No ano seguinte, em 2008, Marcelo Arar disputou o cargo de vereador na cidade do Rio de Janeiro, filiado então ao PSDB. Na sua declaração de bens entregue à Justiça Eleitoral não consta uma conta no HSBC da Suíça.

Quatro anos depois, na eleição de 2012, Marcelo Arar declarou à Justiça Eleitoral um patrimônio de R$ 251.395,29, composto de imóvel, carro, depósitos em instituições financeiras brasileiras e R$ 30 mil em espécie . Não foi feita menção a contas no exterior. Antes de ingressar na política, Arar atuou como promotor de eventos e radialista.

 

JORGE ROBERTO SILVEIRA (PDT)

Bruno Dias/Folhapress - 2.fev.2009
O ex-prefeito de Niterói pelo PDT Jorge Roberto Silveira e o ex-secretário de Obras do município José Roberto Vinagre Mocarzel também tiveram seus nomes relacionados a contas do HSBC na Suíça. No entanto, em 2006/2007, os seus saldos estavam zerados.

Jorge Roberto Silveira e José Roberto Vinagre Mocarzel mantiveram contas no HSBC de Genebra por períodos semelhantes. O ex-prefeito de Niterói começou a fazer depósitos em julho de 1993 e encerrou sua relação com o banco em abril de 2003. Morcazel abriu sua conta um pouco antes, em janeiro de 1991 e a fechou também em abril de 2003.

O pedetista Jorge Roberto Silveira ocupou a Prefeitura de Niterói em 4 períodos: 1989 a 1992; 1997 a 2000; 2001 a 2002; 2009 a 2012.

Mocarzel é servidor de carreira da Superintendência de Desportos do Estado do Rio de Janeiro (Suderj), mas está cedido ao gabinete do deputado estadual Paulo Ramos (PSOL-RJ). Segundo o Portal da Transparência, seu salário bruto atual é de R$ 8.502,00.

Em janeiro de 2009, Mocarzel assumiu o cargo de secretário de Obras de Niterói. Ao final da gestão do prefeito Jorge Roberto Silveira, em 2012, já era secretário de Serviços Públicos, Trânsito e Transporte.

 

DANIEL TOURINHO, PRESIDENTE DO PTC

Joel Rodrigues/Folhapress - 2.jun.2014

O presidente do Partido Trabalhista Cristão, Daniel Sampaio Tourinho, está nos arquivos do HSBC por um período muito curto: só de 2 de março a 6 de novembro de 1992. Nesses menos de nove meses, teve duas contas relacionadas ao seu nome, identificadas como “18532 AB” e “Manzua”.

Como as contas de Tourinho estavam encerradas, o saldo que aparece para ambas é zero. Embora presida um partido pequeno (o PTC tem só 2 deputados e nenhum senador), o baiano Tourinho tem uma ativa participação na vida nacional, apoiando partidos de diversas orientações. Em 2010, sustentou a campanha presidencial de Dilma Rousseff (PT). No ano passado, 2014, o PTC apoiou Aécio Neves (PSDB) para o Palácio do Planalto.

Tourinho já foi do PT (em 1981) e em 1985 fundou o (hoje extinto) Partido da Juventude. Quatro anos depois, em 1989, “o PJ adotou o nome de Partido da Reconstrução Nacional (PRN), partido pelo qual Fernando Collor de Mello elegeu-se presidente da República”, relata o presidente do PTC no seu perfil na página da legenda na internet.

 

DUAS IRMÃS DE PAULO MALUF
Duas irmãs do deputado federal Paulo Maluf (PP-SP) estavam ligadas a contas existentes na agência de Genebra. Therezinha Maluf Chamma e Nelly Maluf Jafet eram clientes do HSBC em 2006/2007.

O nome de Therezinha, que tem 86 anos, surge relacionado a 4 contas, com saldos variando de US$ 20.741 a US$ 1.737.251, à época em que os dados foram extraídos, 2006/07. Essas contas foram abertas em datas diferentes, de 1990 a 1996.

Já a conta ligada a Nelly estava com saldo zero nos anos de 2006/07. Nelly morreu no ano passado (2014), aos 89 anos.

 

CONTAS LEGAIS E DECLARADAS
Três filhos do prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda (PSB), estão nos arquivos do HSBC de Genebra: Tiago Nascimento de Lacerda, de 34 anos, Gabriel Nascimento de Lacerda, 37, e Juliana Nascimento de Lacerda, 36. As contas foram devidamente declaradas à Receita Federal e a saída do dinheiro está informada ao Banco Central, como determina a lei brasileira.

Ao serem informados a respeito desta reportagem, Tiago, Gabriel e Juliana mostraram suas declarações de Imposto de Renda e os documentos que comprovam o registro no Banco Central da saída dos recursos.

Tem sido raro na apuração das contas do HSBC na Suíça pessoas citadas apresentarem algum documento informando de maneira objetiva a legalidade dos depósitos. Os irmãos Tiago, Gabriel e Juliana mostraram documentos dessa natureza, indicando que o dinheiro ficou na conta no exterior até 2008, quando voltou oficialmente ao Brasil.

 

É LEGAL TER CONTA NA SUÍÇA?
Não é ilegal um brasileiro abrir e manter uma conta bancária na Suíça ou em qualquer outro país. Mas é necessário declarar à Receita Federal. Os titulares das contas também devem informar ao Banco Central quando o saldo for superior a US$ 100 mil.

 

Participam da série de reportagens SwissLeaks os jornalistas Bruno Lupion (do UOL) e Chico Otavio, Cristina Tardáguila e Ruben Berta (do jornal “O Globo”).

Políticos citados negam irregularidades ou não comentam

UOL cruzou dados de mais de 700 políticos com a lista do SwissLeaks

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Fernando Rodrigues

Todos os políticos relacionados a contas no HSBC na Suíça foram procurados

O empresário e dirigente nacional do PSDB, Márcio Fortes, consultado sobre o fato de seu nome estar no acervo do HSBC, disse: “Essas contas não são minhas”. Ele declara que nunca teve e não tem contas em seu nome no exterior.

Segundo Fortes, entretanto, a data de nascimento registrada nas fichas do HSBC e seu endereço residencial, onde morou até 2003, são verdadeiros.

Fortes especula que as duas contas abertas em 1991, já encerradas e com saldo zerado em 2006/2007, possam estar relacionadas a um trabalho que ele prestou para a organização WBSC (World Business Council for Sustainable Development), sediada em Genebra.

Ele foi contratado pela WBSC para trabalhar nos preparativos da conferência do clima Rio-92, também chamada à época de Eco-92, e diz que a movimentação financeira relativa à organização do evento era feita na Suíça. “Os recursos que usei no meu trabalho eram suíços”, disse. Ele afirma ter sido desligado da WBSC 2 meses após o encerramento da Rio-92.

Indagado sobre a terceira conta relacionada a seu nome, aberta em dezembro de 2003 e ainda ativa em 2006/2007, com saldo de US$ 2,4 milhões, Fortes afirma desconhecê-la. Essa conta está vinculada à offshore Aframfran Holdings Limited, com sede em Tortola, nas Ilhas Virgens Britânicas, um conhecido paraíso fiscal. Além de Fortes, há outros 4 membros de sua família ligados à conta.

“Não declarei essas contas porque elas não são minhas”, afirmou. “Sempre tive muito cuidado com as contas enviadas ao TSE. Minhas declarações de bens à Justiça Eleitoral devem estar certas”, disse.

Fortes pondera que assinou muitos papéis como presidente da João Fortes Engenharia, sua empresa, e não recorda de todos. “Na minha vida de empresário, imagina a quantidade de papéis que eu assinei e não me recordo. Não por irresponsabilidade, mas porque você faz parte do estatuto da empresa e é sempre solicitado a assinar documentos. Não sei quem me enrolou com o HSBC. Não me lembro de ter passado na minha frente qualquer coisa relacionada a HSBC”, disse.

Ele menciona que sua empresa tem uma subsidiária internacional, a JF International, da qual ele foi presidente. Mas reafirma que nunca teve conta em seu nome no exterior: “Dinheiro meu eu nunca tive fora do Brasil”.

Fortes também defendeu sua atuação partidária no PSDB e disse ser “um homem de bem, um radical cumpridor da lei”. Ele continua: “Só fiz trabalhos honestos na vida. Fui tesoureiro de campanhas eleitorais, fui responsável pelas finanças do (José) Serra em 2002 e deixei minha marca, não há nenhum registro de irregularidade”, afirmou.

Lirio Parisotto, segundo suplente do senador e atual ministro das Minas e Energia, Eduardo Braga (PMDB-AM), informou na 3ª feira, por meio da assessoria de sua empresa, a Videolar, que já havia se manifestado sobre suas contas no HSBC da Suíça às revistas “Época” e “IstoÉ Dinheiro”. Naquela ocasião, Parisotto disse que todos os seus bens e valores haviam sido declarados à Receita e ao Banco Central. Ao UOL, Parisotto afirmou: “Fui eleito segundo suplente ao Senado em 2010. Não faço negócios com o governo. Nem eu e tampouco as empresas as quais controlo”.

A reportagem entrou em contato com a Videolar novamente na 4ª feira para indagar Parisotto sobre a ausência de contas no HSBC da Suíça em sua declaração de bens enviada à Justiça Eleitoral em 2010, quando concorreu a segundo suplente de senador. A assessoria de imprensa da companhia preferiu não comentar.

Daniel Sampaio Tourinho, presidente do PTC, foi contatado pelo UOL na 2ª feira, por meio da sede nacional do seu partido. Na 3ª feira pela manhã, sua secretária, Letícia, confirmou o recebimento do e-mail e disse que faria a mensagem chegar a Tourinho. A reportagem voltou a entrar em contato na 4ª feira e reforçou o pedido com a assessoria de imprensa da legenda. Tourinho não respondeu até a publicação desta reportagem.

Nelly Maluf Jafet, irmã do deputado federal Paulo Maluf (PP-SP), morreu em 2014. Therezinha Maluf Chamma, 86 anos, também irmã de Maluf, afirmou ao UOL que nunca teve e não tem dinheiro no HSBC da Suíça. “Se tiver dinheiro lá, o sr. pode ficar com ele”, disse à reportagem.

Ela também afirmou desconhecer a Fondation Alaris, offshore vinculada a seu nome. “Sou parente de político, mas não falo com ele [Paulo Maluf] há mais de um ano. Não tenho negócios com ele”, disse. Therezinha confirmou a data de nascimento que consta em seu registro nos arquivos do HSBC.

O UOL entrou em contato na 3ª feira e na 4ª feira com o PDT do Rio, ao qual o ex-prefeito de Niterói, Jorge Roberto Silveira, ainda é filiado. A assessoria de imprensa da legenda não conseguiu localizá-lo. A reportagem também ligou para o advogado de Silveira, Murilo João do Nascimento Heusi, que se recusou a encaminhar a mensagem a seu cliente ou fornecer seus contatos.

José Roberto Mocarzel, ex-secretário de Obras de Niterói, afirmou por meio de seu advogado, Guilherme Valdetaro Mathias, que desconhece a existência de contas no HSBC da Suíça em seu nome.

Marcelo Arar, vereador do Rio pelo PT, cuja conta no HSBC está vinculada a outros membros de sua família, enviou na 3ª feira a seguinte mensagem ao UOL: “Estou completamente surpreso e desconheço qualquer conta no exterior. Em 1990 eu tinha 15 anos de idade, entrei para política em 2011 aos 36 anos”.

Uma das contas relacionadas a Arar foi aberta em abril de 1990 e encerrada em março de 1998. A outra, aberta em março de 1998, ainda estava ativa em 2006/2007, quando os dados foram extraídos do HSBC em Genebra.

Marcelo Arar disputou sua primeira eleição em 2008, quando concorreu a o cargo de vereador na cidade do Rio de Janeiro, filiado então ao PSDB. Em 2012, disputou novamente, naquela oportunidade já pelo PT. Suas declarações de bens entregues à Justiça Eleitoral em 2008 e em 2012 não mencionam a existência de uma conta no HSBC da Suíça.

O UOL voltou a entrar em contato com Arar, por meio de seu gabinete, na 4ª feira, mas não obteve resposta. Ele não comentou o fato de outras duas pessoas de sua família estarem relacionadas à conta no HSBC de Genebra, André Arar e Eliane Bagrichevsky Arar.

CONTAS DECLARADAS
Tiago
, Gabriel e Juliana Nascimento de Lacerda, filhos de Márcio Lacerda, prefeito de Belo Horizonte pelo PSB, enviaram à reportagem cópias de suas declarações à Receita Federal e ao Banco Central. Os três demonstraram que seus depósitos no HSBC da Suíça haviam sido informados às autoridades brasileiras.

Participam  da série de reportagens SwissLeaks os jornalistas Bruno Lupion (do UOL) e Chico Otavio, Cristina Tardáguila e Ruben Berta (do jornal “O Globo”)

Políticos do PSDB, PT, PMDB, PDT, PTC e PP ligados a contas do HSBC

UOL cruzou dados de mais de 700 políticos com a lista do SwissLeaks

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