Rebaixamento do Brasil: governistas minimizam, oposição fala em impeachment
Fernando Rodrigues
Governistas tentaram minimizar a decisão da Standard & Poor’s de rebaixar o grau de investimento do Brasil nesta 4ª feira (10.set.2015). Congressistas de oposição acham que a crise econômica e política vai se agravar, o que pode reforçar a tese de afastamento da presidente Dilma Rousseff.
A seguir, as opiniões coletadas pelo Blog:
Renan Calheiros (PMDB-AL), presidente do Senado:
“É preciso fazer o dever de casa para reverter essa expectativa. E é preciso que o governo tome a iniciativa”.
senador Delcídio Amaral (PT-MS), líder do governo no Senado:
O petista acha que o anúncio da S&P deve servir de “alerta” para o enfrentamento dos problemas econômicos do país. Delcídio contesta a credibilidade das análises produzidas pela agência de classificação de risco: “Não é o fim do mundo. Também temos de ficar atentos aos equívocos cometidos pelas agências de classificação. Veja o que a Standard & Poor’s fez durante a crise de 2008 nos Estados Unidos. Não temos de encarar a avaliação como verdade absoluta”.
Bruno Araújo (PSDB-PE), líder da minoria na Câmara:
O tucano classificou o corte da nota de crédito do país como um “desastre”. Cobrou uma resposta do ex-presidente Lula. “Em abril de 2008, o ex-presidente Lula disse que o país demonstrava respeito ao receber o título de grau de investimento. E agora? Também deve falar sobre essa herança e o respeito perdido”.
José Guimarães (PT-CE), líder do governo na Câmara:
O petista disse que, apesar do rebaixamento, o país tem grau de investimento muito maior do que o do governo Fernando Henrique. “A situação para investimento do país hoje é 10 vezes melhor do que da época do FHC. Não vamos enfrentar problemas como o aumento de juros e financiamentos”.
deputado Rubens Bueno (PPS-PR), líder do PPS na Câmara:
O deputado acha que a presidente Dilma é responsável pela situação econômica do país. “Dilma traçou uma meta, conseguiu dobrá-la, só que fez para pior. O que aconteceu hoje, vem acontecendo, a corrupção, as chances de impeachment tornam-se cada vez maiores. É um processo crescente”, afirmou.
deputada Jandira Feghali (PC do B-RJ), líder do PC do B na Câmara:
Aliada ao governo, Jandira coloca em dúvida a capacidade das agências de classificação de risco para emitir juízo sobre o estado da economia de um determinado país. “Era inevitável. O governo acertou ao enviar um orçamento realista com o déficit. Agora, não podemos ficar reféns das análises dessas agências porque sabemos o interesse que há por trás.”
deputado Mendonça Filho (DEM-PE), líder do DEM na Câmara:
O demista afirma que a crise se agrava com a perda na nota de crédito. Segundo ele, “o rebaixamento serve como um combustível a mais para o enfrentamento deste desgoverno sem condições políticas de tomar medidas que solucionem a crise. Agrava a recessão, o desemprego e a inflação”.