Processo contra empresas doadoras de políticos está parado no Cade
Fernando Rodrigues
Camargo Corrêa e Votorantim são acusadas de combinar preço no setor de cimento
Ambas doaram R$ 40 mi para políticos em 2010; multa pode ultrapassar R$ 1 bi
Aguarda análise do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) denúncia de suposto cartel no setor de cimento envolvendo a Camargo Corrêa e a Votorantim (foto), duas das empresas que mais doaram a campanhas eleitorais em 2010.
O processo está para ser pautado no Tribunal do Cade há 9 meses. A denúncia foi feita em 2006, houve busca e apreensão de documentos nas empresas investigadas e todas já apresentaram sua alegações.
Elas são suspeitas de combinarem preços da venda de cimento. Se condenadas, a multa pode ultrapassar R$ 1 bilhão.
O processo é sigiloso e tem 60 volumes, com 300 páginas cada um. A assessoria de imprensa do Cade diz que não há previsão para que o assunto seja julgado.
A Camargo Corrêa transferiu R$ 33 milhões a partidos e comitês eleitorais na eleição de 2010. A Votorantim, mais R$ 7 milhões. Também integram o processo as brasileiras Cimpor (adquirida pela Camargo Corrêa em 2012), Itambé, Liz e Itabira Agro Industrial, além da suíça Holcim e da francesa Lafarge.
Segundo levantamento da Folha, a Camargo Corrêa é a empresa brasileira que mais doou para campanhas políticas desde 2002. Ela transferiu R$ 178 milhões para candidatos e partidos no período.
(Bruno Lupion)
O blog está no Twitter e no Facebook.