Rede, de Marina Silva, ataca Dilma no dia da posse
Fernando Rodrigues
Grupo afirma que segundo governo da petista começa com ''retrocessos sociais''
Novas regras previdenciárias fazem descontrole nas contas públicas recair sobre os mais pobres, diz Rede
A Rede Sustentabilidade, de Marina Silva, afirmou nesta 5ª feira (1º.jan.2015), que o segundo mandato de Dilma Rousseff na Presidência da República começa com “retrocessos sociais” que afetam os brasileiros mais pobres.
Em nota divulgada à imprensa, a Executiva Nacional da Rede atacou as novas regras para a concessão de benefícios previdenciários, como pensão por morte, auxílio-doença, abono salarial e seguro-desemprego.
As novas regras foram anunciadas em 29.dez.2014 pelo ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante. Entram em vigor no final de fevereiro e foram estabelecidas em 2 medidas provisórias, que deverão ser aprovadas pelo Congresso Nacional.
A Rede afirma que a redução dos benefícios indica que o discurso da campanha de Dilma, “de manter conquistas sociais e adotar o diálogo com a sociedade”, não está sendo cumprido. Segundo o grupo, o governo estaria jogando nas costas dos mais pobres o ônus pelo “descontrole do governo sobre as contas públicas e a corrupção”.
“A Rede Sustentabilidade afirma sua posição contrária a iniciativas de políticas públicas que signifiquem arrocho salarial e perdas de direitos sociais e reafirma que qualquer decisão sobre direitos deve envolver a sociedade com informações e diálogo”, afirma a nota.
A aprovação das 2 medidas provisórias que estabelecem as novas regras de benefícios previdenciários será o primeiro grande teste político do segundo governo Dilma. As novas regras devem significar economia de R$ 18 bilhões por ano, o equivalente a 0,3% do PIB, e estão alinhadas ao esforço de contenção fiscal para 2015.
A hipótese de as medidas provisórias não serem aprovadas no Congresso enviará um péssimo sinal ao mercado financeiro e pode desencadear as reações de praxe: queda da bolsa e ameaça de perda do grau de investimento do Brasil.
A Rede Sustentabilidade está em vias de se tornar um partido. O grupo pretende protocolar em março o pedido de registro ao Tribunal Superior Eleitoral.
Leia abaixo a íntegra da nota:
''Rede contra retrocessos sociais do governo Dilma
As recentes medidas anunciadas pela Presidente Dilma, que alteram valores e o acesso a benefícios sociais, provocam retrocessos no sistema de previdência e assistência social e na legislação trabalhista, atingindo principalmente os grupos sociais mais vulneráveis.
Essas medidas indicam, mais uma vez, que o discurso da campanha eleitoral de manter conquistas sociais e adotar o diálogo com a sociedade não está sendo cumprido pela presidente reeleita e fazem dos segmentos de baixa renda as vítimas do descontrole do governo sobre as contas públicas e a corrupção.
A Rede Sustentabilidade afirma sua posição contrária a iniciativas de políticas públicas que signifiquem arrocho salarial e perdas de direitos sociais e reafirma que qualquer decisão sobre direitos deve envolver a sociedade com informações e diálogo.
Executiva Nacional da Rede Sustentabilidade''