Haddad suga apoio de até 70% dos “Mannos”
Fernando Rodrigues
Pesquisa qualitativa do PT pós-TV mostra alta taxa de adesão de eleitores de Celso Russomanno
O candidato do PT a prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, comemorou hoje (23.ago.2012) a resposta positiva que seu primeiro programa de TV no horário eleitoral teve junto a eleitores pesquisados em grupos qualitativos.
O Blog teve acesso aos resultados preliminares do estudo qualitativo encomendado pelo PT –grupos de eleitores assistem aos programas, registram suas percepções e depois são entrevistados por especialistas. Há até 70% de aprovação do programa de Fernando Haddad entre os telespectadores que estavam propensos a votar em Celso Russomanno (PRB) –no jargão da campanha paulistana, os eleitores de Russomanno são chamados de “mannos”.
Como se sabe, Haddad tem 8% no Datafolha. Russomanno lidera as intenções de voto na disputa de prefeito de São Paulo, com 31%. Aqui, todas as pesquisas eleitorais disponíveis no Brasil.
Na avaliação dos haddadistas, pesaram na boa avaliação positiva do programa eleitoral do PT em São Paulo dois aspectos principais: 1) a propaganda de fato foi bem elaborada do ponto de vista técnico pelo publicitário João Santana; 2) o comercial de Russomanno perdeu grande chance de entrar com vigor no primeiro dia, que é o que tem (de longe) a maior audiência.
A propaganda eleitoral dura 45 dias. Nos 2 ou 3 primeiros programas, a audiência é maior porque há curiosidade do eleitor. Depois, há uma “barriga” na audiência. O interesse volta na última semana em que esses comerciais são exibidos.
Russomanno é hoje o único candidato que poderia colocar na TV um gráfico com as pesquisas Datafolha e mostrar sua espetacular evolução nos últimos meses. Esse é um recurso clássico usado por candidatos que estão na frente. Ajuda a instilar ânimo na militância e nos políticos que acompanham o processo.
Mas em lugar de fazer esse programa vigoroso, Russomanno optou por aparecer bem “low profile” agradecendo aos eleitores paulistanos pelo apoio. Pior. A maior parte do seu (pouco) tempo foi gasta com o candidato a vice-prefeito na chapa do PRB, Luiz Flávio D'Urso, do PTB, contando uma parábola sobre um passarinho.
É claro que Celso Russomanno pode ainda consertar o tom de sua propaganda nos próximos dias, mas perdeu a chance de fazer uma estreia mais vibrante –quando a audiência é bem alta.
Haddad tem um desafio também razoável pela frente. Nunca um candidato vitorioso começou a campanha só com 8% de intenções de voto na véspera do programa eleitoral. Se conseguir se viabilizar, terá estabelecido um novo recorde em campanhas eleitorais paulistanas.