Resiliência de Dilma é desafio para oposição
Fernando Rodrigues
A oposição contava com alguma avaria na aprovação da presidente Dilma Rousseff por causa do baixo crescimento da economia somado à série de escândalos envolvendo o PT. Mas a pesquisa CNI/Ibope foi um balde de água fria nos adversários do governo.
A aprovação pessoal de Dilma é 78% segundo levantamento realizado nos dias 6 a 9.dez.2012. Essa taxa é 1 ponto acima dos 77% apurados em setembro –ou seja, trata-se de oscilação mínima, dentro da margem de erro. Em resumo, a aprovação de Dilma é estável e permanece num patamar muito elevado (maior do que a de seus antecessores nesta mesma época do mandato).
O que isso significa? Que o brasileiro continua muito otimista e generoso com Dilma Rousseff. O fato de o país estar há dois anos andando de lado na economia não tem sido, nem de longe, um fator importante para que os eleitores cogitem de deixar de dar apoio à presidente da República.
Essa resiliência de Dilma é um desafio para a oposição. A aposta de PSDB, DEM e PPS se resume a dois pontos. Primeiro, usar a economia estagnada para desmantelar a imagem de boa administradora que Dilma vendeu durante sua campanha presidencial em 2010. Segundo, fazer colar na presidente algum tipo de responsabilidade compartilhada por causa dos escândalos nos quais o PT está envolvido.
Nada disso está dando certo.
Chama a atenção na pesquisa CNI/Ibope o fato de que o julgamento do mensalão no STF (Supremo Tribunal Federal) tenha sido o assunto mais lembrado pelos entrevistados: 23% citaram esse caso.
Ou seja, apesar da cobertura intensa da mídia, os brasileiros parecem não estar ligando muito para o assunto. O mesmo vale para a Operação Porto Seguro da Polícia Federal (que deflagrou esquema de venda de pareceres técnicos, envolvendo a ex-chefe da Presidência em São Paulo, Rose Noronha). Só 10% citaram o Rosegate entre os assuntos mais lembrados do noticiário recente.
Tudo considerado, se depender da repugnância dos brasileiros sobre casos de corrupção, a oposição deve ser desenganada sobre suas chances de virar o jogo. Até agora, 10 anos depois de o PT chegar ao poder, a trinca PSDB-DEM-PPS não encontrou uma forma eficaz de furar o bloqueio nas mentes dos eleitores.