Michel Temer ganha, mas não assume o PMDB
Fernando Rodrigues
Senador Valdir Raupp continua como presidente interino da legenda.
Mas o vice-presidente da República ajudará a montar chapas para a eleição de 2014.
O vice-presidente da República, Michel Temer, foi reeleito para a presidência do PMDB em 2.mar.2013. Mas não assumiu o cargo. Renovou sua licença e manteve o partido sob os cuidados do interino Valdir Raupp, senador de Rondônia e 1º vice-presidente da sigla.
Como publicou o Blog, Temer quebrou uma promessa feita aos colegas peemedebistas quando pedia apoio para continuar presidente do partido: a de reassumir completamente a função. Sua decisão deixou insatisfeita uma parte do PMDB, que queria vê-lo participar ativamente da formação de chapas e de alianças para a eleição de 2014.
Nos próximos dias, no entanto, o PMDB promete amansar esses insatisfeitos ao anunciar uma agenda de viagens de Temer e Raupp a todas as Unidades da Federação. A ideia é que o comandante afastado ajude o que está em exercício a organizar o partido para a eleição.
Bagunça
Depois de reeleito em 2.mar.2013, Temer ocupou a presidência do PMDB até 9.mar.2013, quando assinou um novo pedido de licença, segundo informou sua assessoria ao Blog. Mas, mesmo nesse curto período em que comandou o PMDB, delegou as tarefas administrativas a Valdir Raupp. Ou seja, na prática, Raupp nunca deixou de ser o presidente em exercício.
Nenhum partido brasileiro é obrigado a informar as licenças de seus presidentes à Justiça Eleitoral, exceto no período de eleição. O site do TSE mostra apenas que o PMDB é presidido interinamente por Valdir Raupp.
Há uma grande desordem nos partidos brasileiros. Os dirigentes fazem o que bem entendem com as estruturas partidárias. No caso do PMDB, o estatuto interno não obriga o vice-presidente da República a se afastar da direção da legenda nem obriga o dirigente eleito a assumir sua função. O texto diz apenas que haverá licença automática para quem se tornar presidente da República, ministro de Estado, secretário de Estado e de capitais. Nas direções municipais, prefeitos e vice-prefeitos também são afastados automaticamente.