Cobertura negativa sobre o Brasil na mídia internacional bate recorde após protestos de junho
Fernando Rodrigues
Artigos com viés negativo representaram 36% do total no 2º trimestre de 2013
Em números absolutos, houve alta de 64% em relação ao período anterior
O número de reportagens com teor negativo sobre o Brasil veiculadas na imprensa internacional atingiu 36% do total no 2º trimestre do ano, um recorde desde que a pesquisa começou a ser feita, em 2009.
Foram 425 reportagens negativas nos meses de abril, maio e junho, de um total de 1.167, segundo levantamento da agência Imagem Corporativa em 15 veículos internacionais. O principal motivo da alta é a cobertura dos protestos de rua de junho. Também contribuiu para o índice o estupro de uma turista americana em uma van do Rio de Janeiro, em abril.
Para efeito de comparação, no trimestre anterior apenas 24% dos artigos monitorados apresentaram viés negativo sobre o país (gráfico abaixo).
Em números absolutos, o 2º trimestre registrou um crescimento de 64% de reportagens negativas em relação ao período anterior. No 1º trimestre, a pesquisa havia captado 259 textos com esse teor, de um total de 1.069 artigos.
O levantamento aponta crescimento de 9,16% do número de reportagens citando o Brasil no 2º trimestre, tanto negativas quanto positivas. Além dos protestos, contribuíram para a alta a Copa das Confederações e a eleição do embaixador brasileiro Roberto Azevêdo para a direção da Organização Mundial do Comércio.
Veículos. O meio de comunicação que mais publicou reportagens sobre o Brasil no 2º trimestre foi o chileno El Mercurio, com 18,77% dos textos monitorados. Em seguida vem o britânico Financial Times, com 15,08% das reportagens, seguido pelo argentino Clarín, com 14,57% (gráfico abaixo).