Blog do Fernando Rodrigues

Arquivo : protestos de rua

Delegado aposentado da PF volta a convocar protestos contra o governo
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Fernando Rodrigues

Em vídeo, Jorge Pontes classifica PT de organização criminosa

Carioca foi chefe de escritório na França e membro da Interpol

Em vídeo, delegado Jorge Pontes convoca protestos contra o o governo

Em vídeo, delegado Jorge Pontes convoca protestos contra o o governo

Entre os vídeos que circulam nas redes sociais convocando a população para protestos nas ruas no dia 13.mar, chama a atenção o de Jorge Barbosa Pontes. O delegado federal aposentado aparece nas imagens classificando o PT de organização criminosa.

O vídeo foi publicado no último domingo (28.fev.2016), um dia antes da interferência do Planalto na PF voltar ao centro do debate político com o pedido de demissão do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo.

Não é a primeira vez que o delegado faz críticas abertas aos governos petistas. Ele já publicou, inclusive, artigos em alguns dos principais jornais do país. Em um deles, afirma que “é mais fácil acreditar em Saci Pererê ou no coelhinho da Páscoa do que nas promessas dos atuais governantes”.

Ao Blog, Pontes disse que tomou a iniciativa porque a corrupção virou algo “totalmente consolidado” nos governos do PT. “Hoje, se você abrir as páginas políticas dos grandes jornais e não encontrar pelo menos dez vezes as palavras ‘Polícia Federal’, você está em Marte”, disparou. “A Justiça Federal não está combatendo o crime organizado, mas o crime institucionalizado, que usa todas as estruturas do governo em seu favor.”

As informações são do repórter do UOL Guilherme Moraes.

Delegado desde 1995, após 8 anos como agente federal, Pontes disse já ter sofrido pressão durante o exercício de seu trabalho. “Às vezes, surgia alguém querendo saber das nossas operações, com conversa mole. Infelizmente, nós não temos a mesma blindagem constitucional de juízes ou procuradores.”

Aposentado desde 2014, o delegado afirma não temer qualquer tipo de retaliação por se posicionar contra o governo. “Na verdade, temo que esse governo continue. Represália são os preços dos produtos quando entro no supermercado. O PT tomou o país todo de assalto.”

O Código de Ética da Polícia Federal proíbe os agentes públicos de “divulgar manifestação política ou ideológica conflitante com o exercício das suas funções”. O texto, no entanto, não diz se a regra se aplica a servidores aposentados.

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Silêncio de Dilma e de ministros tem a ver imprevisibilidade da Lava Jato
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Fernando Rodrigues

Brasília-DF 28-07-2015 Brasília/DF Lula Marques/ agência PT. Presidenta , Dilma participa do Encontro de trabalho - Pronatec Jovem Aprendiz na micro e pequena empresa

Dilma Rousseff, que continuará com estratégia de receber políticos para reuniões semanais

Planalto espera mais definição sobre acusados

Governo sabe que equilíbrio político ainda é frágil

O silêncio público da presidente da República e de seus ministros na noite de domingo (16.ago.2015) se deu por uma razão muito simples. É melhor passar por ausente num dia como ontem do que cometer erros quase irreparáveis por conta de declarações feitas no escuro.

Se ministros aparecessem para falar em frente a câmeras de TV certamente seriam confrontados não só sobre as manifestações de protesto em todo o país. Teriam também de falar sobre a parceria reforçada entre o governo e o PMDB. Ficariam obrigados a comentar como o Planalto reagia aos ataques contra o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) durante os atos. E também interpretar algo sobre a presença ubíqua de Lula em cartazes de protesto em todo o país, inclusive no Nordeste.

Em condições normais de temperatura e pressão, um ministro poderia aparecer em público para defender o governo, Lula, Renan e quem mais fosse aliado do Planalto. Agora, ficou difícil.

E se nos próximos dias aparece algum indício mais substantivo da participação de Lula nos esquemas revelados pela Lava Jato? E se Renan acabar mesmo denunciado nesse mesmo processo? Diante desse cenário intangível, o Planalto optou por conversas de bastidores em vez colocar ministros falando para as emissoras de TV na noite de domingo.

FATOR EDUARDO CUNHA
Outro aspecto que tem sido tratado com muito cuidado pelo governo é a situação de alta instabilidade e possível combustão política dentro da Câmara dos Deputados. Há informações em profusão em Brasília a respeito da iminente apresentação de uma denúncia formal contra Eduardo Cunha (PMDB-RJ) no caso da Lava Jato.

Essa denúncia pode “mudar o jogo” (embora não se saiba em qual direção).

Algumas reportagens já dão conta que a denúncia do procurador-geral, Rodrigo Janot, contra Cunha será formulada nesta semana. Também se sabe que o Ministério Público prefere fazer tal denúncia se tiver mesmo coletado provas materiais duras contra o presidente da Câmara.

É comum ouvir em Brasília que “Eduardo Cunha é muito forte e tem uma bancada fiel a ele de mais de 100 deputados”. É verdade. Mas outros políticos mais experientes e mais fortes do que Cunha tiveram de se render aos fatos e deixar cargos de comando no Congresso quando surgiram fatos que se sobrepuseram à realidade. A lista é longa. Para citar 3 bem conhecidos: Jader Barbalho, Antonio Carlos Magalhães e Renan Calheiros.

Há também o episódio conhecido de Severino Cavalcanti, que presidiu há Câmara há 10 anos e era muito popular com o chamado “baixo clero” da Casa (aquela massa de 350 a 400 deputados desconhecidos, um grupo que faz a maioria em qualquer votação). Acusado de corrupção, Severino resistiu o quanto pôde. Quando apareceu uma prova material contundente (um cheque), não teve como ficar na cadeira. Renunciou.

Não são públicos (nem se sabe se existem) os elementos de prova que podem eventualmente incriminar Eduardo Cunha. É necessário esperar. Ele tampouco será condenado apenas por causa da apresentação de uma denúncia. É um político disciplinado e muito determinado. Mas terá condições de presidir a Câmara se tiver sobre si provas materiais fortes e incisivas? O tempo dirá.

Se Cunha tiver de deixar o cargo por força das circunstâncias, abre-se uma vaga de importância capital na atual crise: o terceiro cargo na hierarquia da República. Quem ocupará essa vacância? Uma nova eleição terá de ser realizada entre os deputados –e, em tese, deve ser alguém do PMDB, que detém a maior bancada na Câmara.

Com tudo isso considerado, o Planalto tem ficado em silêncio obsequioso –como ontem à noite, pois cada vez será mais confrontado com essa realidade incômoda. Nos bastidores, por óbvio, correm soltas as articulações para saber quem seria um eventual sucessor de Cunha no comando da Câmara.

ASPECTOS TANGÍVEIS E INTANGÍVEIS
Na análise da conjuntura atual, há muito mais aspectos imprevisíveis do que previsíveis. A única certeza que o governo considera ter no momento é a que seria correta a estratégia adotada por Dilma Rousseff nas últimas duas semanas.

A presidente tem feito muitas reuniões com todos os atores que possam ter alguma influência para fazer esfriar o clima a favor de um processo de impeachment. Nas últimas duas semanas, a petista fez o seguinte:

Reuniu-se com todos os governadores de Estado. Fez vários jantares no Alvorada para encontrar-se com grupos de deputados federais, senadores e magistrados de tribunais superiores (inclusive do STF). Recebeu sindicalistas dentro do Planalto. Foi até o estádio Mané Garrincha discursar para margaridas (trabalhadoras rurais). Hoje (17.ago.2015) à noite, de novo, abrem-se as portas do Alvorada para a entrada de deputados que farão novo convescote político com Dilma.

Nesta semana, Dilma fará o possível para parecer presidencial e sólida na cadeira. Recebe a chanceler alemã Angela Merkel (4a e 5a feiras) e terá encontros separados com grandes empresários.

E como cereja do bolo, continuará a apoiar a tal “Agenda Brasil”. A pauta com propostas liberais e antagônicas ao que defende o PT foi abraçada por Dilma “con gusto”. Deve avançar nas próximas semanas.

É uma estratégia que se presta a dois objetivos. Primeiro, mudar a embocadura do noticiário (quase sempre sobre recessão econômica e corrupção). Segundo, sinalizar para o establishment que pode ser mais seguro manter o atual governo para tocar algumas reformas liberais do que mudar tudo e correr o risco de uma paralisia ainda maior do que a atual.

ESQUIZOFRENIA E A TEORIA DO VIOLINO
Dilma está sendo acusada de conduzir uma agenda esquizofrênica: convida sindicalistas para ir ao Palácio do Planalto xingar –na sua frente– seu ministro da Fazenda, Joaquim Levy. Para completar, está incorporando a “Agenda Brasil” –que consegue ser ainda mais liberalizante (do ponto de vista econômico) do que as ideias do próprio Levy.

Por algum motivo que os cientistas políticos e historiadores ainda vão descobrir, coerência não é um valor que esteja no topo da lista dos brasileiros quando analisam e julgam um governante. A incoerência e a ambiguidade no campo econômico parecem facilmente perdoadas pelos eleitores.

Fernando Henrique Cardoso governou o Brasil por 8 anos (1995-2002) e conviveu intensamente com essas incongruências em seu governo. De um lado, tinha o grupo liderado por Pedro Malan (na Fazenda) defendendo uma cartilha mais ortodoxa. Do outro, o tucano José Serra dinamitando todos os dias a política de Malan.

Depois, Lula também teve algo semelhante. Enquanto os conservadores Antonio Palocci e Henrique Meirelles defendiam rigidez fiscal, outro grupo comandado por José Dirceu e Luiz Gushiken pediam mais gastos públicos e uma defesa maior do Estado.

Na realidade, o ponto fora da curva havia sido Dilma. Fez um governo muito mais esquerdista do que FHC e Lula. Agora, ao abraçar a “Agenda Brasil”, faz valer mais uma vez a máxima segundo a qual o poder no Brasil é como um violino –toma-se com a esquerda e toca-se com a direita.

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Perfil do Blog no Twitter fica entre os 10 mais relevantes da imprensa sobre notícias do poder
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Fernando Rodrigues

O perfil FR_BSB no Twitter, do autor deste blog, ficou entre os 10 perfis mais relevantes da mídia brasileira, segundo levantamento da Interagentes.

O estudo, realizado de 11 a 16.jul.2013, no rescaldo dos protestos de junho, monitorou as mensagens trocadas pela rede social para identificar os principais pontos de difusão de informação sobre a presidente Dilma Rousseff.

A metodologia estimou o valor de cada perfil a partir do número de compartilhamentos de suas postagens que citavam a presidente. Quanto mais postagens compartilhadas, maior a autoridade do perfil.

O resultado foi um gráfico colorido que representa as mensagens compartilhadas sobre Dilma no período. Os perfis mais influentes foram divididos em 4 grupos, separado por cores: imprensa (amarelo), apoiadores de Dilma (vermelho), opositores de Dilma com viés conservador (azul) e opositores de Dilma pela ótica do direito das minorias (verde) – veja a imagem abaixo.

No grupo da imprensa, o FR_BSB ficou em 10º lugar no ranking. O perfil mais influente foi o do jornal O Estado de S. Paulo, seguido pela do jornal O Globo e o da revista Veja. Entre os 10 primeiros da lista, 8 são perfis oficiais de empresas de comunicação. Eis a lista, de 1 a 10:

1. @Estadao
2. @JornalOGlobo
3. @VEJA
4. @g1
5. @folha_com
6. @UOLNoticias
7. @diImabr
8. @portalR7
9. @TerraNoticiasBR
10. @FR_BSB

O levantamento retratou um momento de politização posterior aos protestos de junho. Duas semanas antes, em 24.jun.2013, Dilma propunha em rede nacional de rádio e televisão a realização de uma constituinte exclusiva para a reforma política. A medida procurou dar uma resposta às manifestações, mas naufragou em poucos dias.

As mensagens também registravam a reação da classe médica à decisão do governo de trazer profissionais estrangeiros para atuar em hospitais públicos, defendida pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, e obrigar estudantes de medicina a atuar por dois anos no sistema público de saúde – esta última, cancelada pelo ministro da Educação, Aloizio Mercadante.

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Cobertura negativa sobre o Brasil na mídia internacional bate recorde após protestos de junho
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Fernando Rodrigues

Artigos com viés negativo representaram 36% do total no 2º trimestre de 2013
Em números absolutos, houve alta de 64% em relação ao período anterior

O número de reportagens com teor negativo sobre o Brasil veiculadas na imprensa internacional atingiu 36% do total no 2º trimestre do ano, um recorde desde que a pesquisa começou a ser feita, em 2009.

Foram 425 reportagens negativas nos meses de abril, maio e junho, de um total de 1.167, segundo levantamento da agência Imagem Corporativa em 15 veículos internacionais. O principal motivo da alta é a cobertura dos protestos de rua de junho. Também contribuiu para o índice o estupro de uma turista americana em uma van do Rio de Janeiro, em abril.

Para efeito de comparação, no trimestre anterior apenas 24% dos artigos monitorados apresentaram viés negativo sobre o país (gráfico abaixo).

Em números absolutos, o 2º trimestre registrou um crescimento de 64% de reportagens negativas em relação ao período anterior. No 1º trimestre, a pesquisa havia captado 259 textos com esse teor, de um total de 1.069 artigos.

O levantamento aponta crescimento de 9,16% do número de reportagens citando o Brasil no 2º trimestre, tanto negativas quanto positivas. Além dos protestos, contribuíram para a alta a Copa das Confederações e a eleição do embaixador brasileiro Roberto Azevêdo para a direção da Organização Mundial do Comércio.

Veículos. O meio de comunicação que mais publicou reportagens sobre o Brasil no 2º trimestre foi o chileno El Mercurio, com 18,77% dos textos monitorados. Em seguida vem o britânico Financial Times, com 15,08% das reportagens, seguido pelo argentino Clarín, com 14,57% (gráfico abaixo).

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52 jornalistas sofreram agressões em protestos
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Fernando Rodrigues

Levantamento da Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo) indica que 52 jornalistas sofreram algum tipo de agressão durante a atual onda de protestos de rua em todo o Brasil.

O estudo mostra que 34 agressões e ameaças foram de autoria da polícia, 12 vieram dos próprios manifestantes e ocorreram também 6 prisões –tudo em 11 cidades brasileiras.

“São Paulo foi o local onde houve mais casos –25, quase a metade do total. Fortaleza vem logo em seguida, com seis casos. O Rio de Janeiro teve cinco. O jornal Folha de S.Paulo foi o veículo com mais vitimas: 7 profissionais, entre repórteres e fotógrafos”.

No site da Abraji está disponível uma tabela com a relação completa dos jornalistas que sofreram as agressões e um breve relato de cada episódio.

O levantamento é parcial: há casos que podem não ter sido computados por diversas razões, inclusive quando veículos ou jornalistas preferem não ter suas estatísticas divulgadas.

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