Dilma vai pessoalmente ao PSD receber o apoio de sigla de Kassab
Fernando Rodrigues
Presidente encerrará a reunião a Executiva do partido na quarta-feira
Legenda do ex-prefeito de São Paulo anunciará adesão à reeleição da petista
A presidente Dilma Rousseff vai pessoalmente até a sede do PSD (Partido Social Democrático) em Brasília na quarta-feira (20.nov.2013) que vem para receber o apoio formal da legenda.
O PSD fez um processo de consultas formais aos seus 27 diretórios (26 Estados e Distrito Federal). Concluiu por maioria que deve apoiar o projeto de reeleição de Dilma em 2014. Esse fato já é conhecido. Será formalizado numa reunião da Comissão Executiva Nacional da sigla na próxima quarta-feira.
A novidade é que não será o presidente nacional do PSD que levará a decisão até Dilma Rousseff. Será a petista que aceitou ir à reunião do novo aliado oficial.
Há um simbolismo especial nessa atitude da presidente. Depois do PT, que é o seu partido, o PSD será a primeira agremiação política a oficializar apoio ao projeto de reeleição para 2014. Nem o PMDB, que ocupa a vaga de vice-presidente da República, com Michel Temer, ainda se mexeu para formalizar a reedição da chapa no ano que vem.
A presença de Dilma Rousseff está agendada para a hora do almoço. Deve ocorrer logo depois do meio-dia. Há uma preocupação em não permitir que se interprete que a presidente estaria fazendo política de campanha no horário de expediente.
Estarão presentes os presidentes dos diretórios estaduais do PSD e a bancada de congressistas da legenda.
A importância do PSD está no tempo de TV e de rádio que a legenda tem a oferecer numa aliança formal em 2014. Mesmo depois de todas as baixas recentes na bancada na Câmara, a sigla continua tendo 49 deputados –para efeito de distribuição do tempo da propaganda eleitoral. Trata-se do mesmo número de deputados de que dispõe o PSDB, maior partido de oposição (também para efeito de cálculo de tempo na mídia eletrônica).
Na quarta-feira, portanto, a deferência que Dilma Rousseff fará ao PSD tem uma contrapartida clara. A legenda de Kassab agregará à campanha da petista o mesmo número de minutos que o PSDB terá na TV e no rádio na campanha de 2014.
p.s.: e não custa também lembrar que Dilma Rousseff faz esse gesto num momento em que o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (do PT), hostilizou Gilberto Kassab por causa do escândalo com a máfia dos fiscais paulistanos.
A ida de Dilma ao PSD é um sinal explícito de como a presidente ficou incomodada com a beligerância produzida pelo petista Haddad em relação ao aliado Kassab.