Para 90%, mensaleiros não cumprirão as penas de acordo com a lei
Fernando Rodrigues
Atuação de Joaquim Barbosa é considerada 'adequada' ou 'muito adequada' por 73%, segundo pesquisa
A maior parte da população acredita que os condenados no escândalo do mensalão terão privilégios durante o cumprimento de suas penas. Para 50%, as punições não serão aplicadas conforme a lei e, para outros 40%, a obediência à legislação será apenas parcial, segundo pesquisa online realizada com 1.252 moradores de todos os Estados.
Também para 89%, os mensaleiros receberão tratamento diferenciado nas prisões. Isso mostra que não pegou bem o tratamento VIP recebido pelos condenados em seus primeiros dias no Presídio da Papuda, no Distrito Federal. Enquanto familiares de presos ''comuns'' tinham que madrugar na fila no dia da visita, amigos e correligionários dos políticos presos chegavam de carro e passavam direto pelos portões da prisão.
Apesar de ser alvo contumaz de ataques de líderes petistas, a condução do julgamento pelo ministro Joaquim Barbosa, presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), é considerada “adequada” ou “muito adequada” para 73% dos entrevistados. O levantamento foi realizado nos dias 22 a 24.nov.2013 pela Expertise e tem margem de erro de 2,8 pontos percentuais, para mais ou para menos.
Esse resultado é semelhante ao apurado pelo Datafolha: segundo pesquisa do instituto divulgada em 1.dez.2013, 86% dos brasileiros afirmam que o presidente do STF agiu bem ao mandar prender os mensaleiros. Entre simpatizantes do PT, a parcela é ainda maior: 87% aprovam as atitudes de Barbosa na execução das penas dos condenados do mensalão.
Mídia, política e Supremo
Para 59% dos entrevistados pela Expertise, a mídia teve “muita influência” no julgamento do mensalão. Outros 56% apontam que os ministros do Supremo também estiveram sob “muita influência” da política nesse período.
A população também está otimista em relação aos efeitos do julgamento na ética na política: 72% acreditam que a condenação dos mensaleiros terá efeito em futuros julgamentos de casos de corrupção.