Blog do Fernando Rodrigues

163 deputados e senadores desprezam redes sociais

Fernando Rodrigues

Segundo pesquisa, 27% dos congressistas estão ausentes da internet

Pesquisa realizada pela agência Medialogue sobre a atividade dos 594 congressistas brasileiros na internet e redes sociais concluiu que 163 deles (27%) estão ausentes do universo digital.

Entre os reprovados há figuras conhecidas do Congresso, oriundos de Estados e partidos diversos, como os senadores Alfredo Nascimento (PR-AM), Lindbergh Farias (PT-RJ) e Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) e os deputados Arlindo Chinaglia (PT-SP), Miro Teixeira (Pros-RJ), Inocêncio Oliveira (PR-PE) e Jaqueline Roriz (PMN-DF).

Para chegar a essa conclusão, a Medialogue vasculhou os sites e perfis em redes sociais dos 513 deputados e 81 senadores, atribuindo notas de 0 a 10 em 5 quesitos: presença (sites, blogs e perfis operantes), influência (ranking das páginas), interatividade (espaço para manifestação de eleitores e tempo de resposta a e-mails), multimídia (uso de vídeos, fotos e áudios) e audiência (número de seguidores e visualizações). Quem teve nota média igual ou menor a 2 foi considerado ausente da internet.

A desatenção desses políticos com o meio digital vai contra a tendência de os eleitores usarem cada vez mais as redes sociais e sites para acompanhar os deputados e senadores. Em 2 anos, o número de seguidores de congressistas brasileiros no Twitter e no Facebook saltou de 3,2 para 9 milhões –alta de 162%.

A pesquisa “Político 2.0” coletou os dados em setembro a novembro de 2013 e os resultados foram comparados com o levantamento anterior, de 2011. Segundo a Medialogue, hoje cerca de 10% dos usuários de redes sociais seguem pelo menos 1 deputado federal ou senador.

Na outra ponta, o levantamento encontrou uma “elite digital” de 54 deputados e 27 senadores. Juntos, eles acumulam 59% dos seguidores no Twitter e 44% dos fãs no Facebook de todos os congressistas. Também há nomes de várias regiões e partidos. Veja abaixo os 10 melhores, por ordem alfabética:

Reprodução

Menos Twitter, mais Facebook

Nos últimos 2 anos ocorreram mudanças na estratégia digital dos políticos: eles passaram a priorizar o Facebook ao Twitter e a desprezar ainda mais a comunicação por e-mail.

Em 2011, 77% dos congressistas tinham páginas ativas no Facebook –hoje são 92%. Já o percentual de políticos que atualizam perfis no Twitter caiu de 70% para 62%.

Caso você pretenda entrar em contato com deputados e senadores por e-mail, esqueça. Em 2011, 77% dos congressistas ignoravam os e-mails recebidos. Hoje a taxa é de 80%.

Os políticos, no entanto, parecem ter acordado para a importância de manter cadastros atualizados de quem os acompanha na internet. O percentual de congressistas que usa seus sites para cadastrar eleitores subiu de 61% para 88% no período.

Quanto mais informações deputados e senadores têm sobre sua base eleitoral, melhor será a aproximação com aqueles que estão realmente interessados no mandato e podem atuar como replicadores.

Campeões

De todas as bancadas na Câmara, a mais ativa nas redes sociais, em termos relativos, é a do PC do B: 100% dos 13 deputados comunistas estão no Twitter e no Facebook, 69% estão no Flickr (rede social para fotos) e 85% têm verbete na Wikipedia.

No Senado, a bancada mais digital é a do PSDB: 100% dos 11 senadores tucanos estão no Facebook e 91% estão no Twitter e na Wikipedia.

Individualmente, o deputado com a maior relação seguidores/voto é Jean Wyllys (PSOL-RJ). Vencedor de um Big Brother Brasil, ele é acompanhado por 356.892 pessoas via Twitter e Facebook e teve 13.018 votos nas últimas eleições –27,42 seguidores por voto. Em segundo lugar está Romário (PSB-RJ), com 7,51 seguidores por voto, e em terceiro o pastor Marco Feliciano (PSC-SP), com 2,18 seguidores por voto.

No Youtube, Romário é o congressista com mais visualizações de vídeos: 2,1 milhões. Ele é seguido de perto pelo deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ), com 2 milhões. Em terceiro está o deputado Gabriel Chalita (PMDB-SP), com 876 mil visualizações.

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