Marina será acusada de ir “para a direita” se apoiar Aécio, diz Amaral
Fernando Rodrigues
Presidente nacional do PSB diz que situação da candidata derrotada é “incômoda”
O presidente nacional do PSB, Roberto Amaral, disse na madrugada desta segunda-feira (6.out.2014) que Marina Silva está numa situação ''incômoda''.
Se a terceira colocada na corrida presidencial decidir-se por apoiar Aécio Neves (PSDB) na disputa de segundo turno, pode ser acusada de “ir para a direita”. A frase de Amaral foi dita no programa “Canal Livre”, da TV Bandeirantes.
Por outro lado, se Marina decidir-se por apoiar Dilma Rousseff (PT), estará indo contra o discurso sobre renovar a política que pregou durante o primeiro turno.
A provocação de Amaral foi uma reação ao que parece ser o caminho natural de sua candidata a presidente a partir de agora. É que na sua primeira aparição após a derrota, Marina sinalizou que poderia apoiar Aécio Neves.
Roberto Amaral afirmou que, pelo que conhece de Marina Silva, acha que ela pode acabar não apoiando ninguém no segundo turno –e aí seria classificada de “omissa”.
A neutralidade de Marina é o desejo maior do PT e de Dilma Rousseff, pois assim ficaria mais fácil para a candidata à reeleição ''pescar'' apoios entre os eleitores marinistas.
O presidente do PSB disse ter conversado com a candidata pessebista no final do domingo (5.out.2014). “Eu estava mais deprimido do que ela”, declarou. Marina “estava alegre e disse que foi além” do que as condições política permitiam.
Amaral e Marina combinaram de tentar anunciar uma posição conjunta ao longo desta semana. Mas o dirigente do PSB declara ser possível que o partido e o grupo liderado por Marina, a Rede, tenham posições divergentes. O objetivo, entretanto, é buscar um consenso.
No programa da TV Bandeirantes, Amaral fez uma brincadeira com o tucano Andrea Matarazzo, que também estava presente ao ''Canal Livre''. Ao comentar o fato de Aécio Neves não ter ido tão bem Minas Gerais, Amaral observou: ''É quem em Minas o Aécio é bem conhecido''.
Nesta segunda e terça-feira, Amaral pretende consultar líderes do PSB, sobretudo os governadores da legenda –os atuais, os que foram eleitos e os candidatos que vão disputar o segundo turno. Na quarta-feira (8.out.2014), o partido fará uma reunião da sua Executiva Nacional em Brasília, quando a decisão sobre o segundo turno presidencial deve ser anunciada.