PDT, aliado de Dilma, ensaia candidatura anti-Eduardo Cunha
Fernando Rodrigues
Deputados pedetistas testam nome de André Figueiredo para presidir Câmara
A Executiva Nacional do PDT reúne nesta 4ª feira (12.nov.2014) em Brasília as bancadas atuais e eleitas de deputados e senadores. Em pauta, a disputa pela Presidência da Câmara e a possível candidatura de André Figueiredo (PDT-CE) (foto) para o cargo.
O ensaio de um nome pedetista serve para fazer frente a Eduardo Cunha (PMDB-RJ), único deputado hoje em campanha explícita para presidir a Câmara. Cunha é desafeto do Palácio do Planalto e articula sua candidatura à revelia do vice-presidente Michel Temer, também do PMDB.
André Figueiredo nega ser candidato, mas reconhece que integrantes do partido defendem seu nome para o cargo.
O PDT é aliado da presidente Dilma Rousseff e tem uma bancada modesta –18 deputados, ampliada para 19 cadeiras na próxima legislatura. Não tem muito poder para influir na sucessão da Câmara, mas um nome próprio nessa disputa dificultaria um pouco a vida de Cunha, que hoje se movimenta sozinho e sem freios ocupando espaços na Câmara.
O PT deve definir seu nome para presidente da Câmara nesta 5ª feira (13.nov.2014), sem perspectiva de obter apoios relevantes de outras legendas. Quem vier para somar no embate a Cunha, ajuda.
Há uma regra tácita na Câmara segundo a qual o partido com a maior bancada indica o candidato que vencerá a disputa pela Presidência. Essa regra, entretanto, já foi desrespeitada várias vezes. Hoje o PT tem a maior bancada, mas o partido enfrenta grande resistência não só na oposição, mas dentro da própria base aliada.
Esse cenário já aconteceu uma vez no passado, em 2005. Naquele ano, foi escolhido para presidir a Câmara um deputado de uma bancada muito pequena, do PC do B, para ser o nome do consenso: Aldo Rebelo.