Dilma vai ao STF para tentar atrasar processo de impeachment
Fernando Rodrigues
Presidente argumenta que houve cerceamento de defesa
Também alega que fatos alheios à denúncia foram usados
Ação foi preparada por José Eduardo Cardozo, da AGU
Sem votos na Câmara, estratégia é último recurso do Planalto
A presidente Dilma Rousseff, por meio da Advocacia Geral da União, entrou hoje (14.abr.2016) com uma ação no Supremo Tribunal Federal contra o trâmite do processo de impeachment.
O ministro titular da AGU, José Eduardo Cardozo, alega na ação que a defesa não foi chamada para acompanhar todas as fases do processo de impeachment durante o curso dos trabalhos da Comissão Especial da Câmara.
Outro argumento apresentado na ação da AGU ao STF é que durante o trâmite do pedido de impeachment houve discussão de fatos que não têm a ver com o objeto da denúncia.
MAIS AÇÕES
Congressistas e partidos aliados ao Planalto devem inundar o STF com mais ações contra o processo de impeachment hoje e amanhã.
O principal objetivo é conseguir, pelo menos, alguma decisão provisória que suspenda a votação marcada para domingo (17.abr.2016), quando o plenário da Câmara analisará a admissibilidade do pedido de impedimento contra Dilma Rousseff.
LEITURA POLÍTICA
A entrada de ações contra o impeachment no STF, por parte do governo, estava prevista há algum tempo, mas vinha sendo deixada para a última hora. A estratégia só seria usada caso o Planalto concluísse que os votos para vencer no domingo seriam insuficientes. É esse o caso.
A interpretação geral dentro do governo é que hoje o pedido de impeachment seria aprovado no plenário da Câmara. Se não houver uma decisão favorável do STF, dando mais tempo a Dilma para cooptar deputados, o caso estará perdido.