Sem consenso, Temer cria comissão para fazer reforma da Previdência
Fernando Rodrigues
Grupo de trabalho terá 30 dias para desenhar novo sistema
Sindicalistas de 4 centrais são contra fixar idade mínima
1ª reunião foi marcada para 4ª feira no Palácio do Planalto
A reunião entre os dirigentes de 4 centrais sindicais e o presidente interino Michel Temer na tarde desta 2ª (16.mai.2016) pouco avançou na reforma da Previdência Social. Não houve acordo sobre pontos polêmicos, como a implantação de uma idade mínima para a aposentadoria e a paridade entre os benefícios de homens e mulheres.
O grupo acertou apenas a formação de uma comissão de trabalho vinculada ao Planalto. Cada entidade indicará 2 integrantes para o colegiado, que terá também o ministro Eliseu Padilha (Casa Civil).
As informações são do repórter do UOL Luiz Felipe Barbiéri.
''Ele garantiu que nenhuma reforma será aprovada sem conversas. Até por isso criamos o grupo de trabalho'', afirmou Ricardo Patah, presidente da UGT (União Geral dos Trabalhadores).
A comissão marcou a 1ª reunião para a próxima 4ª feira (18.mai), às 9h, no Palácio do Planalto. Os sindicalistas precisarão chegar a um desenho da reforma previdenciária em 30 dias.
''Se não nos atentarmos para a questão das reformas, o desemprego, no ritmo em que está, poderá sair de 10% e para 14%'', disse o ministro Henrique Meirelles (Fazenda).
Segundo um sindicalista, Temer mostrou boa vontade em dialogar, mas pediu menos afobação.
''Quando leio o jornal de domingo parece que já estou aqui (na Presidência) há 1 ano e meio'', disse aos presentes.
Depois que o plano inicial de reforma da Previdência estiver pronto, um projeto começará a ser discutido no Congresso, quando o debate será ampliado.
Tudo considerado, o governo não espera votar a emenda constitucional que mudará o sistema antes de meados de outubro, depois de realizado o 1º turno das eleições municipais.