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Lula compara Eduardo Campos a Collor
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Fernando Rodrigues

Ex-presidente também reconhece que Guido Mantega errou ao fixar a taxa de retorno em concessões

Nesta foto de 2010, o então presidente Lula recebe Campos e Collor no CCBB de Brasília. Crédito: Sérgio Lima/Folhapress - 21.jun.2010

Nesta foto de 2010, o então presidente Lula recebe Campos e Collor no CCBB de Brasília. Crédito: Sérgio Lima/Folhapress – 21.jun.2010

Aos poucos vão aparecendo mais informações sobre o almoço na última sexta-feira (14.mar.2014) entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e empresários do Paraná.

Num determinado momento, conforme relatado ao Blog por um dos presentes, Lula disse: “A minha grande preocupação é repetir o que aconteceu em 1989: que venha um desconhecido, que se apresente muito bem, jovem … e nós vimos o que deu”. Vários dos presentes entenderam a frase como uma comparação entre Fernando Collor de Mello e Eduardo Campos.

Em 1989, Collor era apenas conhecido como um governador de um Estado do Nordeste –no caso, Alagoas. Era jovem, pregava renovação e ganhou o Palácio do Planalto. Depois, sofreu um processo de impeachment e o país passou por severa crise econômica.

Hoje, Eduardo Campos (PSB) também é um político nordestino relativamente desconhecido, que governa um Estado da região (Pernambuco) e se apresenta como o jovem que vai renovar a política.

No seu discurso a empresários do Paraná, Lula não fez citações ao tucano Aécio Neves, outro candidato a presidente oposicionista.

No trecho em que fez uma citação indireta a Eduardo Campos, o ex-presidente disse que a atual ocupante do Palácio do Planalto, Dilma Rousseff, é a única que pode “dar garantia de manutenção de estabilidade no país”.

No seu discurso, Lula disse: “Eu vim escutar”. Foi uma espécie de contraponto à notória aversão de Dilma em ouvir empresários e políticos com frequência. Na prática, essa será a estratégia na campanha: o ex-presidente se apresentar pelo país afora como grande fiador da reeleição de sua apadrinhada política.

Os argumentos de Lula foram sempre no sentido de comparar como está o Brasil hoje e como era em 2002, último governo do PSDB. “Estamos melhor do que estávamos antes”, disse o ex-presidente. Justificou certos gargalos na infraestrutura por causa do aumento da atividade econômica. No início da década passada, os aeroportos recebiam menos de 50 milhões de pessoas durante um ano. Agora, são cerca de 110 milhões ao ano.

Num dado momento, Lula disse que todos os empresários que estavam presentes ganharam dinheiro enquanto o PT esteve no poder. “Se não tivessem ganhado dinheiro não estariam aqui”. Alguns dos presentes riram.

Carismático, Lula falou o que os empresários gostariam de ouvir. Sobrou então uma crítica ao ministro da Fazenda, Guido Mantega, que “demorou muito” para perceber que estava errada a taxa máxima de retorno fixada pelo governo nas concessões de serviços públicos, como rodovias.

É claro que Lula não citou que Dilma Rousseff errou junto com Guido Mantega nesse episódio de taxas de retorno –causando atrasos no programa de concessões à iniciativa privada. É que Dilma é candidata. Já Guido Mantega é apenas um ministro à espera do fim do governo para sair da cadeira que ocupa.

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