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Delcídio foi de jatinho a São Paulo falar com Lula e mostrou recibo do voo
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Fernando Rodrigues

Ex-petista mostrou recibo do fretamento no valor de R$ 17 mil

Senador diz que Renan e Lobão estavam juntos no avião

Reunião teria sido para decidir sobre compra de silêncio de Cerveró

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o senador Delcídio, sem partido, delator da Lava Jato e ameaçado de cassação

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, afirmou na denúncia contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva que havia provas de uma reunião entre o petista e o senador Delcídio do Amaral.

Trata-se de um recibo de fretamento de um jatinho que saiu de Brasília e voltou a São Paulo no mesmo dia, 8 de maio de 2015. Estavam também no avião os senadores Renan Calheiros (PMDB-AL) e Edison Lobão (PMDB-MA), segundo relato de Delcídio.

O Blog reproduz a seguir o que disse Delcídio em uma de suas dezenas de conversas com jornalistas nos últimos meses –apesar de argumentar que está doente e não poder comparecer ao Senado. O trecho a seguir foi registrado pelo Blog no dia 12.mar.2016, um sábado, na casa de uma pessoa da família do senador, em São Paulo:

“O que tem de mais grave é a relação [de Lula] com o [José Carlos] Bumlai. Depois que eu conversei com o Maurício Bumlai eu estive no Instituto Lula. Aí começou a desova dos R$ 50 mil de mesada [para Nestor Cerveró].

“Nós fomos a São Paulo para falar com o Lula numa sexta-feira [8.mai.2015]. Eu, Renan [Calheiros] e [Edison] Lobão. Fomos um voo de jatinho da Líder. Cada um dos 3 passageiros pagou a sua parte: R$ 17 mil. Eu paguei a minha. Tenho recibos e passei tudo [para a Procuradoria geral da República]. Eu paguei a minha parte daquele voo. ‘E os outros dois?’, quis saber o delegado. Eu respondi: aí tem de ver com eles.

“Fomos numa sexta-feira porque no dia seguinte eu justamente tinha aquela agenda com a Dilma, no Alvorada. Ela nega, mas eu fui lá. Ela sabe.

“Nós fomos ao Lula naquela sexta-feira porque ele queria montar um gabinete de crise e tínhamos de relatar o que estava se passando. Voltamos bem tarde. E aí aconteceu algo curioso. Tinha uma pessoa no aeroporto, em Brasília, que viu a gente chegar e fez uma foto e publicou num blog qualquer perguntado: o que faziam Delcídio, Renan e Lobão numa sexta-feira à noite?”.

Delcídio não elaborou a respeito do papel de Renan Calheiros e de Edison Lobão nessa viagem que fez a São Paulo para se encontrar com Lula.

Rodrigo Janot, na apresentação da denúncia contra Lula ao STF argumentou o seguinte a respeito de o ex-presidente estar envolvido numa operação para “viabilizar a compra do silêncio de Nestor [Cerveró]” para proteger o pecuarista José Carlos Bumlai:

“A respeito desse fato, há diversos outros elementos, tais como e-mail com comprovante de agendamento da reunião entre Lula e Delcídio no Instituto Lula, no dia 8 de maio de 2015; comprovantes de deslocamento efetivo do senador para São Paulo compatível com esta data; outros documentos que atestam diversas outras reuniões entre Lula e Delcídio no período coincidente às negociatas envolvendo o silêncio de Nestor Cerveró, além de registros de diversas conversas telefônicas mantidas entre Lula e (o pecuarista) José Carlos Bumlai e entre este e Delcídio”.

Uma curiosidade sobre Delcídio: por muitos anos, o ex-petista usou o nome “Delcídio Amaral”. Em 2014, aconselhado por uma numeróloga, resolveu acrescentar o “do”. Passou a ser Delcídio “do” Amaral para ter sorte. Perdeu a eleição para o governo de Mato Grosso do Sul. Agora, está para ter o mandato cassado no Senado. Eis o vídeo com Delcídio contando sobre a mudança de seu nome.

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Agência digital do PT anuncia fim do contrato de R$ 6,4 milhões com partido
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Fernando Rodrigues

Pepper já fez duas campanhas presidenciais

Empresa também cuida do Facebook de Dilma

Pepper-logo

Logotipo da Pepper Interativa, extraído da página da empresa na internet

A Pepper, agência de comunicação interativa que atua nas redes sociais, entregou nesta 5ª feira (10.set.2015) uma carta à Direção Nacional do PT anunciando que não pretende renovar o contrato que mantém com o partido.

A relação entre a empresa e o PT continua até 31 de dezembro. Na carta enviada ao presidente nacional do partido, Rui Falcão, a Pepper diz ter resolvido informar sua decisão com antecedência para que seu cliente tenha tempo de “selecionar e escolher um novo fornecedor, sem risco de descontinuidade do serviço de comunicação digital”.

O contrato que a Pepper mantém com o PT tem um valor de R$ 530.000,00 por mês –um total de R$ 6,360 milhões por ano. A empresa trabalha para o partido há 4 anos, cuidando da comunicação da legenda nas redes sociais, criando e produzindo o conteúdo do site. Desde 2012, a Pepper também administra o Facebook da presidente Dilma Rousseff.

Com o final do contrato, o PT terá de procurar outra empresa para cuidar do Facebook da presidente da República.

OPERAÇÃO ACRÔNIMO
Neste ano de 2015, a Pepper esteve no noticiário por causa da Operação Acrônimo, que tem como um dos alvos principais o governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), e a mulher dele, Carolina Oliveira.

A Operação Acrônimo, conduzida pela Polícia Federal, apura suspeitas de desvio de recursos públicos para o financiamento de campanhas do PT. Em junho, por determinação do ministro Herman Benjamin, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), foi realizada busca e apreensão na sede da Pepper, em Brasília, e em outras empresas.

As investigações começaram em 2014, depois de policiais federais terem apreendido um avião com R$ 113 mil a bordo. Próximo a Pimentel, o empresário do setor gráfico Benedito Rodrigues, o Bené, estava na aeronave.

A Pepper apareceu no âmbito da Operação Acrônimo, entre outras razões, porque Carolina Oliveira trabalhou por 28 meses na empresa e recebeu um total de R$ 440.000 nesse período (anos de 2013 a 2014). A empresa também prestou serviços nessa mesma época ao BNDES e recebeu R$ 520 mil.

Em um comunicado oficial, a Pepper nega qualquer irregularidade. Diz que todos os contratos foram legais e os preços compatíveis com os praticados no mercado.

O QUE É A PEPPER
A Pepper, cuja proprietária é Danielle Miranda Fonteles, trabalha para o PT desde meados de 2010. Ajudou o marqueteiro João Santana, responsável pela campanha eleitoral que levou Dilma Rousseff ao Palácio do Planalto.

A empresa foi criada em 2008 para atuar nas redes sociais, desenvolvendo portais, sites e produzindo conteúdo para a web.

Entre outros trabalhos e clientes da Pepper estão o portal Sou Agro e o site de notícias Metrópoles, que acaba de ser lançado em Brasília sob o comando do ex-senador Luiz Estevão.

Além da campanha eleitoral de Dilma, em 2010, a Pepper atuou em 2014 nas campanhas vitoriosas ao governo da Bahia, de Rui Costa (PT), e ao governo de Alagoas, de Renan Filho (PMDB). Em 2008, a empresa trabalhou para a então petista Marta Suplicy, que disputou (e perdeu) a eleição para a Prefeitura de São Paulo.

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