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Arquivo : Domingos Dutra

Rede tem 5 dias para conseguir 40 mil assinaturas, diz deputado
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Fernando Rodrigues

Domingos Dutra já decidiu: se Rede não for criada, se filia ao Solidariedade
Marina prepara planilha com protocolos e atrasos de cartórios

O Rede Sustentabilidade, de Marina Silva, tem 5 dias para conseguir as cerca de 40 mil assinaturas certificadas que faltam para obter o registro de partido na Justiça Eleitoral.

O cálculo é do deputado federal Domingos Dutra (PT-MA), que integra a Executiva da Rede. Ele diz que se as assinaturas não forem entregues até 2ª feira (23.set.2013), não haverá tempo para que o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) conceda o registro até o dia 5 de outubro, data limite prevista na legislação eleitoral para que o partido dispute as eleições de 2014.

Ele já decidiu que, se a Rede não for criada, vai se filiar ao Solidariedade, de Paulinho da Força (PDT-SP). Dutra não aceita a aliança do PT com o senador José Sarney (PMDB-AP) no seu Estado, o Maranhão, e quer se lançar a senador em 2014. O TSE deve decidir na noite de hoje (17.set.2013) se autoriza a criação do Solidariedade.

“Se não conseguirmos as assinaturas, vou sentar com o Alfredo Sirkis [PV-RJ] e o Walter Feldman [PSDB-SP] para definirmos um anúncio comum”, disse. Dutra, Sirkis e Feldman são os 3 deputados federais que compõem a Executiva da Rede.

Trâmite. Entre o prazo estabelecido por Dutra e o limite de 5 de outubro, o TSE realizará 4 sessões. Nesse período, o processo de criação da Rede ainda precisa ser encaminhado ao Ministério Público – que dá seu parecer -, retornar ao tribunal e ser pautado para julgamento pela presidente da Corte, ministra Cármen Lúcia.

O deputado maranhense ainda tem esperanças de que a Rede complete as 492 mil assinaturas a tempo. Nesta semana, o grupo pretende entregar cerca de 150 mil assinaturas certificada ao TSE e chegar a 450 mil. Faltariam cerca de 40 mil.

Dutra cita seu Estado para ilustrar o sufoco por que passa o grupo de Marina Silva. No Maranhão, a meta de certificar 23.500 assinaturas certificadas será cumprida somente nesta semana.

Pressão. A Rede elaborou uma planilha extensa de todas as assinaturas de apoio, com as datas de protocolo nos cartórios eleitorais, para apresentar ao TSE, informou hoje (18.set.2013) o Painel, da Folha. O partido de Marina Silva quer demonstrar que houve lentidão e dar argumentos para que o tribunal garanta seu registro.

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Rede deve atrair só até 3 deputados, diz fundador da sigla junto com Marina Silva
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Fernando Rodrigues

Sérgio Lima/Folhapress - 12/05/2011

A demora da Rede Sustentabilidade, de Marina Silva, em obter seu registro na Justiça Eleitoral está levando deputados federais interessados na sigla a desistirem de se filiar ao novo partido já para as eleições de 2014.

O fundador da Rede e deputado Alfredo Sirkis (PV-RJ) estima que o partido, uma vez registrado, atrairá somente 3 congressistas: além dele, Domingos Dutra (PT-MA) e Walter Feldman (PSDB-SP).

Sirkis afirma que cerca de 20 colegas da Câmara simpatizam com a sigla, mas não devem se filiar. O motivo é a falta de tempo para montar palanques competitivos nos Estados. Sem isso, o risco de perder as eleições é alto.

Ele estima que a Rede obterá o registro “em cima da bucha”, próximo a 5 de outubro, data limite para participar das eleições de 2014.

“Quem tem a perspectiva de se reeleger está revendo a decisão de se filiar à Rede. É arriscado se lançar por uma chapa que pode nem atingir o quociente eleitoral”, diz Sirkis, referindo-se ao número mínimo de votos necessário para que um partido ganhe uma cadeira na Câmara.

Nessa lista estão os deputados Simplício Araújo (PPS-MA) e Reguffe (PDT-DF). Caso se reelejam, a migração para a Rede ficaria apenas para 2018 – horizonte longo demais no universo da política. A regra da fidelidade partidária pune quem trocar de partido no meio do mandato com a perda do mesmo.

A Rede trava uma batalha burocrática para conseguir seu registro definitivo. Até a última 6ª feira (17.ago.2013), o grupo de Marina havia coletado cerca de 600 mil assinaturas, mas validado apenas 250 mil – pouco mais da metade das 491.569 necessárias para criar um novo partido. A presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ministra Cármen Lúcia, afirmou na 6ª feira a Marina que dará prioridade ao processo de criação da nova sigla.

(Bruno Lupion)

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De saída do PT, Domingos Dutra afirma que Dilma ‘paga o pato’ pelas escolhas de Lula
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Fernando Rodrigues

Deputado federal quer se filiar à Rede e disputar o Senado em 2014

Sérgio Lima/Folhapress

O deputado Domingos Dutra (PT-MA) fez um discurso emocionado na 2ª feira (5.ago.2013) em Milagres do Maranhão, interior do Estado, no qual deixou claro para todos os petistas que o ouviam: ele deixará a legenda que ajudou a fundar, há 33 anos, para se filiar à Rede, de Marina Silva.

O motivo do rompimento é a aliança do PT com o senador José Sarney (PMDB-AP). O deputado, que chegou a fazer greve de fome em 2010 contra o apoio do PT à reeleição de Roseana Sarney, cansou de defender que seu partido não se junte ao clã que domina a política maranhense há décadas.

Em entrevista ao Blog, ele afirma que Lula desperdiçou a chance de usar sua popularidade para “oxigenar a política”. Para Dutra, o ex-presidente preferiu dar razão a “gente ordinária, que está aí há séculos”, e hoje a presidente Dilma “paga o pato” por essa escolha, virando alvo de protestos que pedem renovação na política.

O deputado avalia que é mais fácil o PMDB abandonar o PT, caso Dilma não se reeleja presidente, do que o PT “se desgrudar” de Sarney. “2014 está chegando e o PT continua no curral do Sarney”, afirma.

Leia trechos da entrevista a seguir:

Por que o senhor decidiu sair do PT?

Em 2010, o diretório estadual do PT definiu, contrariando a vontade do diretório nacional e pressões do governo do Estado, uma aliança com o PC do B para o governo do Estado, apoiando o Flávio Dino, que era deputado federal. O PC do B é aliado do PT desde a primeira eleição, em 1989. Nosso encontro foi em março e de março até junho o senador [José] Sarney ficou pressionando o presidente Lula. Ao final, Lula determinou que o diretório nacional fizesse intervenção no diretório [estadual] do Maranhão. E entregou o partido para o Sarney. Eu fiz greve de fome durante 10 dias. No final da grave de fome, nós fizemos um acordo e nesse acordo o diretório nacional nos liberou para fazer campanha a favor do Flavio. Só que está chegando 2014 e o PT do Maranhão continua no curral do Sarney. Diante dessa situação, eu não posso continuar no partido. A não ser que o PT do Maranhão saia do curral do Sarney.

Há chances de o PT romper com Sarney?

Acho muito difícil. Eu não acho que o PT vá sair, mas é possível o PT ser expulso pelo PMDB do Maranhão, do Sarney, caso a presidente Dilma não melhore sua popularidade e o presidente Lula não puder ser candidato. Se o PT não tiver um candidato competitivo, o PMDB larga o governo e vai se juntar com o Aécio [Neves]. Aí acho que eles expulsam o PT e se agregam ao PSDB.

Nessa hipótese, o sr. permaneceria no PT?

Se o PT se desgrudar do Sarney, eu reavalio a minha saída. Apesar de todos os problemas nacionais que o partido tem, eu acho que ainda dá pra disputar o PT ainda. Agora, em nível local é impossível, porque não dá para conciliar.

Qual é sua relação com a Rede, de Marina Silva?

Estou desde fevereiro de 2013 ajudando a fundar o Rede. Como tem a fidelidade partidária, eu só posso me desfiliar do PT na hora que tiver um outro partido sendo legalizado no TSE [Tribunal Superior Eleitoral]. Fundou o partido, eu tenho 30 dias para sair de um e entrar no outro. Estou no processo de formação da Rede e numa contagem regressiva para me desfiliar do PT.

Além do sr., mais alguém do PT no Maranhão pretende ser filiar à Rede?

Tem vários militantes. Mas eu não estou fazendo campanha para grandes militantes saírem do PT e irem para a Rede. Primeiro, tem que legalizar o partido, para depois… Agora, eu acho que legalizando, vai sair muita gente. O [deputado estadual] Bira do Pindaré está discutindo.

Nesta semana, o sr. fez um discurso emocionado em Milagres do Maranhão anunciando a sua saída do PT. Como seus companheiros de partido reagiram?

Muitos não querem que eu saia, e nessas reuniões que eu estou fazendo com o Flávio Dino, chamadas “Diálogos”, juntam muitos petistas. Então eu aproveitei para explicar por que estou saindo. É evidente que isso emociona, ninguém rompe 33 anos de história de forma fria. Eu não tenho histórico [familiar] de político, eu venho de baixo, sou filho de camponeses, minha mãe era quebradora de coco, meu pai era lavrador, nasci num quilombo, estou no PT desde 80, nós abrimos a picada. Cheguei até aqui, nunca me envolvi com corrupção, nunca peguei um tostão de empresários pra fazer campanha, sempre faço minhas campanhas a pé, demos o melhor da nossa vida pelo PT e pela liderança do presidente Lula, então é evidente que isso emociona. Então, talvez pela emoção do anúncio, deu essa repercussão.

O projeto do PT se esgotou?

Eu acho que tem muita gente boa no PT, tem lideranças extraordinárias. O governo fez muita coisa boa, tanto o presidente Lula como a presidente Dilma. O erro foi na política porque, ao invés de oxigenar a política, o presidente Lula deu muita razão pra gente ordinária, pra política tradicional, que está aí há séculos. Por isso que está pagando o pato hoje. A presidente Dilma está pagando esse preço alto porque o presidente Lula teve a chance, com a sua popularidade, de oxigenar a política, e não oxigenou. Preferiu figuras como o Sarney, o [Fernando] Collor, Jader [Barbalho], e assim por diante.

O sr. vai se candidatar a qual cargo em 2014?

Como eu estou saindo do PT e a Rede ainda não existe, estou colocando meu nome como pré-candidato a senador. Se a Rede surgir, é pela Rede. Eu estou em segundo lugar nas últimas pesquisas, o campeão é o candidato do governo, que pode ser o [ministro das Minas e Energia] Edison Lobão [PMDB]. Mas, sem estrutura nenhuma, eu estou em segundo lugar.

(Bruno Lupion)

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