No Bradesco, Levy é visto como compensação para recusa de Trabuco
Fernando Rodrigues
A possível nomeação (ainda não oficial) de Joaquim Levy como ministro da Fazenda é vista dentro do Bradesco da seguinte forma (numa explicação de quem entende a alma do banco):
“Joaquim Levy foi oferecido como compensação pelo fato de Luiz Carlos Trabuco ter recusado o convite para ser ministro. Levy é visto como um técnico competente, mas sempre como um ‘outsider’. Não é ‘prata da casa’. Se sair chamuscado do Ministério da Fazenda mais adiante, será um novo Tápias, que foi rifado”.
A referência é a Alcides Lopes Tápias, que trabalhou no Bradesco por quase 40 anos, e saiu em 1996 para presidir a empreiteira Camargo Corrêa. Em setembro de 1999, a convite do então presidente Fernando Henrique Cardoso, assumiu o Ministério do Desenvolvimento. Nunca se aclimatou à vida na administração federal, foi fritado e deixou o cargo em julho de 2001.
A saída de Tápias do governo FHC, à época, não produziu ruídos com o Bradesco. Agora, o mesmo se dará com Joaquim Levy –o possível futuro ministro é apenas indicado pelo grande banco privado, mas não é “o banco” que está entrando para a administração de Dilma Rousseff.