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Transportes vai priorizar ponte no Sul e BR no Nordeste
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Fernando Rodrigues

Maurício Quintella fala em  pouca capacidade para investir

Novo ministro quer ampliar as privatizações e concessões

Alagoano é ligado a Eduardo Cunha e Valdemar Costa Neto

Sobre Valdemar: “Possui força e ascendência na sigla”

Eduardo Cunha: “Ele ainda não foi condenado a nada”

Maurício Quintella Lessa (PR-AL), ministro dos Transportes do governo de Michel Temer

Maurício Quintella Lessa (PR-AL), ministro dos Transportes do governo de Michel Temer

 

O novo ministro dos Transportes, Maurício Quintella (PR-AL), afirma que as prioridades imediatas de sua pasta serão a retomada das obras na ponte do rio Guaíba, no Rio Grande do Sul, e a duplicação da BR-101, que passa pelos Estados de Alagoas, Sergipe e Bahia.

Duas coincidências: 1) Quintella fez carreira política em Alagoas (Estado beneficiado pela duplicação da BR 101); 2) um dos homens fortes do novo governo, de Michel Temer, é Eliseu Padilha, do Rio Grande do Sul (onde está a ponte sobre o rio Guaiba).

“Quero incluir novidades, mas isso depende de discussão com o Planejamento e da disposição dos investidores”, declara o ministro dos Transportes.

Diante das dificuldades orçamentárias atuais, ele disse que trabalhará para tentar ampliar as privatizações e concessões na área de infraestrutura. A pasta comandada por Quintella é responsável pelos transportes rodoviário, ferroviário e aquaviário no país. O ministério também agregou atribuições anteriormente conferidas à Aviação Civil e aos Portos. Em 2015, o orçamento das 3 pastas somadas totalizou cerca de R$ 25 bilhões.

Ex-líder do PR no Câmara, Quintella passa a comandar as concessões de rodovias, ferrovias, portos e aeroportos do país. Sua intenção é ampliar os programas de privatização iniciados pelo governo Dilma. As concessões dos terminais de Fortaleza, Recife, Porto Alegre e Florianópolis, por exemplo, já estão em andamento.

Para Quintella, repassar a gestão dos terminais de infraestrutura é uma forma de contrabalancear a pouca capacidade de investimento do governo neste momento. “A atual gestão é tímida para privatizar. Nós vamos nos engajar. Vamos privatizar o que pudermos na infraestrutura, como o próprio presidente Temer sinalizou”, afirmou o ministro em entrevista ao repórter do UOL Victor Gomes.

JOGO MINISTERIAL
No governo Dilma, o PR já detinha o controle do ministério. Por isso, os atuais ocupantes de cargos de 2º e 3º escalão devem ser mantidos. A mudança na pasta deverá atingir apenas o cargo titular: sai Antônio Carlos Rodrigues, que ficou com Dilma até o fim, e entra Quintella.

O novo ministro renunciou ao posto de líder do PR para votar a favor do impeachment na Câmara, em 17.abr.2016.

Outros 26 dos 40 deputados do partido (65%) descumpriram a orientação pró-governo da bancada. No Senado, os 3 representantes da sigla votaram pelo impeachment. De olho nesses votos, Temer manteve o Partido da República à frente dos Transportes.

LIGAÇÕES POLÊMICAS
Em entrevista ao Blog, Quintella defendeu personagens controversos de seu partido. Valdemar Costa Neto, condenado no mensalão, “possui força e ascendência na sigla” e “cumpriu sua pena e já pagou pelo seu crime”. O ministro só não gosta que chamem Valdemar de dono do PR. “Ele era contra o impeachment, mas respeitou a vontade dos deputados e não quis fechar questão”, diz.

O deputado alagoano conversa sempre com Valdemar e com Eduardo Cunha. Votou a favor do presidente da Câmara no Conselho de Ética, mas “na condição de líder, representando um deputado [Vinícius Gurgel] que não pôde estar em Brasília”.

Quintella disse que sua posição sobre a cassação de Cunha só será conhecida no dia da votação no plenário. Isso se ele se licenciar do Ministério para votar. É considerado, porém, um aliado do peemedebista. Tanto que lhe concede o benefício da dúvida (“ele ainda não foi condenado a nada”) e reconhece que Michel Temer terá dificuldades para aprovar reformas sem Cunha no comando da Câmara.

Sobre a composição dos ministérios de Temer, Quintella defendeu o perfil dos novos ministros: “É bom fazer um mix de notáveis e políticos, para formar um bom governo com apoio do Congresso. Colocar um médico no Ministério da Saúde não é necessariamente a melhor opção. ”

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