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Dilma mantém viagem a NY e Michel Temer assume Presidência na 5ª
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Fernando Rodrigues

Petista participará de cerimônia de assinatura do Acordo de Paris

Temer será presidente por 3 dias em meio à tensão com o Planalto

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O vice, Michel Temer, e a presidente Dilma Rousseff

A presidente Dilma Rousseff decidiu confirmar sua participação na cerimônia de assinatura do Acordo de Paris em Nova York na 6ª feira. A petista viajará na 5ª pela manhã, abrindo espaço para o vice-presidente Michel Temer assumir a Presidência da República interinamente. Dilma voltará a Brasília no sáb. (23.abr).

Havia dúvidas sobre a presença da presidente no evento. Nas últimas semanas, Dilma cancelou 3 agendas internacionais por causa da crise política. Nesta 3ª feira pela manhã, ministros palacianos contatados pelo Blog acreditavam que a petista optaria por não viajar ao exterior.

A presidente não foi a uma cúpula sobre segurança nuclear realizada em Washington no final de março. Nesta semana, faltou à Assembleia Geral da ONU Sobre Drogas na 2ª e cancelou a participação na cerimônia de acendimento da tocha Olímpica que será realizada depois de amanhã, 5ª feira, na Grécia.

As informações são do repórter do UOL, Luiz Felipe Barbiéri.

Michel Temer  assumirá a Presidência no momento de maior tensão com o Palácio do Planalto. A presidente chama-o abertamente de golpista e o acusa de conspirar contra o seu governo.

Em outras oportunidades, o vice-presidente evitou usar o gabinete presidencial durante interinidades. Despacha do seu próprio escritório, na sede da Vice Presidência da República. Às vezes, nem fica em Brasília.

No Brasil, todas as vezes que a presidente viaja para o exterior, o vice precisa assumir oficialmente a função. Embora hoje em dia as comunicações digitais e via satélite permitam que o chefe de Estado e de governo possa tomar decisões de qualquer parte do planeta, essa tradição antiga foi mantida em todas as Constituições brasileiras.

A petista aproveitará a viagem a Nova York, entre outras razões, para criticar o que chama de “golpe” (o processo de impeachment) e falar sobre a situação política no país após a admissibilidade do processo de impeachment pela Câmara dos Deputados no último dom.(17.abr.).

O governo tem tido boa acolhida de parte da mídia internacional a respeito da tese do golpe. Nesta 3ª feira (19.abr.2016), a rede de notícias a cabo norte-americana CNN transmitiu uma entrevista de mais de 9 minutos da apresentadora Christiane Amanpour com o repórter Glenn Greenwald, que mora no Rio.

Na conversa, Greenwald diz considerar o impeachment “anti-democrático”. É nessa onda que Dilma pretende surfar passando por Nova York, dando entrevistas para outros veículos internacionais.

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A apresentadora Christiane Amanpour, da CNN, fala sobre a crise política do Brasil

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Maluf, que agora apoia o impeachment, deixa a lista vermelha da Interpol
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Fernando Rodrigues

“Agora, só falta o papa Francisco me canonizar”, diz deputado

Político volta a poder fazer viagens ao exterior sem risco de prisão

Primeiro passeio internacional será para Bariloche e Punta del Este

Exclusão ocorreu há um mês e meio; Maluf não explica a razão

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O deputado Paulo Maluf (PP-SP) em fevereiro de 2015

O deputado federal Paulo Maluf (PP-SP), 84 anos, e seu filho Flávio não estão mais na lista pública de pessoas procuradas pela Interpol, a Organização Internacional de Polícia Criminal.

Segundo informações do gabinete do deputado, a exclusão foi feita há 1 mês e meio. Maluf fala entre “duas e três semanas”. Ele não quis revelar como conseguiu que seu nome fosse retirado da lista de procurados internacionais.

Procurado pelo Blog, o deputado comemorou e fez uma brincadeira: “Estou fora do mensalão, fora do petrolão, fora da Lava Jato, não estou no Panama Papers e votei a favor do impeachment. Agora, saí da lista vermelha da Interpol. Só falta o papa Francisco me canonizar”.

As informações são do repórter do UOL André Shalders.

Ontem (11.abr.2016), no início da noite, Maluf foi um dos 38 deputados que votaram a favor da admissibilidade do impeachment da presidente Dilma Rousseff na comissão especial que tratou do assunto na Câmara. O pedido foi aceito, pois o Palácio do Planalto teve apenas 27 votos no colegiado de 65 integrantes.

Feliz com seu voto, Maluf dava entrevistas a granel ao final da sessão da comissão do impeachment. Indagado pelo Blog se achava justo ser “canonizado” pelo papa (ser tornado santo da Igreja Católica), o deputado respondeu:

“Por tudo que fiz pela cidade de São Paulo, acho que eu mereço [a canonização]”.

“Amanhã [hoje], 12 de abril, completo 49 anos de vida pública. Em 12 de abril de 1967 fui nomeado presidente da Caixa Econômica Federal. Tenho muitos serviços prestados”, declarou.

Maluf diz que sua última viagem internacional foi em dezembro de 2008, quando esteve na França, na Itália e na Inglaterra. Agora, está livre para passear novamente pelo exterior. “Vou tirar uns 15 dias em julho. No inverno, gosto de ir para a Argentina, para Bariloche. Também posso ir para Punta del Este, no Uruguai”, disse.

Paulo Maluf foi incluído na lista da Interpol em 19.mar de 2010, há quase 6 anos. Ele foi colocado na relação que é conhecida como “difusão vermelha”. O deputado poderia ser preso se fosse ao exterior. Ao desembarcar, corria o risco de ser detido em qualquer 1 dos mais de 180 países que integram  parte do organismo.

À época, a inclusão ocorreu a pedido da Promotoria de Nova York, em decorrência de uma investigação iniciada em 2001. Maluf foi acusado de enviar recursos ilegalmente para o exterior e por desviar dinheiro público no Brasil. O deputado nega ter cometido irregularidades. “Agora, vou mandar o meu advogado procurar esse juiz em Nova York para explicar tudo”, afirma.

O desvio teria ocorrido nas obras da avenida Água Espraiada. O dinheiro teria sido enviado para Nova York –depois, para a Suíça, para a Inglaterra e para a Ilha de Jersey. Maluf nega todas essas acusações.

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O nome do deputado não retorna mais resultados no site da Interpol

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Página da Interpol quando Maluf ainda era procurado

LISTA SIGILOSA
Embora Maluf não apareça mais na lista pública da Interpol, não há como saber se o político brasileiro é mantido em uma outra relação, não divulgada.

Como a inclusão foi feita a pedido da Justiça dos EUA, delegados da Polícia Federal brasileira que trabalham com a Interpol não souberam precisar se Maluf está ou não na lista sigilosa da Interpol. Nesse caso, ele ainda poderia ser preso ao sair do Brasil.

“TRAGA UM ALFAJOR PRA GENTE VER”
O deputado deu pistas sobre sua exclusão da lista da Interpol nas redes sociais.

Na última 5ª feira (07.abr) o deputado foi alvo de provocações de um internauta no Facebook, após anunciar publicamente que apoiaria o impeachment de Dilma Rousseff.

“Amo o Brasil e principalmente amo São Paulo”, concluiu o deputado em seu anúncio. Um internauta lançou a provocação: “Tem que amar mesmo o Brasil afinal nem pode deixar o país, né lindo?”

“Quanto a não deixar o país você está equivocado e desatualizado. Abraços!!!”, replicou Maluf.

“Se o senhor pode mesmo sair do país e eu não estou sabendo peço que vá até a nossa querida vizinha Argentina e traga um alfajor para a gente ver. É barato, é fácil – e assim nos atualizamos sobre a sua situação”, continuou o internauta.

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Temer pode ser presidente por 5 dias em abril
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Fernando Rodrigues

Dilma tem agendas em Nova York e Grécia no fim do mês

Vice assume o Planalto com ausência da petista

Presidente viajaria 1 dia após a votação do impeachment

Chance de cancelar a viagem é grande por causa da crise

O vice-presidente Michel Temer após reunião com a presidenta Dilma Rousseff no Palácio do Planalto

O vice-presidente Michel Temer (PMDB) poderá assumir a Presidência da República por 5 dias em abril. Dilma Rousseff tem compromissos marcados em Nova York (EUA) e Olímpia (Grécia) entre os dias 19 e 22 deste mês. Nesse período, Temer seria o presidente interino. O peemedebista anunciou na 3ª feira (5.abr) que entraria em licença do comando do partido.

Apesar da crise política e do distanciamento nas relações com o vice, a petista não manifestou o desejo de cancelar as viagens.

A assessoria do Planalto informou que as agendas estão mantidas, mas podem ser revistas nas próximas semanas. Dilma desistiu de ir a Washington na última 5ª feira (31.mar), onde participaria de uma cúpula sobre segurança nuclear.

As informações são do repórter do UOL Luiz Felipe Barbiéri.

Está prevista a presença da presidente na Assembleia Geral da ONU sobre drogas no dia 19.abr (3ª). Para chegar a tempo, Dilma deixaria Brasília em 18.abr (2ª).

A petista viajaria em seguida a Olímpia, na Grécia, para a cerimônia de acendimento da chama Olímpica em 21.abr (5ª) e retornaria a Nova Iorque no dia 22.abr (6ª), quando será assinado o Acordo de Paris.

TIMING
Os compromissos estão marcados para a semana em pode ser votado o processo de impeachment pelo plenário da Câmara dos Deputados.

O presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), manifestou o desejo de colocar em votação o impedimento da petista a partir de 17.abr, apenas 1 dia antes do início da jornada internacional de Dilma.

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