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Piores órgãos públicos no Brasil são os que cuidam de infraestrutura, diz estudo
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Fernando Rodrigues

Artigo chegou à conclusão ao usar ‘big data’: informações de 325 mil servidores
Escândalos de corrupção têm relação com a capacidade e autonomia de órgãos 

Um artigo acadêmico apresentado na semana passada em Washington (EUA) sobre eficiência da burocracia brasileira concluiu que os piores resultados estão nos órgãos relacionados à infraestrutura. Uma contradição com a imagem de eficiência gerencial que a presidente da República, Dilma Rousseff, vendeu durante sua campanha pelo Planalto em 2010.

Na lanterna do ranking, figuram a Valec, estatal responsável por obras ferroviárias, e a Sudam (Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia).

Na outra ponta, entre os melhores órgãos, estão o Banco Central, a Polícia Federal  e a Controladoria Geral da União. Mas isso não significa que eles estão livres de problemas. A Polícia Federal, por exemplo, tem notórias deficiências na vigilância de fronteiras.

Duas características nortearam o estudo: a autonomia e a capacidade de gestão de cada um dos órgãos.

Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores Sérgio Praça, do Cepesp, Katherine Bersch, da Universidade do Texas, e Matthew M. Taylor, da American University, fizeram um experimento de “big data”: coletaram informações de 325 mil funcionários públicos obtidas no Portal da Transparência do Governo Federal, no Supremo Tribunal Federal e no Ministério do Planejamento.

Com essa montanha de dados em mãos, definiram 7 variáveis. Quanto maior o tempo médio de carreira, o salário e a proporção de concursados em postos-chave, e menor o número de servidores cedidos por outros órgãos, maior a capacidade. Quanto menor a proporção de funcionários de confiança de baixo e de alto escalão e de servidores concursados filiados a partidos políticos, maior a autonomia.

O resultado foi o gráfico abaixo.

Os pesquisadores também resolveram cruzar os dados com o número de escândalos de corrupção divulgados pela imprensa entre 2002 e 2012. Resultado: há uma relação inversa entre capacidade e autonomia de um órgão e sua vulnerabilidade a corruptos.

Leia a íntegra do artigo (em inglês).

(Bruno Lupion)

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