Candidatos nanicos são incógnita na eleição presidencial
Fernando Rodrigues
Em disputas passadas, influência desse grupo foi pequena
Em 2014, Datafolha mostra que juntos eles somam agora 5%
Ainda não está claro qual será o quadro final de candidatos a presidente na eleição de 5 de outubro. A influência dos candidatos de partidos pequenos é uma das incógnitas.
Nas últimas 3 eleições, os candidatos nanicos tiveram uma votação somada sempre inferior a 3%. Influíram, portanto, pouquíssimo no resultado final, como se observa neste quadro:
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Tome-se 2010, por exemplo. Dilma Rousseff teve 46,91% dos votos no primeiro turno. Todos os nanicos somados receberam 1,15%. Mesmo que eles não tivessem existido e seus eleitores tivessem apoiado a petista, ela teria recebido 48,06%. Esse percentual teria sido insuficiente para que Dilma vencesse sem a necessidade de ir ao segundo turno.
A pesquisa Datafolha de 19 e 20 de fevereiro mostra que os possíveis candidatos nanicos deste ano somam 5% das intenções de voto no momento.
Eis a tabela:
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Como se observa, Dilma Roussef se mantém favorita com folga, pontuando 44% e vencendo a disputa neste momento no primeiro turno. A soma de todos os seus adversários, neste cenário com nanicos, é de apenas 30%. A petista tem larga vantagem de 14 pontos percentuais.
O que ninguém sabe ainda é se todos esses nanicos de fato serão candidatos a presidente. De longe, o mais estruturado é o Pastor Everaldo Pereira (PSB), que tem 3% no Datafolha e fez uma grande ofensiva com comerciais do partido defendendo valores cristãos e da família (o slogan é “família, eu apoio”).
Se Everaldo sair da disputa, o grupo dos nanicos fica desidratado. Em 2010, ele e o PSC ficaram na coligação oficial de Dilma Rousseff. Ajudaram na interlocução com grupos religiosos que criticavam a petista por declarações a respeito de liberar o aborto.
Nos últimos meses, houve várias tentativas de aproximação do governo com Everaldo. Interessa a Dilma Rousseff cooptá-lo, junto com o PSC. Em junho de 2013, o vice-presidente Michel Temer convidou o pastor para uma viagem internacional.
Nesta época do ano eleitoral é sempre muito prematuro cravar com segurança quem e quantos serão os candidatos a presidente. Em 2010, neste período, havia a expectativa de que 13 nomes entrariam na disputa: Dilma Rousseff (PT), José Serra (PSDB), Marina Silva (PV), Ciro Gomes (PSB), Américo de Souza (PSL), Ivan Pinheiro (PCB), José Maria Eymael (PSDC), Levy Fidelix (PRTB), Mario de Oliveira (PT do B), Oscar Silva (PHS), Rui Costa Pimenta (PCO), Zé Maria (PSTU) e alguém do PSOL.
No final, ficaram 9 candidatos a presidente na eleição de 2010.
Neste ano de 2014, é provável que não permaneçam na disputa todos os que hoje anunciam suas candidaturas. Essa tem sido a praxe.
E é sempre bom lembrar: quanto menos candidatos houver, maiores serão as chances de vitória de Dilma Rousseff, hoje a grande favorita na corrida pelo Palácio do Planalto.