Arruda lidera disputa pelo governo em Brasília
Fernando Rodrigues
Ex-governador tem 22,9% das intenções de voto
Agnelo (PT) perde dos 2 principais adversários no 2º turno
No DF, Dilma Rousseff e Aécio Neves estão empatados
O ex-governador José Roberto Arruda (PR) (foto) lidera a disputa pelo governo do Distrito Federal, segundo pesquisa realizada pelo instituto O&P Brasil.
Arruda tem 22,9% das intenções de voto. Em segundo está o atual governador Agnelo Queiroz (PT), com 15,8%. Em terceiro vem o senador Rodrigo Rollemberg (PSB), com 8,7%. A margem de erro é de 3,09 pontos percentuais, para mais ou para menos.
No segundo turno, Agnelo perderia para seus 2 principais adversários. Contra Arruda, teria 22,2% dos votos contra 34,9% do ex-governador. Se enfrentasse Rollemberg, ficaria com 21,3% dos votos, enquanto o pessebista teria 28,1%.
Em um hipotético segundo round eleitoral, Agnelo bateria apenas o deputado Luiz Pitiman (PSDB), por uma diferença estreita de 3,7 pontos percentuais (22,1% contra 18,4%). No primeiro turno, Pitiman tem apenas 4,2% das intenções de voto.
Agnelo tem no momento alta rejeição: 47,1% dos moradores do DF não votariam nele “de jeito nenhum”, segundo a pesquisa. Somada aos 15,1% dos eleitores que dizem rejeitar todos os pré-candidatos, a taxa sobe para 62,2%.
A rejeição específica a Arruda é de 22,9%, menos que a metade da taxa do petista. Incluídos os que rejeitam todos os pré-candidato, sobe para 38%.
José Roberto Arruda é um político que já enfrentou dois grandes escândalos éticos na sua carreira política. Primeiro, quando era senador pelo PSDB de Brasília, renunciou ao mandato em 2001 depois de se envolver num rumoroso caso de violação do sigilo do painel de votação da Casa.
O escândalo mais recente no qual Arruda se envolveu ficou conhecido como “mensalão do DEM”. Ele foi filmado recebendo dinheiro em espécie. Acusado de chefiar um esquema de distribuição de propina no Distrito Federal, acabou preso por 2 meses no início de 2010, mesmo sendo governador de Brasília. À época, ele já havia deixado o seu partido (o Democratas) para evitar a expulsão. Com base nessa deserção, o Tribunal Regional Eleitoral local cassou seu mandato por infidelidade partidária.
Apoio de padrinhos
A pesquisa do instituto O&P Brasil investiga também o apoio de padrinhos políticos aos pré-candidatos a governador de Brasília. Esses apoios serão usados por todos após o início da propaganda eleitoral de rádio e TV, em 6 de julho. A partir dessa data, Arruda, Rollemberg e Agnelo poderão aparecer ao lado de seus aliados políticos.
Considerados esses apoios, os 3 nomes aparecem tecnicamente empatados: Arruda com apoio do também ex-governador Joaquim Roriz (PRTN) cairia para 19,3%. Rollemberg com o incentivo declarado de Reguffe, Marina Silva e Eduardo Campos subiria para 19,2%. Agnelo, se colocado ao lado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da presidente Dilma Rousseff, subiria para 18,5% das intenções de voto.
O maior beneficiado pela força de seus apoiadores é Rollemberg, que ganha 10,5 pontos percentuais quando eles são lembrados. Arruda sobe apenas 2,7 pontos percentuais (tabela abaixo).
Honestidade x capacidade de gestão
Apesar de liderar a atual pesquisa, a situação de Arruda não é confortável. Seu passado marcado por atitudes pouco éticas tem impacto na opinião dos eleitores do Distrito Federal.
Ser ético e honesto é o atributo mais importante para um futuro governador, segundo os eleitores de Brasília. Essa característica está no topo das prioridades para 46,9% dos moradores do DF. Demonstrar capacidade para resolver os problemas da cidade é o traço mais valorizado por 22,3%.
Outros cargos
Na disputa para presidente da República, Dilma Rousseff (PT) e o senador Aécio Neves (PSDB) aparecem tecnicamente empatados, com 25,5% e 25,3% das intenções de voto, respectivamente. Eduardo Campos (PSB) está em terceiro, com 17,3%. O senador Randolfe Rodrigues (PSOL) tem 2,7%.
A pesquisa tem um problema metodológico: não inclui todos os pré-candidatos a presidente hoje conhecidos, como o pastor Everaldo (PSC), Eduardo Jorge (PV) e José Maria (PSTU).
A corrida à única vaga disponível para o Senado é liderada pelo deputado federal Reguffe (PDT), com 30,3% das intenções de voto. Em segundo lugar está o também deputado Magela (PT), com 13,8%.
Metodologia
O instituto O&P Brasil realizou 1.000 entrevistas presenciais no Distrito Federal nos dias 16 a 20 de maio de 2014, custeadas por recursos próprios. A margem de erro é de 3,09 pontos percentuais. O levantamento está registrado no TRE- DF sob o nº DF-00009/2014 e no TSE sob nº BR- 00118/2014.