Na largada da campanha, rejeição ao governo Dilma é igual à de FHC em 2002
Fernando Rodrigues
Gestão petista é rejeitada por 26%, mesma taxa do tucano em ano de alternância no Planalto
A taxa de rejeição ao governo de Dilma Rousseff (PT), hoje em 26%, é igual à reprovação dos brasileiros ao governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB) em julho de 2002, no início da campanha. Naquele ano, o tucano não conseguiu fazer seu sucessor e o PT ganhou o Planalto, por meio da vitória de Lula.
Há alguns meses, Dilma vem tentando reduzir essa taxa de rejeição de seu governo. Não teve sucesso. A soma dos que consideram sua administração “ruim” ou “péssima” varia de 21% a 28% desde fevereiro, apesar de campanhas maciças do Planalto e de empresas estatais em rádio e TV.
A rejeição à candidata Dilma é um pouco maior do que a de seu governo. Está agora em 32% e também tem permanecido estável desde fevereiro, flutuando na faixa de 30% e 35%, segundo o Datafolha. Essa taxa está no limite mais alto da que foi registrada por candidatos vitoriosos em outras corridas presidenciais nesta época.
Lula tinha 32% de rejeição em julho de 2002 e 31% no final de junho de 2006. Já os adversários lulistas naquelas duas disputas eram mais reprovados que os de Dilma nesta mesma fase do ciclo eleitoral (tabela abaixo).
FHC iniciou sua trajetória ao Planalto com uma rejeição bem menor do que Dilma hoje. O tucano era descartado por 16% nesta altura do ano em 1994, e 21% em 1998. A própria Dilma, em 2010, era rejeitada por 20% do eleitorado quando iniciou sua campanha vitoriosa –há quatro anos, ela herdava de maneira natural parte do recorde de aprovação do então presidente Lula, que tinha 77% de “bom” e “ótimo” em julho de 2010.
A expectativa do marketing petista é que a avalanche de comerciais veiculados no rádio e na TV possam surtir efeito ao longo das próximas semanas. O problema desta estratégia é que vem sendo tentada há cerca de 2 meses sem surtir o efeito desejado pelo Planalto.
A taxa de aprovação ao governo da petista está estável há meses, com pequenas variações por causa de fatos isolados. A Copa do Mundo melhorou o humor brasileiro de forma substantiva. A taxa dos que sentem orgulho com a promoção do torneio pelo Brasil saltou de 45% em junho para 60% em julho. Esse aumento de 15 pontos percentuais não foi verificado na aprovação da gestão dilmista, que variou positivamente, mas apenas de 33% para 35% no mesmo período.
É verdade que a intenção de voto em Dilma saiu de 34% em junho para 38% em julho, mas ela apenas voltou ao patamar do mês anterior –os 37% que registrava em maio. Muito provavelmente a queda da petista em junho teve a ver com a expectativa negativa em relação à Copa, que estava no seu grau máximo.
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