Blog do Fernando Rodrigues

Acordo elege Rogério Rosso como presidente da Comissão do Impeachment

Fernando Rodrigues

Jovair Arantes (PTB-GO) ficou com o cargo de relator

Rosso é ligado ao ex-prefeito de SP Gilberto Kassab

Ambos são aliados de Eduardo Cunha (PMDB-RJ)

O presidente da Comissão Especial do Impeachment, Rogério Rosso (PSD-DF)

O presidente da Comissão Especial do Impeachment, Rogério Rosso (PSD-DF)

Rogério Rosso (PSD-DF) será o presidente da Comissão Especial do Impeachment. O relator será Jovair Arantes (PTB-GO).

O colegiado foi instalado na Câmara na noite desta 5ª feira (17.mar). Os 2 deputados formaram uma chapa única, fruto de acordo entre todos os 65 integrantes da comissão, governistas e da oposição.

As informações são dos repórteres do UOL Guilherme Moraes e Gabriel Hirabahasi.

A chapa única teve 62 votos a favor e apenas 3 –Chico Alencar (Psol-RJ), Alessandro Molon (Rede-RJ) e João Carlos Bacelar (PTN-BA)– se abstiveram. Carlos Sampaio (PSDB-SP), Maurício Quintella Lessa (PR-AL) e Fernando Coelho Filho (PSB-PE), nesta ordem, serão os vice-presidentes.

GILBERTO KASSAB
O presidente da comissão, Rogério Rosso, é o líder do PSD na Câmara e muito ligado ao ministro das Cidades e ex-prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab.

Até agora, o PSD, partido de Kassab tem se mantido formalmente a favor do governo federal. Mas há uma grande pressão dentro da legenda para que seja processado um afastamento do Planalto.

Em seu primeiro discurso, Rosso afirmou que espera conduzir a comissão sem “intervenções e especulações” que possam inflamar o país. “Estamos recebendo um volume de informações numa velocidade nunca antes vista. O momento é muito grave, mas serenidade e cautela serão as palavras de ordem.”

ALIADO DE CUNHA
Líder do PTB há 10 anos e atualmente em seu 6º mandato na Câmara, Jovair Arantes foi relator de poucos projetos e comissões na Casa. “Não gosto, tenho dificuldade em relatar, mas nunca me furtei de participar de nenhuma empreitada”, disse.

Assim como Rosso, Arantes é apontado como um dos principais aliados de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), opositor declarado de Dilma Rousseff. “Tenho um bom relacionamento com ele, mas isso não vai influenciar meu relatório”, afirmou na saída da sessão desta 5ª.

CRONOGRAMA
O prazo de defesa da presidente Dilma é de 10 sessões do plenário da Câmara. Começa a contar a partir de amanhã (6ª), desde que haja quórum.

O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, acredita que muitos deputados estarão ainda em Brasília nesta 6ª e seja possível haver sessão –são necessários 51 deputados para que os trabalhos sejam abertos.

Pelos cálculos de Cunha, segundo apurou o Blog, as 10 sessões para a defesa de Dilma devem se esgotar até 4 ou 5 de abril.

Em seguida, começa a ser contado um novo prazo de 5 sessões para que Jovair Arantes entregue seu parecer.

Se não houver intercorrências (por exemplo, alguma medida judicial que paralise os trabalhos), o pedido de impeachment poderá ser apreciado pelo plenário da Câmara na semana que começa em 18 de abril.

A próxima reunião da comissão está marcada para a 2ª feira (21.mar), às 19h, quando o relator deve apresentar o plano de trabalho.

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