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Arquivo : Aécio Neves

Na TV, Dilma faz comercial sobre Aécio ter recusado teste do bafômetro
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Fernando Rodrigues

Filme vai ao ar menos de 24 horas depois que assunto foi abordado em debate

Demorou menos de 24 horas para que Dilma Rousseff colocasse no ar um comercial citando o episódio no qual Aécio Neves uma vez foi barrado numa blitz e se recusou a fazer o teste do bafômetro. O assunto foi abordado pela primeira vez pela presidente no debate organizado pelo UOL, SBT e rádio Jovem Pan na 5ª feira (16.out.2014).

O filme de 30 segundos, batizado de “O que será”, tem um locutor perguntando várias vezes “o que será que Aécio tem para esconder?”.

Uma das perguntas é assim:

“Aécio diz que combate os privilégios dos políticos, mas se recusou a fazer o bafômetro quando foi pego na blitz… O que será que Aécio tem para esconder?” (assista abaixo).

Esse caso do bafômetro ocorreu no Rio de Janeiro em 17.abr.2011. Na ocasião, Aécio era senador e o assunto teve breve repercussão na mídia. Na atual campanha, não havia sido mencionado nas propagandas de TV nem nos debates, até o encontro promovido por UOL, SBT e Jovem Pan.

Provocado pela presidente, Aécio respondeu que trazer o assunto ao debate era “desespero” e se disse arrependido de não ter feito o teste do bafômetro.

Segundo pesquisas internas do PT, cerca de 90% dos eleitores desconheciam o episódio envolvendo Aécio. A narrativa interna na campanha petista é que isso nada teria a ver com campanha negativa.

Eis o que o Blog ouviu: “Imagine nos Estados Unidos, se um candidato a presidente tivesse passado por algo assim? Seria noticiado por toda a mídia ou não? Os eleitores dos EUA tomariam conhecimento do caso? É isso o que estamos fazendo: dando o direito ao eleitor de saber a respeito de um fato, que não tem nada de inventado”.

A seguir, o roteiro do comercial:

Locutor: “O que será que Aécio tem para esconder?

Aécio diz que vai tomar medidas impopulares para equilibrar a economia, mas não diz quais são elas.

[pessoa coloca na mesa um papel onde está escrito “medidas impopulares”]

Aécio diz que vai enxugar a máquina pública, mas não diz quantas pessoas vai demitir.

[pessoa abre cartão onde está escrito “enxugar” e “demitir”]

Ele defende a meritocracia, mas, aos 25 anos, foi indicado pelo primo para a diretoria da Caixa.

[pessoa abre cartão onde está escrito “meritocracia” e “nepotismo”]

Aécio diz que combate os privilégios dos políticos, mas se recusou a fazer o bafômetro quando foi pego na blitz.

[pessoa alterna telas em um tablet onde está escrito “combater privilégios” e “desfrutar privilégios”]

O que será que Aécio tem para esconder?”

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Com poucos dias de campanha, tática do ataque vai prevalecer
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Fernando Rodrigues

Baixo nível ajuda a mostrar como está falido o modelo de campanha eleitoral no país

Debate-SBT-16out2014

É unânime a opinião de que o nível baixou nos debates entre os candidatos a presidente, Aécio Neves (PSDB) e Dilma Rousseff. Foi o que se pode ler nos comentários nas redes sociais sobre o debate promovido por SBT, UOL e rádio Jovem Pan, nesta quinta-feira, 16.out.2014.

Mas são esses ataques que chamam a atenção dos eleitores. Até porque não há mais tempo de um candidato aparecer na TV e apresentar um plano revolucionário para a saúde ou para a educação.

E, convenhamos, a imensa maioria dos eleitores já sabe, em linhas gerais, como será um governo do PSDB ou do PT.

O que sobra para os candidatos é tentar falar sobre atributos pessoais de cada um –quase sempre, atacando.

Vai funcionar? Difícil saber. Mas é essa a tônica da campanha. É será assim até o final.

Talvez seja também um sinal bem claro de como está perto da falência o modelo brasileiro para a troca de ideias no processo eleitoral.

No 1º turno, uma enxurrada de candidatos que não têm importância interditam o debate.

No 2º turno, quando restam só 2 candidatos, não há tempo de campanha para expor propostas de maneira mais alentada.

Alguma coisa está bem errada. Nesse sentido, a eleição de 2014 está sendo didática ao expor como nunca o que não funciona no modelo eleitoral da jovem democracia do Brasil.

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Empate nas pesquisas exigirá mais agressividade das campanhas
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Fernando Rodrigues

O empate persistente entre Aécio Neves (PSDB) e Dilma Rousseff (PT) nas pesquisas de intenção de voto vai exigir das duas campanhas um aprofundamento nos ataques mútuos.

Se cada um tem cerca de metade do eleitorado, como mostra o Datafolha, só vencerá de maneira mais folgada aquele que conseguir arrancar mais votos do outro. É claro que existe um contingente de indecisos, mas esses tendem a se dividir na mesma proporção das intenções de voto de cada candidato.

Ou seja, Dilma precisa convencer alguns aecistas a mudarem de opinião. E Aécio precisa fazer o mesmo com parte dos dilmistas. Não é fácil.

Nesta fase da campanha, apenas dizer que vai fazer um governo melhor pode parecer bonito, mas tende a não mudar a opinião de quem já está convencido a votar em algum candidato. A saída é desconstruir o adversário.

Dessa forma, tende a ser aprofundado o tom de agressividade que já foi ser observado no debate da TV Bandeirantes, na terça-feira (14.out.2014). O mais provável é que Dilma siga tentando desqualificar Aécio e o tucano faça o mesmo com a petista.

A primeira oportunidade para aferir esse movimento na corrida presidencial será nesta quinta-feira (16.out.2014), quando haverá o segundo debate direto entre os candidatos –promovido em conjunto pelo UOL, STB e rádio Jovem Pan.

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Poder e Política na semana – 13 a 19.out.2014
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Fernando Rodrigues

Faltam 13 dias para o segundo turno das eleições. Nos próximos dias, Dilma e Aécio viajam pelo país e se enfrentam em 3 debates televisivos –em nenhum deles haverá jornalistas fazendo perguntas. Esta semana também servirá para aferir o impacto dos apoios que cada candidato a presidente recebeu até agora, sobretudo como o eleitorado reagirá à adesão de Marina Silva à candidatura do PSDB.

A presidente Dilma Rousseff deve se reunir na 3ª feira com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, para definir proposta de unificação de 2 tributos, o PIS e a Cofins. No sábado, a campanha de Dilma planeja um ato político em Belo Horizonte.

Aécio Neves, candidato a presidente pelo PSDB, faz campanha em Curitiba nesta 2ª feira. Na 4ª feira, em São Paulo, reúne-se com prefeitos paulistas que integram a base de apoio ao governador Geraldo Alckmin. Na 6ª feira, Aécio faz campanha em Salvador e João Pessoa. Ao longo da semana, o tucano também deve anunciar mais 2 novos nomes que comporão seu ministério se ele for eleito.

Dilma e Aécio também se enfrentam em 3 debates. O primeiro é o da Band, na 3ª feira. O SBT, o UOL e a rádio Jovem Pan organizam o debate da 5ª feira. No domingo, a petista e o tucano se encontram no debate da Record.

O Datafolha e o Ibope podem divulgar novas pesquisas presidenciais a partir de 4ª feira. Cabe aos institutos e aos contratantes definirem o dia e o horário da publicação.

No Congresso, sem muita chance de prosperar, a oposição tentará forçar a convocação de alguma reunião extraordinária da CPI da Petrobras para analisar os depoimentos do ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa.

Na 2ª feira, o PSB elege seu novo presidente e a nova Executiva Nacional. A expectativa é que Roberto Amaral, que assumiu o comando do partido após a morte de Eduardo Campos, ocorrida há exatos 2 meses, seja substituído por Carlos Siqueira.

O Banco Central divulga na 5ª feira o IBC-BR, considerado a prévia do PIB nacional.

Eis, a seguir, o drive político da semana. Se tiver algum reparo a fazer ou evento a sugerir, escreva para frpolitica@gmail.com. Atenção: esta agenda é uma previsão. Os eventos podem ser cancelados ou alterados.

 

2ª feira (13.out.2014)
Aécio no Paraná – Aécio Neves, candidato do PSDB a presidente, faz campanha em Curitiba.

Comando do PSB – partido elege seu novo presidente e a nova Executiva Nacional. A expectativa é que Roberto Amaral, que assumiu o comando do partido após a morte de Eduardo Campos, ocorrida há exatos 2 meses, seja substituído por Carlos Siqueira (foto), primeiro-secretário da legenda. Às 14 horas, no Hotel Nacional, em Brasília.

Pedro Ladeira/Folhapress - 21.ago.2014

Temer em SP – vice-presidente Michel Temer comanda encontro com prefeitos, deputados e líderes do PMDB paulista para cobrar empenho na campanha de reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT). Temer tentará convencer os prefeitos que se uniram ao governador Geraldo Alckmin no primeiro turno a defenderem o voto em Dilma.

Pesquisas – a partir desta data o Ibope pode divulgar resultados de novas pesquisas sobre o segundo turno no Distrito Federal e Mato Grosso do Sul.

Eleições no Rio – PC do B do Rio decide se apoiará a reeleição do governador Luiz Fernando Pezão (PMDB).

Ditadura e Pernambuco – Comissão Nacional da Verdade realiza diligência no antigo DOPS no Recife, local de ocorrência tortura durante o regime militar.

Ciência – governo federal promove a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia.

Salário de bancários – CUT, federações e sindicatos dos bancários assinam com a Federação Nacional dos Bancos convenção coletiva que estabelece reajuste salarial de 8,5%, equivalente a um aumento real de 2,02%.

Maconha – Senado promove a sexta audiência pública de uma série sobre regulamentação do uso recreativo e medicinal da maconha. Nesta edição, foram convidados especialistas contrários a qualquer tipo de legalização. A partir das 9h, com transmissão pela internet e aberto a perguntas do público.

 

3ª feira (14.out.2014)
Debate presidencial – Band promove o primeiro debate do segundo turno entre a presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição pelo PT, e Aécio Neves, candidato do PSDB. Os candidatos ficarão frente a frente, em pé. No primeiro bloco, a emissora escolherá um tema para ser debatido. Nos outros quatro, as perguntas serão feitas pelos candidatos. Às 22h.

Dilma e Mantega – Dilma deve reunir-se com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, para definir proposta de unificação de 2 tributos, o PIS e a Cofins.

Reforma política – entidades que realizaram um plebiscito popular pela convocação de uma Constituinte exclusiva para a reforma política entregam resultado da consulta nas Presidências da República, do Supremo Tribunal Federal, do Senado e da Câmara. Integrantes do movimento também realizam plenária no Ginásio Nilson Nelson, em Brasília.

Ruralistas – Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil tenta realizar eleições internas, suspensas na última 6ª feira (10.out.2014) por decisão judicial. A atual presidente da entidade, senadora Kátia Abreu (PMDB-TO), é favorita para ser reeleita.

Dívidas fiscais e folha de pagamento – plenário da Câmara dos Deputados deve votar a reabertura do prazo do Refis da Crise e a desoneração da folha de pagamento de cerca de 60 setores da economia. Em seguida, o texto será encaminhado ao Senado.

Mobilização na PF – delegados da Polícia Federal realizam assembleias em todo o país para reivindicar a aprovação de uma lei orgânica para a instituição, eleição direta para diretor-geral e um gatilho para realização de concursos públicos, entre outros pontos.

Eleições na Libéria – país africano elege nova composição do Senado.

 

4ª feira (15.out.2014)
Aécio em SP – Aécio Neves, candidato do PSDB a presidente, deve se reunir com prefeitos paulistas que integram a base de apoio ao governador Geraldo Alckmin (PSDB).

PTB e Aécio – Executiva Nacional do PTB reúne-se e deve reafirmar o apoio à eleição de Aécio Neves. Na sede do partido, em Brasília.

Pesquisas – a partir desta data o Datafolha e o Ibope podem divulgar os resultados de novas pesquisas presidenciais. O Ibope também pode divulgar pesquisa sobre o segundo turno no Rio Grande do Norte e em Goiás. Cabe aos institutos e aos contratantes definirem o dia e o horário da publicação.

Aposentadoria – Supremo deve retomar o julgamento da reaposentadoria.

Árabes e Lewandowski – comunidade árabe realiza evento em homenagem ao ministro Ricardo Lewandowski, presidente do Supremo Tribunal Federal. O vice-presidente Michel Temer e José Eduardo Cardozo, ministro da Justiça, devem comparecer. Em Brasília.

Comércio – IBGE divulga a Pesquisa Mensal de Comércio.

Sirkis e Sustentabilidade – deputado federal Alfredo Sirkis (PSB-RJ) apresenta palestra sobre os efeitos das mudanças climáticas nas grandes cidades, promovida pelo Lide (Grupo de Líderes Empresariais), em SP.

Economia nos EUA – Fed (Banco Central dos EUA) publica o Livro Bege, com perspectivas sobre a economia norte-americana.

Eleições em Moçambique – país africano lusófono elege novo presidente e composição do Legislativo.

 

5ª feira (16.out.2014)
Debate presidencialSBT, UOL e rádio Jovem Pan promovem debate entre a presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição pelo PT, e Aécio Neves, candidato do PSDB. Às 18h, com transmissão ao vivo por TV, internet e rádio.

Temer no Rio Grande do Sul – vice-presidente Michel Temer faz campanha pela reeleição de Dilma Rousseff em Porto Alegre, Rio Grande, Bagé, Santo Ângelo e Passo Fundo.

Pesquisas – a partir desta data o Ibope pode divulgar pesquisas sobre o segundo turno no Rio de Janeiro e no Ceará. Cabe ao instituto e ao contratante definir o dia e o horário da publicação.

Inflação – FGV divulga o IGP-10.

Economia nos EUA – Fed (Banco Central dos EUA) divulga dados sobre produção industrial norte-americana.

 

6ª feira (17.out.2014)
Aécio no Nordeste – Aécio Neves, candidato do PSDB a presidente, faz campanha em Salvador e João Pessoa.

Imprensa reunida – Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) promove sua 70ª Assembleia Geral, em Santiago.

Economia – FGV divulga o Iace (Indicador Antecedente Composto da Economia), que busca medir o cenário dos próximos meses para a atividade do país, e o ICCE (Indicador Coincidente Composto da Economia), que capta as condições atuais da economia.

 

Sábado (18.out.2014)
Dilma em Minas – presidente Dilma Rousseff deve comandar ato político em Belo Horizonte.

 

Domingo (19.out.2014)
Debate presidencialRecord promove debate entre a presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição pelo PT, e Aécio Neves, candidato do PSDB.

Horário de verão – começa o horário de verão. Relógios devem ser adiantados em uma hora nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste.

 

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Esqueça Aécio, Dilma e Petrobras. Ebola foi o assunto nesta 6ª feira
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Fernando Rodrigues

O termo “Ebola” supera todos os outros ligados à eleição. Teve citações superiores até a “corrupção”

Ebola

Estudo da Bites mostra que o assunto de maior repercussão no Brasil nas últimas 24 horas no Twitter, blogs e sites de notícia não foi a crise da Petrobras ou o 2º turno da corrida presidencial, com Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB).

“O campeão foi o vírus Ebola”, diz o estudo da Bites. “Até 17h desta sexta-feira [10.out.2014] , o termo Ebola estava presente em 617.511 posts, média de 429 por minuto. Volume superior a soma de citações para Dilma e Aécio (455.955 ou 316 referências por minuto) e 14 vezes mais que a expressão Petrobras (41.755 ou 29 por minuto)”.

O Ebola “também bateu com folga a palavra-chave corrupção, que apareceu 37.008 vezes dentro desse universo” pesquisado.

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Logo de Aécio no 2º turno é similar ao de Marina no 1º
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Fernando Rodrigues

Reprodução

O logotipo lançado no segundo turno pelo candidato do PSDB a presidente da República, Aécio Neves, cuja propaganda estreou nesta 5ª feira (9.out.2014), tem  semelhança com o usado pela candidata derrotada do PSB, Marina Silva. Acima, as duas imagens.

Marina ainda não declarou apoio a Aécio.

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Luciana Genro no 2º turno: “Dilma não nos representa. Nenhum voto em Aécio”
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Fernando Rodrigues

Dilma está distante do desejo de mudanças que tomou as ruas em 2013

Aécio Neves e o PSDB representam classe dominante e imperialismo

Se aderir ao PSDB, Marina Silva será incapaz de representar a “nova política”

Pedro Ladeira/Folhapress - 22.jun.2014

A candidata derrotada a presidente pelo PSOL, Luciana Genro, acaba de soltar nota oficial nesta quarta-feira (8.out.2014) dizendo que nenhum nome no 2º turno é adequado. “Um segundo turno, quando não nos sentimos representados nele, é muitas vezes mais do veto que do voto”, diz o texto, sugerindo voto nulo para os seguidores do PSOL.

Há nuances, entretanto, na nota de Luciana Genro.  A petista, diz o texto, “está distante do desejo de mudanças que tomou as ruas no ano passado. Seu governo atuou contra as bandeiras mais destacadas de nossa campanha (…) Se Dilma vencer o segundo turno, o PSOL seguirá como oposição de esquerda”.

Já Aécio e seu partido, o PSDB, “são os representantes mais diretos dos interesses da classe dominante e do imperialismo na América Latina”. “Recomendamos que os eleitores do PSOL não votem em Aécio Neves no segundo turno das eleições presidenciais. Não é cabível qualquer apoio de nossos filiados à sua candidatura”.

Sobre a decisão da candidata do PSB, que ficou em terceiro lugar corrida presidencial, a nota do PSOL diz: “A provável capitulação de Marina Silva à candidatura tucana demonstra a sua incapacidade de representar legitimamente o desejo de mudanças expresso nas ruas e comprova que a “nova política” não pode ser um atributo daqueles que aderem tão rapidamente ao retrocesso”.

Luciana Genro começa a nota agradecendo a “cada um dos 1.612.186 eleitores” que votaram nela, dando ao PSOL o 4º lugar na disputa pelo Palácio do Planalto. “A militância do PSOL, que fez a diferença e conquistou, com muita dedicação, esse expressivo resultado”, afirma.

A seguir, a íntegra da nota oficial de Luciana Genro e do PSOL:

Nota do PSOL: Seguir lutando para mudar o Brasil. Dilma não nos representa. Nenhum voto em Aécio.

O PSOL cresceu nas eleições de 2014. Dobramos nossa votação em relação a 2010, num cenário ainda mais difícil. Agradecemos a cada um dos 1.612.186 eleitores que destinaram seu voto ao fortalecimento das bandeiras que defendemos durante a campanha eleitoral. Conseguimos dobrar a representação parlamentar do PSOL, que alcançou cinco deputados federais e doze deputados estaduais. Essas bancadas farão a diferença nos seus estados e no Congresso Nacional na luta por mais direitos. Nosso projeto sai fortalecido das urnas, conquistando o quarto lugar em uma eleição marcada pela desigualdade da cobertura da imprensa, dos erros das pesquisas, do impacto do poder econômico e do desequilíbrio no tempo de televisão. Nada disso teria sido possível sem a militância do PSOL, que fez a diferença e conquistou, com muita dedicação, esse expressivo resultado.

Cumprimos o nosso papel, apresentando a melhor candidata e a melhor proposta para o Brasil. Luciana Genro constituiu-se como a principal referência da esquerda coerente e este é um enorme patrimônio de todo o PSOL. O programa que defendemos é o programa necessário para que se avance em direção a um Brasil justo e igualitário, livre da exploração e de todos os tipos de opressão. Esta foi nossa principal missão política nestas eleições, e avaliamos que a cumprimos bem.

Um segundo turno, quando não nos sentimos representados nele, é muitas vezes mais do veto que do voto. Entendemos que Aécio Neves, o seu PSDB e aliados são os representantes mais diretos dos interesses da classe dominante e do imperialismo na América Latina. O jeito tucano de governar, baseado na defesa das elites econômicas e nas privatizações, com a corrupção daí decorrente, significa um verdadeiro retrocesso. A criminalização das mobilizações populares e dos pobres empreendida pelos governos tucanos, em especial o de Alckmin, nos coloca em oposição frontal ao projeto do PSDB e aliados de direita. Assim, recomendamos que os eleitores do PSOL não votem em Aécio Neves no segundo turno das eleições presidenciais. Não é cabível qualquer apoio de nossos filiados à sua candidatura.

A provável capitulação de Marina Silva à candidatura tucana demonstra a sua incapacidade de representar legitimamente o desejo de mudanças expresso nas ruas e comprova que a “nova política” não pode ser um atributo daqueles que aderem tão rapidamente ao retrocesso.

É preciso também afirmar que, diante do que foi o seu governo e sua campanha eleitoral, Dilma está distante do desejo de mudanças que tomou as ruas no ano passado. Seu governo atuou contra as bandeiras mais destacadas de nossa campanha, como a taxação das grandes fortunas, a revolução tributária que taxe os mais os ricos e menos os trabalhadores, a auditoria da dívida pública, contra a terceirização e a precarização das relações de trabalho, fim do fator previdenciário, a criminalização da homofobia e a defesa do casamento civil igualitário, uma nova política de segurança pública que acabe com a “guerra às drogas” e defenda os direitos humanos, a democratização radical dos meios de comunicação, o controle público sobre nossas riquezas naturais, os direitos das mulheres, a reforma urbana, a reforma agrária e a urgentíssima reforma política, que tire a degeneração do poder do dinheiro nas eleições, reiterado neste pleito, mais uma vez. Por tudo isso, se Dilma vencer o segundo turno, o PSOL seguirá como oposição de esquerda e lutando pelas bandeiras que sempre defendemos, inclusive durante a campanha eleitoral.

A partir destas considerações, o PSOL orienta seus militantes a tomarem livremente sua decisão dentro dos marcos desta Resolução, conscientes do significado sobre o voto no segundo turno, dia 26 de outubro, e agradece mais uma vez a todos o(a)s seus/suas eleitores(as) e apoiadores(as) pela confiança recebida nestas eleições.

PARTIDO SOCIALISMO E LIBERDADE – PSOL
São Paulo, 8 de outubro de 2014.
Nos 47 anos da morte do comandante Che Guevara.

P.S. às 19h50 de 8.out.2014: A primeira versão deste post considerou como textos distintos duas notas enviadas pelo PSOL aos jornalistas na tarde desta 4ª feira. O primeiro trazia considerações somente a respeito de Aécio. O segundo, enviado 5 minutos depois, fazia também referências a Dilma. Após a publicação do post, a assessoria do partido entrou em contato com o Blog e informou que as duas notas eram a mesma. Por erro da campanha, diz a assessoria do PSOL, o primeiro e-mail enviado aos jornalistas trazia apenas metade do posicionamento. O segundo e-mail trouxe a íntegra da nota.

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Poder e Política na semana – 6 a 12.out.2014
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Fernando Rodrigues

Nesta semana, Dilma Rousseff e Aécio Neves correm atrás de alianças e traçam a estratégia para a reta final da campanha.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva deverá ser acionado para conversar com Roberto Amaral, presidente do PSB. Aécio aposta numa aproximação com o ex-tucano Walter Feldman, que atuou como braço direito de Marina na campanha.

Ricardo Moraes/Reuters - 3.out.2014

A partir das 17h desta 2ª feira, está liberada a propaganda eleitoral nas ruas, com distribuição de panfletos e uso de carros de som. No sábado começa o horário eleitoral em rádio em TV para o segundo turno, com tempo distribuído igualmente entre os dois candidatos.

Na 4ª feira, o PSB reúne sua Executiva Nacional, em Brasília, para anunciar a posição do partido no segundo turno da corrida presidencial.

O Congresso retoma suas atividades nesta semana. Na 3ª feira, os líderes partidários reúnem-se na Câmara e definem a pauta de votações. Na lista, a MP 650/14, que reestrutura as carreiras da Polícia Federal e concede reajuste para agentes, escrivães e papiloscopistas. Na 4ª feira, a CPI Mista da Petrobras colhe depoimento de Meire Poza, ex-contadora do doleiro Alberto Youssef.

No domingo, a Bolívia realiza eleições presidenciais. O presidente Evo Morales tem 59% das intenções dos votos válidos, segundo pesquisa divulgada na última 6ª feira (4.out.2014).

Eis, a seguir, o drive político da semana. Se tiver algum reparo a fazer ou evento a sugerir, escreva para frpolitica@gmail.com. Atenção: esta agenda é uma previsão. Os eventos podem ser cancelados ou alterados.

 

2ª feira (6.out.2014)
Propaganda eleitoral – a partir das 17h, está liberada a propaganda eleitoral para o segundo turno, como distribuição de panfletos, uso de carros de som e carreatas.

Aécio em SP – Aécio Neves, candidato do PSDB a presidente, reúne-se com apoiadores em São Paulo.

Economia em debate – Associação Nacional do Ministério Público de Contas e Tribunal de Contas da União promovem o debate “Por que o Brasil cresce pouco?”, com os economistas Raul Velloso, Marcos Lisboa, Marcos Mendes e Samuel Pessoa. Às 14h, no auditório do TCU, em Brasília.

Racionamento em SP – Sabesp entrega à Agência Nacional das Águas versão final do plano de contingência para o Sistema Cantareira.

Inflação – Dieese divulga pesquisa nacional da cesta básica.

TED no Rio – ciclo de conferências TED realiza evento global no Rio, na praia de Copacabana. Até 6ª feira (10.out.2014).

 

3ª feira (7.out.2014)
Dilma e eleitos – campanha de Dilma Rousseff à reeleição reúne petistas e apoiadores eleitos no primeiro turno para cobrar dedicação exclusiva no segundo turno.

Pezão com PT – Petistas do Rio podem se reunir com o governador Luiz Fernando Pezão, candidato do PMDB à reeleição, que disputará o segundo turno contra Marcelo Crivella (PRB). O encontro foi convocado pelo prefeito de Paraty, Casé Miranda, do PT.

PF e Serra – Polícia Federal deve ouvir José Serra (PSDB), senador eleito por São Paulo, sobre contatos com empresas do cartel de trens que teria atuado no Estado entre 1998 e 2008.

Custo de vida – Dieese divulga pesquisa sobre o custo de vida na cidade de São Paulo.

Votações na Câmara – Casa retoma atividades normais. Reunião de líderes define a pauta de votações da semana. Na lista, a Medida Provisória 650/14, que reestrutura as carreiras da Polícia Federal e concede reajuste para agentes, escrivães e papiloscopistas.

 

4ª feira (8.out.2014)
PSB e o 2º turno – partido reúne sua Comissão Executiva Nacional, em Brasília, e deve anunciar que posição tomará no segundo turno da disputa presidencial.

Orçamento – Comissão Mista de Orçamento vota relatório preliminar do senador Vital do Rêgo (PMDB-PB) ao projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias para 2015.

Petrobras – CPI Mista da Petrobras colhe depoimento de Meire Poza, ex-contadora do doleiro Alberto Youssef.

Processo contra Argôlo – Conselho de Ética da Câmara vota parecer sobre os processos contra o deputado Luiz Argôlo (SDD-BA), acusado de quebra de decoro por manter contatos com o doleiro Alberto Youssef.

Greve no ABC – metalúrgicos do ABC de veículos planejam iniciar greve para pressionar por reajuste salarial. A paralisação não atinge os operários de montadoras, que já negociaram reajustes.

Inflação – IBGE divulga o IPCA de setembro, o índice oficial de inflação do país.

Emprego – FGV divulga Indicador Antecedente de Emprego e Indicador Coincidente de Desemprego referente a setembro.

Indústria – IBGE divulga a produção industrial do país em setembro.

Construção civil – IBGE apresenta resultado dos Índices da Construção Civil.

Serviços – FGV apresenta resultado da Sondagem de Serviços.

 

5ª feira (9.out.2014)
Justiça do Rio – OAB-RJ define lista de 6 advogados para serem indicados para uma vaga de desembargador do Tribunal de Justiça do Rio. Pela primeira vez, a votação será de direta e aberta para 150 mil advogados do Estado. A escolha final é do governador. Neste ano, o ministro Luiz Fux, do STJ, ligou para conselheiros da OAB e desembargadores do TJ do Rio fazendo campanha para a filha, Marianna, o que causou constrangimento no meio jurídico.

Gullar na ABL – Academia Brasileira de Letras deve eleger o poeta Ferreira Gullar como novo imortal.

Agricultura – IBGE divulga o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola.

Indústria – FGV divulga a Sondagem da Indústria.

 

6ª feira (10.out.2014)
Investimento estrangeiro – Câmara de Comércio Brasil-EUA promove seminário a investidores estrangeiros sobre economia brasileira, em Washington. Luciano Coutinho, presidente do BNDES, e Robson Andrade, presidente da Confederação Nacional da Indústria, participam.

Energia limpa – Agência Nacional de Energia Elétrica realiza leilão de energia de reserva, destinada a suprir eventual falta de energia produzida por usinas hidrelétricas. Podem participar fornecedores de energia solar, eólica e de biomassa.

Empresários reunidos – jornal “Valor Econômico” promove seminário com líderes empresariais, em SP. Rubens Ometto, presidente da Cosan, é um dos palestrantes.

Emprego – IBGE divulga pesquisa mensal sobre Emprego e Salário.

 

Sábado (11.out.2014)
Horário eleitoral – início do período de propaganda eleitoral gratuita no rádio e na televisão.

Prisão de candidatos – a partir desta data, nenhum candidato que participará do segundo turno de votação poderá ser detido ou preso, salvo em flagrante delito.

 

Domingo (12.out.2014)
Bolívia vota – país latino-americano elege deputados, senadores e presidente. O presidente Evo Morales tem 59% das intenções dos votos válidos, segundo pesquisa divulgada na última 6ª feira (4.out.2014). O empresário Samuel Doria Medina tem 41%.

Bósnia Herzegovina nas urnas – país balcânico realiza eleições legislativas.

 

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Possível fracasso de Marina atrasa, mas não elimina 3ª via na política
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Fernando Rodrigues

Pesquisas indicam derretimento de candidata do PSB

Polarização PT-PSDB continua, mas tem futuro incerto

Petistas e tucanos ainda ouvirão “não me representam”

Marina-2013

Todas as pesquisas de intenção de voto divulgadas até a véspera da eleição de hoje (5.out.2014) indicam que pode estar ocorrendo um acelerado derretimento dos apoios de Marina Silva (PSB). É real a possibilidade de a pessebista ficar fora do 2º turno da disputa.

Se o processo de encolhimento eleitoral de Marina for mais agudo do que parece, fica inclusive robustecida a possibilidade –dada por muitos como remota– de vitória de Dilma Rousseff (PT) no primeiro turno.

Mas o que os institutos de pesquisa apontam como mais provável é uma rodada final entre Dilma e Aécio Neves (PSDB) no dia 26 de outubro de 2014, o segundo turno presidencial.

Se esse cenário se confirmar, a polarização PT-PSDB estará mais uma vez aprovada pela maioria dos eleitores brasileiros. Essa dicotomia teve início em 1994, há 20 anos. Vai então se repetir pela 6ª vez consecutiva. Novamente estará frustrada a construção de uma 3ª via na política brasileira no plano nacional.

As perguntas a serem feitas então são duas: 1) o que se passou com os mais de 70% dos brasileiros que têm respondido, pesquisa depois de pesquisa, que desejam uma mudança na forma de conduzir o país e a política? 2) Essa massa de eleitores agora ficou, subitamente, mais satisfeita?

Nada indica que foi preenchida a demanda por uma “nova política”. Tampouco há indicadores de que a imensa maioria dos brasileiros esteja realmente feliz com as opções oferecidas por PT e por PSDB. Circunstancialmente, o brasileiro se acomoda há 20 anos com petistas e tucanos, mas há sinais por toda parte de que o modelo parece ter pontos de esgotamento.

A eventual derrota de Marina Silva agora em 2014 não elimina a hipótese de prosperar uma terceira força eleitoral numa outra disputa pelo Palácio do Planalto. A viabilidade desse fenômeno depende de vários fatores, um deles sendo o tamanho da votação da pessebista agora em 2014.

Se Marina Silva obtiver nas urnas mais de 20% (o que teve em 2010), ela sairá do processo maior do que entrou. Mais relevante ainda, ficará registrado um recado claro de uma parcela significativa da população. Seria como se estivessem dizendo o seguinte nas urnas neste 5 de outubro: “Ei, PT! Ei, PSDB! Vocês não me representam”.

Isso quer dizer que nos próximos ciclos eleitorais a vida de petistas e de tucanos não será tão suave e confortável. Mesmo com Marina Silva e seu grupo sofrendo uma derrota agora em 2014, parece que já germinou na política brasileira uma semente a favor de novidades na forma como o país deva ser governado.

É claro que o PT e o PSDB podem acordar. Podem se abrir de maneira inaudita, promovendo uma conexão mais direta e verdadeira com os eleitores. Produzir um verdadeiro “aggiornamento” na forma como fazem política.

Alguém acredita que petistas e tucanos tomarão esse rumo?

Se esses partidos não adotarem medidas para se modernizarem, tende a continuar forte na sociedade a sensação de que há algo de errado com a política tradicional.

No ritmo atual, e pressupondo-se que PT e PSDB continuarão a dormir em berço esplêndido, a eleição de 2018 terá espaço para outras novidades. Até porque, dentro do establishment, as alternativas serão nomes já muito manjados. O apelo novidadeiro será pequeno.

Não importa o resultado agora em 2014, o PT hoje tem dois nomes claros para a disputa presidencial daqui a 4 anos. O primeiro e mais óbvio é o de Luiz Inácio Lula da Silva, que terá 73 anos na eleição de 2018. A opção mais “renovadora” do PT é o atual ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, que completará 64 anos no ano da próxima eleição presidencial.

Do lado do PSDB, se Aécio for vencedor agora, certamente tentará se reeleger em 2018. Outra opção entre os tucanos seria o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, que já declarou a vários interlocutores seu desejo de voltar a disputar a Presidência (ele tentou e perdeu em 2006).

Como se sabe, 2015 será um ano dos mais difíceis do ponto de vista econômico e social, com muito aperto e degradação da sensação de bem estar das pessoas. O movimento “não me representa” na política voltará a se energizar nesse ambiente, possivelmente já a partir do primeiro semestre do mandato do novo presidente.

Marina Silva deliberadamente não quis reagir no início do horário eleitoral, quando virou saco de pancadas de Dilma –e logo depois, de Aécio também. Ela fala muito sobre seu desejo de “ganhar ganhando”. Cita a disputa de 1989, da qual saiu vencedor Fernando Collor de Mello contra Lula. Para Marina, naquele ano, Lula perdeu, mas foi o vencedor. Collor, ganhou, mas perdeu.

Nesta eleição, se perder, que imagem Marina terá deixado? A de que foi massacrada por comerciais vitriólicos do PT e do PSDB, tendo ficado sem tempo nem condições de responder. E mesmo quando contra-atacou, usou um tom sempre menos virulento do que o de seus detratores.

Em resumo, mesmo derrotada, Marina terá saído do processo preservando sua imagem –que é seu maior patrimônio. Ficará livre para lançar de uma vez a Rede Sustentabilidade, o seu partido político.

Com a Rede pronta, poderá começar a atuar nos movimentos sociais no ano que vem, quando o Brasil tiver de enfrentar um duro ajuste fiscal, com aperto nas condições financeiras de todos. O mau humor pode tomar conta de grande parte da população.

A eventual derrota neste 5.out.2014 poderá ser não o final, mas apenas um novo recomeço da trajetória política de Marina.

Tudo o que está escrito aqui deve, por óbvio, ser jogado na lata do lixo se Marina passar ao segundo turno. Se não passar, essa narrativa é a que descreve o cenário mais provável para a ex-senadora que hoje está filiada ao PSB.


Dilma supera Lula e FHC em ida a debates durante campanha à reeleição
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Fernando Rodrigues

Petista é a primeira candidata à reeleição ao Planalto que vai a debates no 1° turno

No entanto, Dilma se recusou a participar de confronto direto na web com Marina e Aécio

Presidente esteve em 13 grandes entrevistas e sabatinas neste ano; concorrentes foram a 17

Com o debate desta 5ª feira (2.out.2014), a presidente Dilma Rousseff (PT) terá participado de 5 eventos desse tipo e de 17 grandes entrevistas e sabatinas nesta sua campanha por mais 4 anos no Palácio do Planalto. Trata-se de exposição muito superior à enfrentada pelos ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 1998 e 2006, quando ambos renovaram seus mandatos.

Além do debate presidencial organizado nesta 5ª feira à noite pela Rede Globo, ela também já foi aos debates da TV Bandeirantes (26 de agosto), UOL, “Folha”, SBT e Jovem Pan (1° de setembro), CNBB (16 de setembro) e Record (28 de setembro).

A presidente e sua equipe não aceitaram neste ano de 2014, entretanto, um debate apenas na internet que permitiria ter apenas os 2 ou 3 principais colocados se enfrentando. Em 2010, UOL e “Folha” promoveram um evento desse tipo apenas com Dilma, o tucano José Serra e Marina Silva, então filiada ao PV.

Mas Dilma é a primeira candidata à reeleição ao Planalto que participa de debates no primeiro turno. FHC, em 1998, e Lula, em 2006, se recusaram a ir a esses programas (tabela abaixo). O tucano venceu em turno único. Lula, no segundo turno, aceitou debater com Geraldo Alckmin (PSDB).

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Em 2006, cobrado por sua negativa em participar de debates no primeiro turno, Lula afirmou que “o presidente da República não pode se expor, tem de preservar a instituição”.

À época, o antecessor servia de exemplo. “Não é hábito do presidente ir a debate. O Fernando Henrique não foi a nenhum debate. Eu nunca vi ninguém cobrar dele”, disse.

Enfrentamentos diretos entre os candidatos ajudam o eleitor a decidir seu voto. Pesquisa feita pela consultoria Expertise com 1.188 eleitores aponta que os debates contam mais que as notícias e os programas eleitorais na escolha do candidato.

 

ENTREVISTAS
O espaço reservado para entrevistas e sabatinas na agenda de Dilma nesta campanha também é superior à da sua primeira disputa, em 2010, e à campanha de Lula em 2006.

Neste ano, houve 17 entrevistas e sabatinas organizadas por grandes veículos de comunicação ou entidades setoriais com os principais candidatos.

Marina Silva (PSB) –ou Eduardo Campos, que morreu em 13.ago.2014– e Aécio Neves (PSDB) foram a todas elas. Dilma, a 13. A petista não concedeu entrevistas ao programa Poder e Política, do UOL e da “Folha”, ao portal “G1”, ao programa Canal Livre, da TV Bandeirantes, e ao Jornal da Globo.

Em 2010, houve 12 entrevistas e sabatinas do gênero. Dilma faltou a 4: as organizadas pelos jornais “Folha de S.Paulo”, “O Globo” e “O Estado de S.Paulo” e à sabatina da CNA (Confederação Nacional da Agricultura). Naquele ano, José Serra (PSDB) foi a todos os eventos e Marina não participou apenas da sabatina na CNA. Os 3 foram a um debate exclusivo pela internet promovido pelo UOL e a “Folha”.

Em 2006, 10 entrevistas tentaram reunir os principais candidatos no primeiro turno. Lula foi a 7 e negou convites dos jornais “Folha de S.Paulo”, “O Globo” e “O Estado de S.Paulo”. Geraldo Alckmin (PSDB) e Heloísa Helena (PSOL) participaram de todos os eventos.

Compare abaixo a participação dos 3 principais candidatos em entrevistas, sabatinas e debates nas eleições presidenciais de 2006, 2010 e 2014:

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(Bruno Lupion)

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