Blog do Fernando Rodrigues

Arquivo : CPI do Futebol

Romário e Randolfe pedem indiciamento de Ricardo Teixeira e mais 8
Comentários Comente

Fernando Rodrigues

Voto em separado foi apresentado na CPI do Futebol nesta 4ª feira

Senadores da comissão não se reuniam havia 7 meses

Romero Jucá não pediu indiciamento e sugeriu 4 projetos de lei

teixeira

O ex-presidente da CBF Ricardo Teixeira é um dos alvos do pedido de Romário e Randolfe

O presidente da CPI do Futebol, o senador Romário (PSB-RJ), e seu colega Randolfe Rodrigues (Rede-AP) pediram o indiciamento de 9 pessoas no voto em separado apresentado na reunião desta 4ª feira (23.nov). A lista inclui dirigentes e ex-dirigentes da CBF (Confederação Brasileira de Futebol):

  • Marco Polo Del Nero, atual presidente da entidade
  • José Maria Marin e Ricardo Teixeira, ex-presidentes da CBF;
  • Antônio Osório Ribeiro Lopes da Costa, ex-diretor financeiro da CBF;
  • Carlos Eugênio Lopes, advogado da CBF

Leia a íntegra do voto em separado.

A reportagem é do Poder360 e as informações são do repórter Gabriela Caesar.

Os senadores também pediram o indiciamento do deputado federal Marcus Vicente (PP-ES), vice-presidente da CBF, e do prefeito de Boca da Mata (AL), Gustavo Dantas Feijó.

Completam a lista os empresários do ramo esportivo José Hawilla e Kleber Fonseca de Souza Leite, ex-presidente do Flamengo.

O documento tem mais de 1.000 páginas e será enviado ainda para o Ministério Público. Fica a cargo do MP concluir se há indícios suficientes para apresentar uma denúncia à Justiça.

A comissão estava paralisada havia 7 meses. O último encontro foi em 16 de abril. Na época, a convocação de dirigentes da CBF foi motivo de discordância entre os senadores.

O relator da CPI, Romero Jucá (PMDB-RR), ainda leu na sessão de hoje (4ª), por 25 minutos, um resumo de seu relatório final. O documento entregue pelo peemedebista tem 380 páginas e não pede o indiciamento de ninguém.

Jucá apresentou um relatório mais analítico para “aprofundar as investigações internas”. O parecer sugere ainda 4 projetos de lei. “Investigamos, descobrimos os erros e propomos correções para o futebol brasileiro”, disse Jucá.

Leia a íntegra do relatório de Romero Jucá.

O presidente da CPI, Romário (PSB-RJ), concedeu pedido de vista depois da leitura do voto em separado e do relatório de Jucá. A votação dos relatórios ainda não tem data prevista.

Os senadores Fernando Collor (PTC-AL) e Davi Alcolumbre (DEM-AP) foram os únicos titulares do colegiado que não estavam no encontro desta 4ª feira.

O Poder360 está no Facebook, YouTubeTwitter e Google+.


3 agentes Fifa e 2 empresários ligados a Ricardo Teixeira na lista do HSBC
Comentários Comente

Fernando Rodrigues

Empresários que trabalham com jogadores mundialmente conhecidos ou que já fizeram negócios com dirigentes da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) estão na lista de brasileiros relacionados a contas numeradas no HSBC da Suíça.

Levantamento feito pelo UOL, em parceria com o jornal “O Globo”, com base nas planilhas vazadas por um ex-técnico de informática do banco indica que, entre os 8.667 nomes, há ao menos 5 ligados ao futebol nacional. São eles os agentes Reinaldo Pitta, Eduardo Uram e Richard Alda –todos listados pelo site da Fifa como aptos a gerenciar a carreira de jogadores no Brasil– e os empresários Renato Tiraboschi e Octavio Koeler, que foram sócios e amigos do ex-presidente da CBF Ricardo Teixeira e aparecem no relatório da CPI do Futebol, realizada nos anos 2000.

Na última semana, a reportagem procurou todos os citados. Aqueles que foram localizados negaram ter mantido conta na Suíça, assim como qualquer irregularidade em suas movimentações financeiras.

Pitta foi o primeiro empresário do ex-atacante Ronaldo Fenômeno e, atualmente, agencia o goleiro Paulo Victor (Flamengo) e o atacante Emerson Sheik (Corinthians).

Uram é um dos nomes mais influentes do futebol carioca. Tem em sua carteira atletas como o lateral direito Léo Moura (ex-Flamengo, hoje nos Estados Unidos).

Alda, que teve grande influência nas divisões de base do Fluminense, cuidou da carreira de jogadores como o lateral esquerdo Marcelo (Real Madrid). Até hoje, ele agencia o volante Arouca (Palmeiras).

Na tabela abaixo, os dados das contas dos agentes da Fifa e de empresários ligados a Ricardo Teixeira (clique na imagem para ampliar):

Arte

Os chamados “agentes Fifa” são credenciados pela entidade para representar e atuar em negociações de transferências de jogadores. Para receber essa autorização, fazem prova e depositam uma caução. Nesta 4ª feira (1º.abr.2015), a função será extinta. Qualquer um poderá atuar no mercado.

Tiraboschi e Koeler intermediaram contratos e fizeram câmbio para a CBF. Eles foram sócios numa corretora de valores que, em 2006, vendeu uma mansão de Búzios por uma soma bem abaixo do valor de mercado. O imóvel, logo em seguida, foi repassado a Ricardo Teixeira.

Ter uma conta bancária no exterior não é considerado ilegal. A legislação brasileira determina que o contribuinte deve declará-la à Receita Federal e ao Banco Central

Participam da apuração da série de reportagens SwissLeaks os jornalistas Fernando Rodrigues e Bruno Lupion (do UOL) e Chico Otavio, Cristina Tardáguila e Ruben Berta (do jornal “O Globo”).

Empresários do futebol citados na lista do HSBC negam ser correntistas

Os ex-sócios e amigos de Ricardo Teixeira, o voo da muamba e o HSBC

Os agentes de Ronaldo, Léo Moura e Marcelo no SwissLeaks

Leia tudo sobre o caso SwissLeaks-HSBC no Brasil

O blog está no FacebookTwitter e Google+.


Empresários do futebol citados na lista do HSBC negam ser correntistas
Comentários Comente

Fernando Rodrigues

“Estou cagando e andando”, diz Reinaldo Pitta

Todos os empresários ligados ao futebol localizados pela reportagem negaram ter contas no HSBC da Suíça ou haver cometido qualquer irregularidade em suas movimentações financeiras.

O agente Reinaldo Pitta disse que nunca teve conta no banco. Por telefone, lembrou que foi gerente do Bamerindus, banco extinto no fim dos anos 1990 e incorporado pelo HSBC, e afirmou que a chance de seu nome estar nas planilhas do HSBC suíço “é a mesma de ser imortal”.

“Quando você me ligou, achei que fosse alguma coisa importante. Mas estou cagando e andando para isso [a lista do HSBC]. Isso é história de vocês [jornalistas]. E é por isso que, às vezes, Papai do Céu castiga”, declarou Pitta.

O advogado Ricardo Cerqueira, que representa Pitta no processo referente ao propinoduto, afirmou que um acórdão do STJ, publicado no último dia 16, extinguiu as penas de seu cliente por evasão de divisas, restando atualmente apenas uma condenação por formação de quadrilha. Cerqueira afirmou que não há condenação transitada em julgado contra o empresário.

Por telefone, Eduardo Uram disse que nunca teve conta no HSBC da Suíça e que considera a informação “um absurdo”. Por e-mail, o agente reforçou que nunca foi detentor de conta no HSBC e que não tem conhecimento da existência dos documentos que o relacionam a uma das contas de brasileiros no banco suíço.

No texto de seu e-mail, Uram ainda acrescenta: “Estou tomando todas as providências necessárias no sentido de obter uma certidão de inexistência de conta corrente naquele banco”. Até a conclusão desta edição, o documento não foi encaminhado.

Richard Alda foi procurado na FP Marketing Esportivo e por e-mail, mas não respondeu.

Por telefone, Octavio Koeler negou ter tido conta no HSBC e disse que “nunca ouviu falar” da empresa Geriba ZKR. Informou que teve “relações sociais e comerciais por um breve período” com o ex-presidente da CBF Ricardo Teixeira.

Ao longo da semana, a reportagem ligou para todos os telefones que aparecem ligados a Renato Tiraboschi. Também enviou-lhe e-mails, mas não obteve resposta.

Na 6ª feira (27.mar.2015), a reportagem procurou os advogados de Teixeira para que ele comentasse o caso. José Mauro Couto de Assis, titular do escritório, estava viajando. Seus assessores disseram que ele seria informado e que entraria em contato se houvesse interesse de seu cliente em responder –o que não aconteceu.

3 agentes Fifa e 2 empresários ligados a Ricardo Teixeira na lista do HSBC

Os ex-sócios e amigos de Ricardo Teixeira, o voo da muamba e o HSBC

Os agentes de Ronaldo, Léo Moura e Marcelo no SwissLeaks

Leia tudo sobre o caso SwissLeaks-HSBC no Brasil

O blog está no FacebookTwitter e Google+.


Os agentes de Ronaldo, Léo Moura e Marcelo no SwissLeaks
Comentários Comente

Fernando Rodrigues

Reinaldo Pitta já foi considerado um dos agentes mais influentes do Brasil. Dono da RP4 Football Management, entrou para a história como o homem que pagou US$ 7,5 mil para tirar Ronaldo Fenômeno do São Cristóvão, quando ele tinha 14 anos. Em seguida, vieram Amoroso, Ricardinho e Vampeta.

Josemar Gonçalves/Folhapress - 24.abr.2001

Reinaldo Pita pagou US$ 7,5 mil para tirar Ronaldo  do São Cristóvão, quando ele tinha 14 anos

Seu nome já foi ligado a diversos escândalos. Em 1999, veio à tona a informação de que Pitta havia feito empréstimos, sem garantia, ao presidente do Vasco, o então deputado Eurico Miranda (R$ 320 mil), a seu filho Mário Ângelo (R$ 110 mil) e ao técnico Carlos Alberto Parreira (R$ 60 mil). Por isso, ele foi investigado na CPI do Futebol. Em 2001, teve o indiciamento sugerido ao Ministério Público Federal, que o denunciou à Justiça por suposto falso testemunho. O Tribunal Regional Federal não acatou a denúncia.

Dois anos depois, Pitta foi detido no escândalo do propinoduto –esquema de corrupção com fiscais da Receita, auditores e empresários. Na época, o MP denunciou 32 pessoas. Pitta foi acusado de sonegação fiscal, fraude na contabilidade, lavagem de dinheiro, auxílio em manutenção de conta no exterior e formação de quadrilha. Neste mês de março de 2015, o Superior Tribunal de Justiça arquivou as acusações, com exceção da última, contra a qual ele continua recorrendo.

Em 2005, Pitta foi preso uma outra vez, pela Polícia Federal. Seu grupo foi acusado de remeter ilegalmente para o Brasil US$ 24 milhões referentes a comissões pela venda de atletas no exterior. Após cerca de dois meses, foi solto por um habeas corpus concedido pelo TRF.

Nas planilhas do HSBC, Pitta aparece relacionado a uma conta aberta e fechada no mesmo dia: 20 de julho de 2000.

Eduardo Uram, formado em Engenharia Civil, trabalha desde 1997 agenciando jogadores. É dono da Brazil Soccer, sediada no Rio. Um de seus primeiros clientes foi o lateral Léo Moura, quando ele ainda estava no Botafogo. Léo passou pelo Flamengo e, recentemente, fechou com o Fort Lauderdale Strikers. Ainda estão na carteira de Uram jogadores como Obina (Matsumoto Yamaga) e Nixon (Flamengo).

Reprodução/SilvanAlves

Eduardo Uram é dono da Brazil Soccer, no Rio. Lateral Léo Moura foi um de seus primeiros clientes

Nas planilhas do HSBC, Uram está relacionado a uma conta compartilhada com outras três pessoas de mesmo sobrenome. De acordo com o banco, ela foi aberta em 14 de junho de 1989 e, em 2006/2007, tinha US$ 343 mil.

Richard Alda é o terceiro agente Fifa brasileiro na lista do HSBC suíço. Ele é dono da FP Marketing Esportivo Ltda, com sede na Barra da Tijuca. Seu nome aparece nos documentos do banco relacionado a uma conta numerada ativa entre março de 1995 e maio de 2005.

Reprodução/LinkedIn

Richard Alda é dono da FP Marketing Esportivo, também sediada no Rio

Alda já agenciou o lateral Marcelo, hoje no Real Madrid. Em novembro de 2007, ele e a FP Marketing Esportivo intermediaram a venda de Marcelo do Fluminense para o Real. A comissão teria girado em torno de 1,6 milhão de euros. Em janeiro, negociou a transferência de Arouca do Santos para o Palmeiras

Participam da apuração da série de reportagens SwissLeaks os jornalistas Fernando Rodrigues e Bruno Lupion (do UOL) e Chico Otavio, Cristina Tardáguila e Ruben Berta (do jornal “O Globo”).

3 agentes Fifa e 2 empresários ligados a Ricardo Teixeira na lista do HSBC

Empresários do futebol citados na lista do HSBC negam ser correntistas

Os ex-sócios e amigos de Ricardo Teixeira, o voo da muamba e o HSBC

Leia tudo sobre o caso SwissLeaks-HSBC no Brasil

O blog está no FacebookTwitter e Google+.


< Anterior | Voltar à página inicial | Próximo>