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Em vez de eleição indireta com Jobim, PT prefere Lula e as ‘Diretas-2017’
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Fernando Rodrigues

PT teme que opção por Jobim impulsione a eleição indireta

Candidatura de Lula em 2017 não seria para mandato tampão

Lula

Ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva

O ex-ministro Nelson Jobim aposta na proximidade com dois amigos –os ex-presidentes Lula (PT) e Fernando Henrique Cardoso (PSDB)– para dar impulso à sua candidatura a 1 mandato tampão de presidente da República.

Caso o governo Michel Temer naufrague nos 2 últimos anos de mandato, a Constituição determina que sejam realizadas eleições indiretas para presidente.

As informações são do editor Tales Faria. O texto foi publicado originalmente no Poder360. Receba a newsletter.

Conforme o Poder 360 revelou, Jobim já está em plena campanha. Ele circulou por Brasília na semana passada, esteve com o presidente Michel Temer e tem procurado se aconselhar com conhecidos do PMDB, do PT e do PSDB.

O problema é que o partido de seu amigo Lula defende abertamente eleições diretas para presidente em 2017.

Mais que isso. Os petistas discutem o lançamento da candidatura do próprio Lula para uma eleição antecipada em 2017 como forma de barrar as eleições indiretas.

O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) conta ao Poder360 que a candidatura Lula está, de fato, sendo discutida internamente do partido.

A motivação seriam as últimas pesquisas, que apontam o ex-presidente em primeiro lugar nas intenções de voto do eleitorado para presidente da República.

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“E não seria para mandato tampão. Lula poderia vir para assumir o mandato completo¨, diz Lindbergh.

Em pesquisa divulgada na 2ª feira (12.dez), o ex-presidente lidera com dez pontos de vantagem sobre a segunda colocada, Marina Silva (Rede). Ele está com 25% e Marina, com 15%. Aécio Neves (PSDB) fica em terceiro, com 11% das intenções de votos.

Lula pode tirar o país da crise como fez em 2009“, afirma Lindebergh. Assista:

O problema de Lula é a Operação Lava Jato. Tanto pode tirar votos do ex-presidente como pode acabar o impedindo, juridicamente, de ser candidato. Ele terá que se livrar da condição de réu até o registro da candidatura.

Jobim, por sua vez, acredita que o PT acabará sendo obrigado a optar por seu nome.

Não só pelas dificuldades do petista com a Lava Jato.

É que há 2 nomes do Supremo Tribunal Federal que têm circulado como possíveis candidatos a presidente numa eleição indireta. E eles não contam com a confiança dos militantes de esquerda.

Tratam-se do ministro Gilmar Mendes e da presidente da Corte, Cármen Lúcia.

Ambos têm bom trânsito na mídia, principalmente nas Organizações Globo, e até uma simpatia maior do próprio Michel Temer.

Temer, por sua vez, não morre de amores por Jobim.

E não está parado. Conforme revelou Fernando Rodrigues no Poder 360, o presidente tem se movimentado para evitar o final antecipado do mandato.  Na 4ª feira (14.dez), recebeu João Roberto Marinho, da Globo.  Na 5ª feira, almoçou no Planalto com Gilmar Mendes.

Por fim, há até a possibilidade de uma candidatura do próprio Fernando Henrique Cardoso.

O ex-presidente do Senado Jader Barbalho (PMDB-PA) subiu à tribuna na noite da 3ª feira (13.dez) e acusou: a grande mídia estaria trabalhando para derrubar Temer porque já tem candidato: FHC.

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Jobim circula em campanha para presidente e se encontra com Temer
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Fernando Rodrigues

Nelson Jobim jantou com o presidente no Jaburu

Ex-ministro tem se aconselhado sobre candidatura

Em nota, Jobim diz não estar fazendo campanha

O ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Nelson Jobim fala na Comissão especial sobre o pacto federativo, durante audiência pública (Antonio Cruz/Agência Brasil)

O ex-ministro e ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Nelson Jobim: candidato

O ex-ministro Nelson Jobim jantou com o presidente Michel Temer no Palácio do Jaburu, na 3ª feira (6.dez). Fumaram charutos. Está tudo bem entre eles. Mas Jobim é nome recorrente em todas as discussões sobre quem poderia ser eleito pelo Congresso para a Presidência, se Temer perder a cadeira ou renunciar a partir de 2017.

O editor Tales Faria participou da apuração. A reportagem foi publicada no Poder360. Receba a newsletter.

A Constituição determina a realização de eleições indiretas em caso de vacância do mandato presidencial nos últimos 2 anos. O sucessor seria escolhido pelo Congresso.

Em plena campanha eleitoral, Nelson Jobim aproveitou a viagem para circular por Brasília. Esteve não só na reinauguração de um antigo reduto de políticos, o restaurante Piantella, como também visitou e ouviu amigos e políticos de diferentes partidos. Na 2ª feira (12.dez), em São Paulo, ele participou de almoço de fim de ano da Febraban (Federação Brasileira de Bancos).

Em todos os lugares, o ex-ministro sempre se viu cercado por comentários sobre a possibilidade de ocupar mandato tampão até as eleições de 2018. Publicamente, ele tem dito que não leva a sério a hipótese. Mas reservadamente se mostra interessado. Perguntou a amigos do PT, do PSDB e do PMDB sobre a possibilidade de o Congresso o escolher.

Todos que foram ouvidos concordam que seria 1 nome bastante viável. Mas os mais próximos têm dito que terá grandes dificuldades de governar qualquer que seja o escolhido.

Amigo pessoal de Lula e FHC, Nelson Jobim foi deputado constituinte, líder do PMDB, ministro da Justiça e da Defesa dos governos do PSDB e do PT. Também foi presidente do Supremo Tribunal Federal.

É especialista na Operação Lava Jato. O que é 1 conhecimento valioso para os políticos. Já atuou como consultor de algumas empresas envolvidas no caso. Tornou-se há pouco tempo membro do Conselho de Administração do BTG Pactual. No banco, cuida de “Relações Institucionais e Políticas de Compliance”. O BTG passou momentos difíceis depois que a Lava Jato prendeu André Esteves, ex-presidente da instituição.

Eis o currículo de Jobim no site do BTG:

Imagem_Jobim

OS CUSTOS DAS ELEIÇÕES DIRETA E INDIRETA
Há no momento uma discussão intensa no Congresso e nos meios políticos sobre como deverá ser escolhido um eventual sucessor de Michel Temer. Os partidos de oposição e alguns governistas têm convicção de que somente a eleição indireta não daria legitimidade a um presidente para enfrentar a crise.

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso já deu entrevista dizendo que a saída é uma eleição direta.

Hoje, no entanto, parece haver uma franca maioria no Congresso que não deseja abrir mão de um direito constitucional. Além do mais, aprovar uma emenda constitucional e organizar uma eleição direta pode demorar 6 meses ou mais –e o país ficaria praticamente acéfalo nesse período.

Com bastante trânsito no PT, especialmente na cúpula do partido, Nelson Jobim é visto como um nome capaz de levar os petistas a aceitarem a eleição indireta. E de criar condições para um acordo de governabilidade até as eleições gerais de 2018.

Outros nomes que têm circulado como possíveis candidatos a presidente numa eleição indireta são 2 ministros do Supremo Tribunal Federal. A atual presidente da Corte, Cármen Lúcia, e Gilmar Mendes.

Ambos têm em comum uma qualidade que pode ajudar numa eleição indireta no Congresso: bom trânsito na mídia, sobretudo um contato amistoso com o Grupo Globo, a maior empresa jornalística do Brasil.

Gilmar tem uma vantagem quando se trata de contato com o Congresso. Os 2 magistrados, entretanto, enfrentam resistências da esquerda –um setor do espectro político com o qual Jobim cultivou uma relação mais sólida.

JOBIM ENVIA NOTA
“O ex-ministro Nelson Jobim informa que esteve em Brasília recentemente para uma reunião do BTG Pactual e uma audiência profissional no STJ. Nega estar em campanha para cargos públicos”.

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90,8% rejeitam Congresso para escolher quem deve suceder a Michel Temer
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Fernando Rodrigues

Mas eleição é indireta se mandato for interrompido em 2017

Brasileiros também querem escolher já novos congressistas

35,1% dizem ser favoráveis a intervenção militar provisória

Renan Calheiros, Michel Temer e Rodrigo Maia em entrevista no Planalto

Renan Calheiros, Michel Temer e Rodrigo Maia em entrevista no Planalto

Na hipótese de Michel Temer perder seu mandato de presidente da República ou renunciar ao cargo a partir do próximo ano, 90,8% dos brasileiros prefeririam escolher seu sucessor por meio de eleições diretas e não via eleição indireta, pelo Congresso Nacional, como determina a Constituição.

Esse novo indicador do descrédito atual do Poder Legislativo vem de levantamento do instituto Paraná Pesquisas, com exclusividade para o Poder360. O estudo foi realizado nos dias 6 a 8 de dezembro, com 2.016 entrevistas em 152 municípios em 25 unidades da Federação. A margem de erro é de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos. Leia o relatório completo da pesquisa.

Este texto é do Poder360. Receba a newsletter.

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Apesar de ser o desejo da população, o cenário de eleições diretas para presidente só se concretizaria se Michel Temer perdesse o mandato ou renunciasse ainda em 2016.  A Constituição determina, em seu art. 81, que se o mandato de presidente for interrompido nos 2 últimos anos, a eleição do novo chefe do Executivo é feita de maneira indireta pelo Congresso Nacional –ou seja, pelos deputados e pelos senadores.

A desconfiança em relação aos representantes eleitos em 2014 para Câmara e Senado é profunda. Além de rejeitar que o Congresso decida quem seria o presidente num cenário de queda ou renúncia de Michel Temer, 68,6% dos entrevistados dizem ser a favor de fechar o Poder Legislativo e convocar novas eleições já para deputados e senadores.

ParanaPesquisas-novaseleicoes

Para que esse desejo da população fosse atendido também seria necessária uma alteração da Constituição –a ser feita pelos próprios congressistas, um cenário altamente improvável.

O sentimento generalizado contra a política “tradicional”, já detectado no pleito municipal deste ano (leia uma análise), também está muito presente quando os brasileiros opinam sobre quem gostariam de ter no Congresso. Para 49% dos entrevistados o melhor é escolher deputados e senadores entre pessoas que nunca tenham participado da política. Só 32,2% optariam por 1 candidato com carreira política consolidada.

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INTERVENÇÃO MILITAR
A revolta contra os políticos produz 1 sentimento que tem alguma similitude com o que existiu no início dos anos 60 no Brasil, no século passado, quando o país acabou assistindo ao golpe militar de 31 de março de 1964 –que resultou numa ditadura de 21 anos, até 1985. Segundo o Paraná Pesquisas, 35,1% dos entrevistados são hoje a favor de “uma intervenção militar provisória”.

Há, entretanto, expressivos 59,2% dos brasileiros que rejeitam um governo militar, de acordo com o levantamento. Outros 5,7% disseram não ter opinião a respeito ou preferiram não responder.

ParanaPesquisas-intervencaomilitar

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