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Arquivo : Interpol

Maluf, que agora apoia o impeachment, deixa a lista vermelha da Interpol
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Fernando Rodrigues

“Agora, só falta o papa Francisco me canonizar”, diz deputado

Político volta a poder fazer viagens ao exterior sem risco de prisão

Primeiro passeio internacional será para Bariloche e Punta del Este

Exclusão ocorreu há um mês e meio; Maluf não explica a razão

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O deputado Paulo Maluf (PP-SP) em fevereiro de 2015

O deputado federal Paulo Maluf (PP-SP), 84 anos, e seu filho Flávio não estão mais na lista pública de pessoas procuradas pela Interpol, a Organização Internacional de Polícia Criminal.

Segundo informações do gabinete do deputado, a exclusão foi feita há 1 mês e meio. Maluf fala entre “duas e três semanas”. Ele não quis revelar como conseguiu que seu nome fosse retirado da lista de procurados internacionais.

Procurado pelo Blog, o deputado comemorou e fez uma brincadeira: “Estou fora do mensalão, fora do petrolão, fora da Lava Jato, não estou no Panama Papers e votei a favor do impeachment. Agora, saí da lista vermelha da Interpol. Só falta o papa Francisco me canonizar”.

As informações são do repórter do UOL André Shalders.

Ontem (11.abr.2016), no início da noite, Maluf foi um dos 38 deputados que votaram a favor da admissibilidade do impeachment da presidente Dilma Rousseff na comissão especial que tratou do assunto na Câmara. O pedido foi aceito, pois o Palácio do Planalto teve apenas 27 votos no colegiado de 65 integrantes.

Feliz com seu voto, Maluf dava entrevistas a granel ao final da sessão da comissão do impeachment. Indagado pelo Blog se achava justo ser “canonizado” pelo papa (ser tornado santo da Igreja Católica), o deputado respondeu:

“Por tudo que fiz pela cidade de São Paulo, acho que eu mereço [a canonização]”.

“Amanhã [hoje], 12 de abril, completo 49 anos de vida pública. Em 12 de abril de 1967 fui nomeado presidente da Caixa Econômica Federal. Tenho muitos serviços prestados”, declarou.

Maluf diz que sua última viagem internacional foi em dezembro de 2008, quando esteve na França, na Itália e na Inglaterra. Agora, está livre para passear novamente pelo exterior. “Vou tirar uns 15 dias em julho. No inverno, gosto de ir para a Argentina, para Bariloche. Também posso ir para Punta del Este, no Uruguai”, disse.

Paulo Maluf foi incluído na lista da Interpol em 19.mar de 2010, há quase 6 anos. Ele foi colocado na relação que é conhecida como “difusão vermelha”. O deputado poderia ser preso se fosse ao exterior. Ao desembarcar, corria o risco de ser detido em qualquer 1 dos mais de 180 países que integram  parte do organismo.

À época, a inclusão ocorreu a pedido da Promotoria de Nova York, em decorrência de uma investigação iniciada em 2001. Maluf foi acusado de enviar recursos ilegalmente para o exterior e por desviar dinheiro público no Brasil. O deputado nega ter cometido irregularidades. “Agora, vou mandar o meu advogado procurar esse juiz em Nova York para explicar tudo”, afirma.

O desvio teria ocorrido nas obras da avenida Água Espraiada. O dinheiro teria sido enviado para Nova York –depois, para a Suíça, para a Inglaterra e para a Ilha de Jersey. Maluf nega todas essas acusações.

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O nome do deputado não retorna mais resultados no site da Interpol

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Página da Interpol quando Maluf ainda era procurado

LISTA SIGILOSA
Embora Maluf não apareça mais na lista pública da Interpol, não há como saber se o político brasileiro é mantido em uma outra relação, não divulgada.

Como a inclusão foi feita a pedido da Justiça dos EUA, delegados da Polícia Federal brasileira que trabalham com a Interpol não souberam precisar se Maluf está ou não na lista sigilosa da Interpol. Nesse caso, ele ainda poderia ser preso ao sair do Brasil.

“TRAGA UM ALFAJOR PRA GENTE VER”
O deputado deu pistas sobre sua exclusão da lista da Interpol nas redes sociais.

Na última 5ª feira (07.abr) o deputado foi alvo de provocações de um internauta no Facebook, após anunciar publicamente que apoiaria o impeachment de Dilma Rousseff.

“Amo o Brasil e principalmente amo São Paulo”, concluiu o deputado em seu anúncio. Um internauta lançou a provocação: “Tem que amar mesmo o Brasil afinal nem pode deixar o país, né lindo?”

“Quanto a não deixar o país você está equivocado e desatualizado. Abraços!!!”, replicou Maluf.

“Se o senhor pode mesmo sair do país e eu não estou sabendo peço que vá até a nossa querida vizinha Argentina e traga um alfajor para a gente ver. É barato, é fácil – e assim nos atualizamos sobre a sua situação”, continuou o internauta.

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Cardozo contatou EUA para ajudar Maluf a retirar ficha da Interpol
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Fernando Rodrigues

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, enviou um comunicado para o governo dos Estados Unidos perguntando a respeito da possibilidade de o deputado federal Paulo Maluf (PP-SP), aliado da administração federal do PT, ser ouvido no Brasil sobre um processo no qual está relacionado na Justiça norte-americana.

O relato dessa ajuda do governo é do próprio Paulo Maluf, em entrevista ao programa Poder e Política, do UOL e da “Folha”. O fato foi confirmado pelo Ministério da Justiça, que informa ter apenas encaminhado o pedido porque essa é a praxe a ser seguida quando um cidadão brasileiro faz tal solicitação.

O Ministério da Justiça afirmou que o caso de Maluf foi o único até agora com essas características: um brasileiro, com residência fixa e com aviso de procurado na Interpol (para ser preso nos EUA) requerendo o direito de ser ouvido no Brasil. Se outro cidadão nessa condição solicitar ajuda ao governo, será atendido, segundo o Ministério da Justiça.

Maluf e seu advogado procuraram José Eduardo Cardozo mais de uma vez nos últimos dois anos para tratar do assunto. O deputado está citado num caso de possível evasão de divisas –o que ele nega– e a Justiça dos EUA o trata como foragido. Por essa razão, desde 2009, a Interpol exibe em seu site uma foto de Maluf como “procurado”.

O início da busca de ajuda de Maluf no Ministério da Justiça, há dois anos, coincide com a adesão do deputado e de seu partido, o PP, à campanha do petista Fernando Haddad pela Prefeitura de São Paulo, em 2012.

O governo dos EUA acabou negando o pedido de Maluf, mas o deputado continuou a procurar ajuda do Ministério da Justiça. Seus advogados agora tentam uma reversão desse quadro. Ele deseja apresentar sua versão dos fatos aqui no Brasil, por meio de videoconferência ou sendo ouvido por um juiz brasileiro.
“Não sou procurado por eles porque estou condenado. Sou procurado porque eles querem a minha oitiva. O que estranho é que um brasileiro não tem a mesma defesa do governo brasileiro que teve o Cesare Battisti, este sim criminoso”, reclama Maluf.

O deputado tem 82 anos e vai disputar neste ano seu quarto mandato na Câmara. Pensa em se aposentar? “Quando Deus me levar para o céu”, responde. “Vida pública é vocação. Sou hoje, em Brasília, um consultor de todos os deputados. Não vou desperdiçar essa experiência que Deus me deu”.

Neste ano, fará campanha pela reeleição da presidente Dilma Rousseff. “Estará no meu santinho”, diz. A petista pode perder? “Só se cair um avião… Com ela dentro. Mas isso não vai acontecer, porque a Ucrânia está bem longe”.

E quais são as chances de Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB) na corrida presidencial? “A eleição tem um candidato só. Só ela [Dilma]. Ela vai falar o que fez e os outros vão falar mal dela. O Aécio não tem o que mostrar. O Eduardo Campos, idem”.

Na entrevista, Maluf fez uma avaliação sobre o caso do aeroporto construído em Minas Gerais perto de propriedades da família de Aécio Neves: “[É] um aeroporto particular para a família. Não é um pecado mortal. É um pecado venial. Algum efeitinho, tem. Sempre é uma manchinha”.

O deputado acha que o problema de abastecimento de água acabará sendo um tema relevante na campanha eleitoral em São Paulo. “A Sabesp está ludibriando o governador [Geraldo Alckmin]”, opina.

No plano nacional, avalia que Eduardo Campos fez um mau negócio ao se aliar a Marina Silva. “[Ela] tem uma visão antiquada (…) O que seria o Centro-Oeste sem o agronegócio? Uma taba de índios. O que é o bioma? Tem que defender três borboletas, quatro cobras, cinco lagartixas, dois sapos e uma taba de índios”.

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Interpol publica ficha de procurado de Pizzolato
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Fernando Rodrigues

A Interpol publicou hoje (18.nov.2013) em seu site a ficha de procurado do ex-diretor do Banco do Brasil, Henrique Pizzolato, condenado a 12 anos e 7 meses no processo do mensalão pelos crimes de corrupção passiva, peculato e lavagem de dinheiro.

Abaixo, a reprodução da ficha:

Reprodução

Pizzolato fugiu para a Itália, país do qual tem cidadania. No sábado (16.nov.2013), ele divulgou uma carta no qual diz ter fugido em busca de uma chance de conseguir um novo julgamento.

“Por não vislumbrar a minha chance de ter um julgamento afastado de motivações político-eleitorais, com nítido caráter de exceção, decidi consciente e voluntariamente, fazer valer meu legítimo direito de liberdade para ter um novo julgamento, na Itália, em um Tribunal”, escreveu Pizzolato.

Como é cidadão italiano, Pizzolato não poderá ser extraditado de volta para o Brasil. Contudo, se deixar a Itália, o ex-diretor do Banco do Brasil poderá ser preso.

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