Governo fica nas mãos de Renan Calheiros
Fernando Rodrigues
Presidente do Senado decidirá sozinho se requerimentos para CPI da Petrobras são válidos
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), decidirá sozinho nesta quarta-feira (2.abr.2014) o destino da CPI da Petrobras. Deve fazer um anúncio no início da tarde.
Renan tem à sua frente dois requerimentos de CPIs e um outro pedindo que nada seja feito.
A primeira CPI é a da oposição. Quer investigar a Petrobras apenas, sobretudo a compra de uma refinaria em Pasadena, nos EUA, que teria provocado um prejuízo de aproximadamente US$ 1 bilhão para a estatal.
A segunda CPI foi pedida pelos senadores governistas e visa a investigar a Petrobras, mas também o cartel do metrô em São Paulo e no Distrito Federal, a construção do Porto de Suape (em Pernambuco) e a Cemig, empresa energética de Minas.
Por fim, há também o pedido de que sejam rejeitados as duas CPIs, pois teriam um escopo muito amplo e isso estaria em desacordo com o Regimento Interno do Senado. Esse requerimento de nulidade foi apresentado pela senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), ex-ministra da Casa Civil. É pouco provável que Renan aceite esse argumento de Gleisi.
O mais provável é que o presidente do Senado diga que são legais as duas CPIs da Petrobras que estão sendo propostas. Mas uma se sobrepõe à outra, deve prevalecer a que tem lista mais ampla de investigações.
Para o governo o ideal seria não haver CPI. Essa é uma possibilidade hoje remotíssima. Embaralhar o jogo acaba sendo a saída. Ao investigar suspeitas de corrupção que atingem tanto o PSDB como o PSB, o Palácio do Planalto acredita que pode equilibrar o jogo –e o noticiário negativo inevitável que será produzido nos próximos meses.
Renan Calheiros poderia rejeitar a CPI ampla que vai investigar Petrobras, cartel de trens em São Paulo e um porto em Pernambuco. Mas deve aceitar e assim ficará novamente credor do Palácio do Planalto.