Blog do Fernando Rodrigues

Arquivo : Patrus Ananias

Poder e Política na semana – 22 a 28.jun.2015
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Fernando Rodrigues

Eis aqui um resumo do que você precisa saber sobre a semana que começa.

Dilma lança planos para a agricultura familiar e de incentivo às exportações.

Empreiteiros presos na Operação Lava Jato depõem em Curitiba e Sérgio Moro decide se coloca alguns em liberdade.

Petrobras anuncia novo plano de negócios para os próximos 4 anos.

Dia de São João esvazia o Congresso, mas governo tenta aprovar na Câmara o projeto da desoneração em folha.

AVISO AOS LEITORES: o drive político da semana completo, com atualizações diárias, está disponível para assinantes. Se desejar assinar e receber a versão completa, escreva para frpolitica@gmail.com.

Esta agenda é uma previsão. Os eventos podem ser cancelados ou alterados.

 

2ª feira (22.jun.2015)
Dilma e Mercadante – presidente reúne-se com o ministro Aloizio Mercadante (Casa Civil). No Palácio do Planalto, às 9h30.

Dilma e a agricultura – às 11h, Dilma e o ministro Patrus Ananias (Desenvolvimento Agrário) lançam o Plano Safra da Agricultura Familiar 2015/2016. Crédito para agricultores e pecuaristas de pequeno porte deve ficar em torno de R$ 25 bilhões. Às 11h.

Marcelo Camargo/Agência Brasil

Dilma e Patrus Ananias anunciam o Plano Safra Agricultura Familiar na 2ª feira

Dilma e a política – às 15h, Dilma comanda reunião de articulação política.

Dilma e Suplicy – presidente recebe o ex-senador e atual secretário municipal de Direitos Humanos de São Paulo, Eduardo Suplicy. Em pauta, a renda básica de cidadania, bandeira histórica de Suplicy. Às 17h.

 

3ª feira (23.jun.2015)
Dilma no Rio presidente Dilma Rousseff vai ao Rio de Janeiro para a comemoração do Dia Olímpico e acompanhar os preparativos para a Olimpíada de 2016. O Comitê Olímpico do Brasil apresenta o mascote da delegação brasileira.

CPI do Futebol – prazo limite para os partidos indicarem os membros da CPI do Futebol. O senador mais velho entre os integrantes do colegiado convoca a 1ª reunião, que deve ocorrer na próxima semana ou na seguinte.

Serra e Pezão – senador José Serra (PSDB-SP) e governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, reúnem-se com prefeitos dos municípios fluminenses para discutir o futuro do setor petroleiro e defender mudanças no modelo de partilha na exploração do pré-sal. Pezão defende a aprovação do projeto de lei 131/2015, de autoria de Serra, que acaba com a obrigatoriedade de a Petrobras participar de ao menos 30% dos blocos de exploração e produção no pré-sal.

 

4ª feira (24.jun.2015)
Dilma e as exportações presidente Dilma Rousseff e ministro Armando Monteiro (Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior) lançam o Plano Nacional de Exportação, com medidas para facilitar financiamento, seguro e garantias para exportar.

Dilma e a mídia – presidente concede entrevista a Lally Weymouth, jornalista e editora do veículo norte-americano “Washington Post”.

Lava Jato – termina o prazo inicial de 5 dias da prisão temporária contra 4 executivos de empreiteiras detidos na 6ª feira (19.jun.2015). O juiz Sérgio Moro poderá liberá-los ou prorrogar o prazo –a decisão indicará como o magistrado atuará nesse episódio específico. Os presos temporários são: Alexandrino Alencar (diretor de relações institucionais da Odebrecht); Cristina da Silva Jorge (ligada à empresa Hayley, que supostamente intermediava repasse de propinas); Antônio Campelo de Souza (ex-diretor da Andrade Gutierrez); e Flávio Lúcio Magalhães (apontado como operador financeiro da Andrade Gutierrez).

Desoneração da folha – está na pauta do plenário da Câmara o projeto de lei 863/2015, de autoria do Palácio do Planalto, que reduz a desoneração em folha de pagamentos. Há possibilidade de a votação não ocorrer por falta de quórum.

Feriado de São João – deputados e senadores participam de comemorações do dia no Nordeste. Festas devem contribuir para esvaziamento do Congresso.

 

5ª feira (25.jun.2015)
Inflação – Conselho Monetário Nacional reúne-se em Brasília. Participam os ministros Joaquim Levy (Fazenda) e Nelson Barbosa (Planejamento) e o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini. Deve ser definida a meta da inflação para 2017.

Petrobras – Corte de Nova York realiza audiência pública presencial para que a Petrobras apresente sua defesa na ação coletiva movida nos EUA por acionistas que pedem indenização por perdas decorrentes de corrupção na estatal.

 

6ª feira (26.jun.2015)
Petrobras – reunião do conselho de administração da estatal analisa o plano de negócios para o período de 2015 a 2019. Também devem ser discutidas proposta de reestruturação do alto escalão da empresa.

Alckmin e o Rodoanel – governador Geraldo Alckmin inaugura segunda etapa do trecho leste do Rodoanel, que liga a Rodovia Ayrton Senna à Dutra.

Aécio no Amazonas – senador Aécio Neves (PSDB-SP) deve ir a Manaus e a Parintins.

 

Sábado (27.jun.2015)
PR na TV – legenda tem 5 minutos de propaganda em rádio e televisão, divididos em inserções de 30 segundos ou 1 minuto.

Brasil X Paraguai – seleção brasileira de futebol enfrenta o Paraguai em partida válida pelas quartas de final da Copa América. No Estádio Municipal de Concépcion, no Chile. Às 18h30.

 

Domingo (28.jun.2015)
Dilma em Nova York – presidente Dilma Rousseff chega a Nova York, onde inicia seu périplo pelos Estados Unidos. Nesta data, terá encontro com empresários americanos, brasileiros e investidores.

 

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Patrus Ananias pede fim de eleições diretas para eleger direção do PT
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Fernando Rodrigues

Petista histórico é ministro do Desenvolvimento Agrário

Para ele, escolha em eleição direta tornou-se desqualificado

Muitos filiados “nada sabem” ou praticam do “ideário petista”

O ministro Patrus Ananias, que deseja acabar com as eleições diretas internas no PT

O ministro do Desenvolvimento Agrário, Patrus Ananias, enviou aos militantes do PT um documento no qual defende o fim do sistema de eleições diretas dentro da legenda para a escolha dos dirigentes partidários.

Conhecido no jargão petista como PED (Processo de Eleições Diretas), o sistema é tido hoje por muitos militantes como uma forma corrompida de democracia interna. Milhares de filiados são arregimentados por grupos de candidatos e votam quase sem discutir a respeito das propostas de quem pretende dirigir o partido.

No texto “Congresso do PT: saindo da encruzilhada”, Patrus Ananias argumenta: “Estou convencido de que a extinção do PED e a retomada em bases ampliadas e mais participativas dos encontros partidários para escolha das direções é o melhor caminho para a redemocratização interna do partido”.

A crítica de Patrus tem relevância política porque ele faz parte do grupo CNB (Construindo um Novo Brasil), que é majoritário no PT e se beneficia há anos do PED para se manter no poder.

Aparentemente insatisfeito com os rumos da legenda, o ministro do Desenvolvimento Agrário preferiu se manifestar ao Congresso Nacional do PT apenas por escrito. Alegou ter uma agenda de trabalho para justificar a ausência no evento que se realiza em Salvador (BA) nesta quinta-feira (11.jun.2015) e amanhã.

“Sabemos, há três modelos de democracia: direta (ágora grega), representativa (surgida no século XVII) e participativa ou deliberativa. Esta última a meu ver é a melhor, pois propicia e estimula o debate, que é participativo e fundamental, embora os modelos não sejam excludentes. No PED, a democracia representativa é que prevalece, o que faz desaparecer dentro do Partido os espaços para os debates democráticos e a construção de consensos”, escreve em seu documento Patrus Ananias.

Ele diz preferir os chamados “encontros zonais e municipais” porque assim “todos os que realmente militam no partido teriam voz e voto”.

Nesses encontros seriam eleitos delegados que escolheriam as direções estaduais e nacional.

“A existência de plenárias e assembleias dentro do Partido é fundamental para que o PT contribua efetivamente para o avanço do país (…) Este debate não acontece nos PEDs. Eles foram desqualificados com as filiações massivas de pessoas que muitas vezes nada sabem ou praticam do ideário petista”.

A chance de prosperar a proposta de Patrus Ananias é pequena. Mas ele vocaliza o grau de desconforto que militantes históricos da legenda têm em relação à forma como o PT vem sendo conduzido.

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Nomeações de Dilma confirmam derrota de ala majoritária do PT
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Fernando Rodrigues

Presidente escolhe para o Planalto petistas distantes de Lula

A presidente Dilma Rousseff anunciou nesta segunda-feira (29.dez.2014) mais 5 nomes de ministros petistas para o segundo mandato:

Miguel Rossetto – Secretária-Geral da Presidência
Pepe Vargas – Relações Institucionais da Presidência
Patrus Ananias – Desenvolvimento Agrário
Ricardo Berzoini – Comunicações
Carlos Gabas – Previdência

Essas nomeações confirmam algo que já estava cantado em Brasília, mas que não deixa de ser um pouco surpreendente no momento em que a notícia vira realidade: Dilma Rousseff escanteou a ala majoritária do PT, a Construindo um Novo Brasil (CNB).

Miguel Rossetto e Pepe Vargas, que terão assento no Palácio do Planalto, ao lado da presidente, pertencem à Democracia Socialista (DS), uma tendência minoritária dentro do PT –que faz oposição ao atual presidente da legenda, Rui Falcão.

Três petistas estarão ao lado de Dilma no Planalto a partir de 2015. Além de Miguel Rossetto e de Pepe Vargas, o terceiro nome do PT é o de Aloizio Mercadante, que vai permanecer na Casa Civil.

Todos eles, Mercadante, Miguel Rossetto e Pepe Vargas são petistas mais ligados no momento a Dilma Rousseff do que a Luiz Inácio Lula da Silva.

Esse é um sinal de que Dilma pretende governar de forma mais independente em relação ao PT, e, em certa medida, em relação a Lula. Não se trata, obviamente, de um rompimento ou algo perto disso.

Mas é algo que está irritando muito a cúpula petista. A tendência CNB perdeu prestígio na montagem da equipe do segundo governo de Dilma.

As consequências disso só serão conhecidas mais adiante, ao longo de 2015, quando a presidente necessitar de apoio firme do PT para resolver encrencas políticas e apoio dentro do Congresso.

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