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Para 94%, corrupção na Petrobras é igual ou pior que mensalão, diz pesquisa
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Fernando Rodrigues

Governo é considerado o maior culpado pelos malfeitos na estatal

Para 81,4%, Dilma sabia pelo menos em parte dos desvios de verbas

A corrupção desvendada pela Operação Lava Jato, que relaciona obras superfaturadas da Petrobras ao pagamento de propina para funcionários e políticos, é considerada por 94% dos brasileiros tão grave quanto ou mais grave do que o escândalo do mensalão, segundo pesquisa feita pela consultoria Expertise com 1.911 pessoas no mês de novembro.

Para 31,9%, a Lava Jato revela um caso de corrupção “mais grave que o mensalão”. Outros 62,1% apontam que o escândalo é “tão grave quanto” o esquema montado para compra de apoio político no primeiro mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O resultado expressivo dialoga com o número de políticos supostamente envolvidos com a corrupção na Petrobras. No mensalão, o Supremo Tribunal Federal condenou 10 políticos com foro privilegiado. Na Operação Lava Jato, fala-se em até 70 políticos comprometidos. A lista completa está em poder do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e ainda não foi divulgada.

A pesquisa indica que o governo é tido como o maior culpado pelos malfeitos investigados na Lava Jato: 42% o consideram o maior responsável pela corrupção na estatal. As pessoas envolvidas no escândalo, como diretores de empreiteiras, funcionários da estatal e políticos, são as maiores culpadas na opinião de 24,6% dos entrevistados. Em seguida estão os partidos, apontados por 17,3%. A Petrobras, que nesta semana viu suas ações caírem ao menor nível desde 2005, é considerada a maior culpada pelo escândalo por apenas 5,8% das pessoas (imagem abaixo).

Reprodução

O legado da Operação Lava Jato no combate futuro à corrupção divide os entrevistados. Para 40,7%, essa força-tarefa da Polícia Federal e do Ministério Público Federal contribuirá para reduzir os desvios de dinheiro público. Outros 38,1% discordam que isso irá ocorrer. Como a margem de erro é de 2,2 pontos percentuais, os dois prognósticos –otimista e pessimista– estão em empate técnico. Entre os entrevistados, 95,3% já tinham ouvido falar do escândalo.

A pesquisa também aponta que a maioria da população considera que a presidente Dilma Rousseff tinha conhecimento dos esquemas de corrupção na estatal. Para 48,5%, Dilma “sabia de tudo” e, para outros 32,9%, a presidente “sabia parcialmente”. Somados, 81,4% dos brasileiros acreditam que Dilma tinha conhecimento pelo menos de parte dos malfeitos. Apenas 7,6% dos entrevistados responderam que a petista “não sabia de nada”.

Esse resultado é superior ao aferido por pesquisa Datafolha realizada nos dias 2 e 3 de dezembro, com 2.896 entrevistados: segundo o instituto, 25% dos brasileiros consideram que Dilma tem “um pouco” de responsabilidade e outros 43% responderam que ela tem “muita” responsabilidade sobre o escândalo na Petrobras. Somados, 68% dos entrevistados pelo Datafolha apontam alguma responsabilidade de Dilma nos desvios apurados pela Lava Jato.

A metodologia do Datafolha é diferente da adotada pela Expertise. No Datafolha, a pergunta era “Dilma tem responsabilidade sobre o caso? “ e as entrevistas foram presenciais, em 173 municípios brasileiros. A Expertise perguntou “Dilma sabia dos esquemas de corrupção que aconteciam na Petrobras?” e o questionário foi aplicado pela internet a moradores de 563 cidades do país. A Expertise é uma consultoria sediada em Belo Horizonte que faz levantamentos para vender os dados a empresas interessadas.

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62% dos brasileiros dizem ter pouca ou nenhuma confiança nas pessoas
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Fernando Rodrigues

Família é o único círculo que merece “muita confiança” da população

O ambiente familiar é o único círculo social que merece “muita confiança” da maior parte dos brasileiros, segundo levantamento da CNI (Confederação Nacional da Indústria) divulgado nesta 4ª feira (12.mar.2014). De acordo com a pesquisa, 73% dos brasileiros têm muita confiança na família.

Outros núcleos sociais, como amigos e vizinhos, são vistos com desconfiança pela população. Só 18% dizem confiar muito nos amigos, 11% nos vizinhos e 9% nos colegas de trabalho ou da escola. Apenas 6% têm muita confiança nas outras pessoas, e 62% dizem ter pouca ou nenhuma (gráfico abaixo).

confianca

O motivo de tanta cautela está na percepção dos indivíduos sobre os que o circundam. Para 82% dos entrevistados, a maioria das pessoas só quer tirar vantagem. Essa sensação é maior na região Nordeste, onde 89% declararam isso, e menor nas regiões Norte e Centro-Oeste, onde o percentual cai para 71%.

Contrariando o senso comum, a pesquisa mostra que moradores do interior confiam menos nas outras pessoas do que os habitantes das capitais. Nas cidades interioranas, 64% dos moradores dizem confiar “quase nada” ou “nada” nos outros –a taxa é de 60% nas capitais.

Entre os que estão nas cidades no interior, 83% dizem que as pessoas só querem tirar vantagem e apenas 15% acham que os outros agem de maneira correta. Já nas capitais, 80% acreditam que o outro quer tirar vantagem e 19% avaliam que as pessoas agem de maneira correta.

Os mais jovens também são mais desconfiados. Entre os que têm entre 16 e 24 anos, 67% dizem ter quase nenhuma ou nenhuma confiança nos outros. O percentual cai para 57% quando se analisa a parcela com 50 anos ou mais.

A pesquisa, inédita, foi realizada pelo Ibope com 2.002 pessoas em 143 municípios, em 17 a 21 de setembro de 2012. A margem de erro é de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos.

A CNI, que financiou o levantamento, diz que a sensação de confiança das pessoas influencia nos negócios. “É importante conhecer o consumidor. Quando ele está desconfiado, isso afeta sua decisão de consumo”, diz Renato da Fonseca, gerente-executivo de pesquisa e competitividade da entidade.

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No Brasil, 28% acham que política é coisa de homem
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Fernando Rodrigues

Ainda assim, no ranking das Américas, país é o 2º menos machista na política

Maioria dos brasileiros também aprova gays, negros e deficientes nas eleições.

Universidade dos EUA pesquisou 26 países americanos.

Para 28% dos brasileiros, política é coisa de homem. Esse é o percentual dos que concordaram, em uma pesquisa internacional, com a afirmação de que os homens são melhores líderes políticos do que as mulheres.

Ainda assim, o Brasil é mais favorável à participação das mulheres na política do que a maioria de seus vizinhos.

Recém divulgado pela Universidade de Vanderbilt, nos EUA, o estudo “Barômetro das Américas” mostra que o Brasil é, na região, o 2º país que menos concorda com a superioridade dos homens na política.

De acordo com a pesquisa, o Uruguai é o país que menos concorda com a afirmação (26,6% dos entrevistados concordaram), mas quase empatado numericamente com o Brasil (28%), que vem em seguida. Depois aparecem os EUA (30,1%). Na outra ponta, os países que mais concordam com a afirmação de que os homens são melhores líderes do que as mulheres são Guiana (53,3%), República Dominicana (47,9%) e Haiti (42,1%).

No quadro geral da pesquisa, 48,6% dos entrevistados em 26 países discordam da ideia de que os homens são os melhores líderes. Outros 25,7% discordam fortemente dessa ideia. Os que concordam são 18,6%. E os que concordam fortemente, 7,1%.

Mulheres e corrupção
No Brasil, segundo o estudo, as mulheres também são menos associadas à corrupção na política do que os homens. Para 68,1% dos entrevistados brasileiros, o homem é mais corrupto do que a mulher na política.

Minorias
O Brasil também aparece na pesquisa entre os países mais favoráveis à participação de negros, gays e deficientes na política. A afirmação de que pessoas de pele escura não se saem bem como líderes políticos teve a 3ª menor aprovação entre brasileiros (19,3%). No Uruguai 15,4% concordaram; e em Trinidade e Tobago, 17%.

Sobre o direito de gays disputarem cargos públicos, o Brasil foi o 4º país que mais aprovou a ideia (64,4% de aprovação). Ficou atrás de Canadá (77,8% de aprovação), Uruguai (77,6%) e EUA (73,9%).

O país também foi o 4º que mais aprovou a participação de deficientes nas eleições (83,1% de aprovação). Os mais favoráveis à ideia são EUA e Uruguai (88,8% de concordância em cada um) e Canadá (87%).

Metodologia
A pesquisa “Barômetro das Américas”, do Projeto de Opinião Pública Latino-Americana da Universidade de Vanderbilt, ouviu 41.632 pessoas de 26 países americanos, incluindo Américas do Norte, do Sul e Central. No Brasil foram entrevistadas 1.500 pessoas de 1º.mar.2012 a 18.abr.2012. A margem de erro para os dados referentes ao Brasil é de 2,5 pontos percentuais para mais ou para menos (a mesma da maioria dos países pesquisados). A íntegra da pesquisa pode ser acessada aqui.

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Embate Serra X Haddad fica, por ora, adiado
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Fernando Rodrigues

corrida pela prefeitura paulistana permanece quase inalterada

O grande embate nacionalizado na disputa pela Prefeitura de São Paulo ainda não aconteceu –se é que vai acontecer. O PSDB, com José Serra, continua a liderar a disputa. Ele tem 31%. O suposto grande adversário do tucano, Fernando Haddad, do PT, está com 3%.

Esses são os resultados de uma pesquisa realizada pelo Ibope na cidade de São Paulo sob encomenda do jornal “O Estado de S.Paulo” e da TV Globo. Aqui, pesquisas anteriores sobre a disputa paulistana.

Esse cenário quase sem alterações em relação ao que se via há dois meses é um sinal de que a campanha ficará parada até o início das propagandas partidárias na TV, em agosto. Não se deve esquecer que haverá também Olímpiadas no meio do ano e o clima político tende a esfriar durante esses grandes eventos esportivos.

O segundo colocado no levantamento do Ibope é Celso Russomano, do PRB, com 16%. Depois, a lista se completa com os seguintes concorrentes (todos ainda pré-candidatos):

 

Netinho (PC do B) – 8%

Soninha (PPS) – 7%

Gabriel Chalita (PMDB) – 6%

Paulinho da Força (PDT) – 5%

 

O fato de Fernando Haddad ter apenas 3% nessa pesquisa (ele tinha o mesmo no Datafolha de 1-2.março.2012) mostra que a mídia espontânea que o petista vem tentando ganhar tem sido insuficiente para promover sua candidatura.

Como o PT foi punido pela Justiça Eleitoral e não terá direito a fazer propaganda partidária neste semestre, a única esperança de Haddad fica por conta do horário eleitoral, só a partir de agosto. E do apoio direto e explícito que espera receber de Luiz Inácio Lula da Silva.

Outra esperança coletiva dos adversários de Serra é a alta taxa de rejeição do tucano: 35% dos paulistanos não votariam nele de jeito nenhum. Ou seja, o candidato do PSDB tem mais gente (35%) dizendo que não votaria nele do que eleitores o apoiando (31%).

Já o candidato do PT, Haddad, tem uma taxa de rejeição de 12%.

As outras taxas de rejeição são:

 

Celso Russomano (PRB) – 13%

Netinho (PC do B) – 38%

Soninha (PPS) – 17%

Gabriel Chalita (PMDB) – 11%

Paulinho da Força (PDT) – 18%

 

Segundo o Ibope, foram entrevistados 805 eleitores em todas as regiões de São Paulo nos dias5 a7 deste mês.

A partir de agora há 3 momentos de possíveis alterações nas pesquisas de opinião:

O mais próximo é na primeira quinzena de julho, quando já estarão definidos quem vai mesmo ser candidato. Aí as pesquisas só colocarão em seus levantamentos os nomes de quem vai de fato estar na disputa –agora, muita gente fica por ali apenas esquentado o lugar para depois abrir espaço para algum outro nome.

Outro momento de mudança possível no quadro das pesquisas é quando se inicia a propaganda eleitoral na TV e no rádio. Isso é só em agosto.

Por fim, o quadro sucessório terá sua decantação final quando faltarem uns 10 dias para a eleição, que neste ano é em 7 de outubro. Aí os eleitores ficarão mais ligados no processo e tomarão suas decisões finais.

 

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