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Cardozo contatou EUA para ajudar Maluf a retirar ficha da Interpol
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Fernando Rodrigues

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, enviou um comunicado para o governo dos Estados Unidos perguntando a respeito da possibilidade de o deputado federal Paulo Maluf (PP-SP), aliado da administração federal do PT, ser ouvido no Brasil sobre um processo no qual está relacionado na Justiça norte-americana.

O relato dessa ajuda do governo é do próprio Paulo Maluf, em entrevista ao programa Poder e Política, do UOL e da “Folha”. O fato foi confirmado pelo Ministério da Justiça, que informa ter apenas encaminhado o pedido porque essa é a praxe a ser seguida quando um cidadão brasileiro faz tal solicitação.

O Ministério da Justiça afirmou que o caso de Maluf foi o único até agora com essas características: um brasileiro, com residência fixa e com aviso de procurado na Interpol (para ser preso nos EUA) requerendo o direito de ser ouvido no Brasil. Se outro cidadão nessa condição solicitar ajuda ao governo, será atendido, segundo o Ministério da Justiça.

Maluf e seu advogado procuraram José Eduardo Cardozo mais de uma vez nos últimos dois anos para tratar do assunto. O deputado está citado num caso de possível evasão de divisas –o que ele nega– e a Justiça dos EUA o trata como foragido. Por essa razão, desde 2009, a Interpol exibe em seu site uma foto de Maluf como “procurado”.

O início da busca de ajuda de Maluf no Ministério da Justiça, há dois anos, coincide com a adesão do deputado e de seu partido, o PP, à campanha do petista Fernando Haddad pela Prefeitura de São Paulo, em 2012.

O governo dos EUA acabou negando o pedido de Maluf, mas o deputado continuou a procurar ajuda do Ministério da Justiça. Seus advogados agora tentam uma reversão desse quadro. Ele deseja apresentar sua versão dos fatos aqui no Brasil, por meio de videoconferência ou sendo ouvido por um juiz brasileiro.
“Não sou procurado por eles porque estou condenado. Sou procurado porque eles querem a minha oitiva. O que estranho é que um brasileiro não tem a mesma defesa do governo brasileiro que teve o Cesare Battisti, este sim criminoso”, reclama Maluf.

O deputado tem 82 anos e vai disputar neste ano seu quarto mandato na Câmara. Pensa em se aposentar? “Quando Deus me levar para o céu”, responde. “Vida pública é vocação. Sou hoje, em Brasília, um consultor de todos os deputados. Não vou desperdiçar essa experiência que Deus me deu”.

Neste ano, fará campanha pela reeleição da presidente Dilma Rousseff. “Estará no meu santinho”, diz. A petista pode perder? “Só se cair um avião… Com ela dentro. Mas isso não vai acontecer, porque a Ucrânia está bem longe”.

E quais são as chances de Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB) na corrida presidencial? “A eleição tem um candidato só. Só ela [Dilma]. Ela vai falar o que fez e os outros vão falar mal dela. O Aécio não tem o que mostrar. O Eduardo Campos, idem”.

Na entrevista, Maluf fez uma avaliação sobre o caso do aeroporto construído em Minas Gerais perto de propriedades da família de Aécio Neves: “[É] um aeroporto particular para a família. Não é um pecado mortal. É um pecado venial. Algum efeitinho, tem. Sempre é uma manchinha”.

O deputado acha que o problema de abastecimento de água acabará sendo um tema relevante na campanha eleitoral em São Paulo. “A Sabesp está ludibriando o governador [Geraldo Alckmin]”, opina.

No plano nacional, avalia que Eduardo Campos fez um mau negócio ao se aliar a Marina Silva. “[Ela] tem uma visão antiquada (…) O que seria o Centro-Oeste sem o agronegócio? Uma taba de índios. O que é o bioma? Tem que defender três borboletas, quatro cobras, cinco lagartixas, dois sapos e uma taba de índios”.

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Eduardo Jorge: Dilma, Aécio e Campos agem como Pilatos ao condenar aborto
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Fernando Rodrigues

O candidato a presidente da República pelo Partido Verde, Eduardo Jorge, afirma que os três principais concorrentes ao Palácio do Planalto lavam as mãos quando condenam uma flexibilização da lei do aborto no país.

Dilma Rousseff (PT), Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB) “usando uma linguagem bíblica, estão entrando como [Pôncio] Pilatos na história. Estão lavando as mãos, porque não é essa a posição pessoal deles. Eles sabem muito bem do drama das mulheres”, disse o político do PV que terá sua candidatura oficializada neste fim de semana, em Brasília.

Dilma, Aécio e Campos então mentem em público porque têm medo de perder votos? “Exatamente. É isso. Ou mentem ou se omitem. Não sei o que é pior”, responde Eduardo Jorge em entrevista ao programa Poder e Política, do UOL e da “Folha”.

Para o verde, os principais candidatos trabalham para agradar a uma parcela conservadora do eleitorado. O mesmo vale, afirma, quando o assunto é descriminalizar o uso da maconha: “Aí é uma questão de marqueteiro fazendo as contas”.

Em 2010, o PV teve Marina Silva como candidata a presidente. Religiosa, ela sempre se posicionou contra liberar drogas ou descriminalizar o aborto. Agora, deve retomar o seu curso.

Aos 64 anos, médico sanitarista, militante de esquerda que fez história no PT e foi para o PV em 2003, Eduardo Jorge é um dos poucos candidatos a presidente neste ano que defenderá de maneira aberta uma plataforma liberal.

Pelas ideias e pelo jeito despojado de se vestir (deu entrevista com uma camiseta com uma inscrição pregando alimentação vegetariana), ele emula um pouco o presidente do Uruguai, José Mujica, que também introduziu uma agenda mais liberal no país vizinho.

Eduardo Jorge diz não ter uma meta para o resultado do primeiro turno. Seu objetivo, se não passar ao segundo turno, é reunir uma quantidade de votos que fortaleça o discurso ambientalista e o posicione para influenciar o candidato mais competitivo.

Entre Dilma, Aécio e Campos, afirma não ter preferências. Define o PT como um partido do século 20, vinculado às montadoras de automóveis e ao petróleo. “Basta qualquer espirro de São Bernardo [do Campo] para abalar Brasília –para dar subsídio, dar ajuda, dar socorro”, diz.

O PV também aproveitará a campanha para defender uma alimentação “menos carnívora” e com mais vegetais. Para Eduardo Jorge, trata-se de um tema pertinente à disputa presidencial. Segundo ele, a dieta vegetariana é “mais humana” do ponto de vista da relação com as outras espécies, ambientalmente mais adequada e protege a saúde das pessoas.

Ele questiona a prioridade à exportação de carne bovina, mercado no qual o Brasil é líder global. Diz que o boi para corte é um dos principais fatores de destruição e desmatamento no país e questiona o tratamento dispensado aos animais de avicultura e pecuária. “Na época em que nós éramos feras entre feras, na época das cavernas, era uma questão de sobrevivência. Isso não é mais necessário. Não é mais necessário que você torture os animais como a gente tortura”, diz.

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Janot quer sigilo em investigações da PF com o Ministério Público
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Fernando Rodrigues

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, foi criticado por delegados da Polícia Federal por ter decretado o sigilo absoluto a respeito de uma investigação em Mato Grosso. Ele se defende dizendo que sob seu comando o Ministério Público agirá sempre dessa forma para preservar as operações ainda em andamento.

Janot acha que a divulgação de operações da Polícia Federal em conjunto com o Ministério Público “mais atrapalha do que ajuda”. Em entrevista ao programa Poder e Política, do UOL e da “Folha”, ele diz ser importante “ter transparência e esclarecer o resultado que se obteve”, mas só ao final das análises de provas obtidas no que chama de “medidas invasivas”, como quando há busca e apreensão em endereços de pessoas investigadas.

Para o procurador-geral, “a investigação em si, o processo não é sigiloso”. Só que ele pretende não transigir a respeito do “sigilo das medidas invasivas até que o resultado delas seja obtido”.

O caso do Mato Grosso, a Operação Ararath, causou constrangimentos a promotores e procuradores que atuam naquele Estado. Segundo Janot, foi “feita uma apreensão na casa de um alvo que era secretário da Fazenda do Estado do Mato Grosso”. Ali havia uma planilha de “cartas de crédito” para promotores e procuradores.

A primeira versão divulgada, explica, era a de que os integrantes do Ministério Público poderiam ter recebido algum tipo de pagamento ilícito. Depois, diz Janot, descobriu-se que se tratava uma forma peculiar de remunerar funcionários usada pelo governo do Mato Grosso: em vez de pagar em dinheiro por certos benefícios, o Estado dá cartas de crédito que são títulos comercializáveis no mercado. “Essa é uma regra do governo [de Mato Grosso] como um todo. Não é só procurador e promotor, são todos, são mais de 40 mil cartas de crédito que foram expedidas”, declara o procurador-geral.

Indagado sobre a troca de comando no Supremo Tribunal Federal, Janot diz que o próximo presidente da Corte, Ricardo Lewandowski terá um relacionamento mais “expansivo” e “fluido” do que o atual, Joaquim Barbosa, que se aposentará em junho.

Para Janot, a diferença entre Lewandowski e Barbosa será o “comportamento pessoal de cada um”.

“O ministro Joaquim Barbosa é mais retraído, é mais ensimesmado. O ministro Lewandowski é uma pessoa mais expansiva, uma pessoa que se relaciona de maneira mais fluida. Essa será a diferença de um e de outro, mas a condição técnica será a mesma”.

Janot classifica a atuação de Barbosa como “marcante, firme, e que trouxe o Supremo para a pauta da sociedade”. Mas não deixa de demarcar diferenças com o atual presidente da Corte. O procurador-geral diz ter posição contrária à de Barbosa na interpretação de quando um preso condenado no regime semiaberto pode trabalhar fora da prisão.

Barbosa considera ser necessário que o preso do semiaberto cumpra um sexto da pena antes de ter o benefício de trabalhar fora. Janot acha que isso pode ocorrer imediatamente. Essa deve ser a posição majoritária dentro o STF depois da troca de presidentes na Corte –o que deve liberar vários condenados no processo do mensalão.

Ontem [30.mai.2014] o procurador-geral começou a receber os dados da Operação Lava Jato, que resultou em muitas prisões a partir de um processo conduzido no Paraná pelo juiz federal Sérgio Moro. Janot vai analisar as provas e opinar a respeito de quais implicados devem ser investigados pelo Supremo Tribunal Federal por terem foro privilegiado.

Como há indicações de que parte do material não analisado da Lava Jato continua no Paraná, Janot disse que vai se inteirar do assunto e determinar que tudo seja, de fato, remetido para Brasília.

Sobre uma ação de improbidade contra a presidente Dilma Rousseff por causa da participação da petista na decisão da compra, pela Petrobras, de uma refinaria de Petróleo nos EUA, Janot dá sinais de que vai rejeitar esse pedido da oposição. “Uma deliberação pode ser correta ou incorreta. Isso não é nem crime nem improbidade”, diz.

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Retrospectiva 2013 – Poder e Política
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Fernando Rodrigues

Em 2013, o programa “Poder e Política” entrevistou 38 personalidades. Ministros do governo Dilma Rousseff e do Supremo Tribunal Federal, publicitários, presidentes de partidos e presidenciáveis.

Assista abaixo a uma seleção dos melhores momentos:

 

“Poder e Política” é um projeto multiplataforma do UOL e da “Folha”. Informação exclusiva para o leitor, em qualquer lugar. Entrevistas exclusivas, gravadas em vídeo, disponíveis na Folha, na tela do computador, em dispositivos móveis, na íntegra, em texto, e em versões editadas em vídeo e em áudio.

Direção: Fernando Rodrigues
Produção: Bruno Lupion
Vídeo: Victor Kitamoto e Pablo Ornellas
Auxiliar de produção: Alessandra Modzeleski
Foto: Sérgio Lima, Alan Marques e Pedro Ladeira

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Gabriel Chalita se explica sobre acusações
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Fernando Rodrigues

O deputado federal Gabriel Chalita (PMDB-SP) afirmou ao “Poder e Política”, programa do UOL e da Folha, ter renda suficiente para pagar suas despesas pessoais e justificar a evolução de seu patrimônio.

Ele também nega ter recebido vantagens de empresas que fizeram negócios com a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo na época em que chefiou a pasta.

A gravação foi realizada em 8 de maio no estúdio do Grupo Folha em Brasília.

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Parceria Folha/UOL publicou 37 entrevistas exclusivas em 2012
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Fernando Rodrigues

O projeto “Poder e Política – Entrevista”, do jornal “Folha de S.Paulo” e do portal UOL, completa neste dezembro de 2012 1 ano e meio de existência. Foram realizadas 61 entrevistas exclusivas. Dessas 37 são de 2012.

Os entrevistados, pessoas públicas ou autoridades de vários níveis de governo, falaram sobre os principais temas relacionados ao poder neste ano: eleições municipais, mensalão, CPI do Cachoeira, sucessão da presidente Dilma Rousseff, Copa do Mundo e Olimpíadas.

As gravações são, em geral, no estúdio do Grupo Folha, em Brasília, ou no estúdio do UOL em São Paulo. Nesses locais foram recebidos o vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB), o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), e o presidente da CBF, José Maria Marin. Também falaram ao “Poder e Política” os presidentes nacionais do PT, Rui Falcão, e do PSDB, Sérgio Guerra.

Vários ministros e aliados do governo Dilma participaram do “Poder e Política” em 2012, como Guido Mantega (Fazenda), José Eduardo Cardozo (Justiça) e Aldo Rebelo (Esporte). E também líderes da oposição, como nos casos do senador mineiro Aécio Neves, lançado pelo PSDB como candidato a presidente em 2014, e ACM Neto, eleito prefeito de Salvador pelo DEM.

Abaixo, dois vídeos de restrospectiva do Poder e Política em 2012. Um com 59 segundos e outro com 2 minutos e 45 segundos. Esses vídeos estão disponíveis para smart phones e tablets, respectivamente, aqui e aqui.

 

 

Multiplataforma
O “Poder e Política” foi idealizado na sua origem para ser produto jornalístico para várias plataformas. Tem versões exclusivas para jornal impresso e para internet. Todas as entrevistas são publicadas na versão da “Folha” em papel. Na internet, o site da “Folha” e o UOL publicam reportagens sobre cada entrevista, a transcrição em texto dos depoimentos, o vídeo da entrevista na íntegra e também trechos em vídeo separados pelos temas das respostas. Ficam disponíveis ainda arquivos em áudio.

O vídeo abaixo explica o que é o “Poder e Política” (assista também em smart phones e em tablets):

 

 

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