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Arquivo : PSD

PSDB na frente em 7 de 33 cidades
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Fernando Rodrigues

15 capitais e 18 cidades grandes têm pesquisas novas

PT tem favoritos em 5 cidades; o PSB apenas em 3

Pesquisas de intenção de voto mais recentes, realizadas em junho e julho em 33 grandes cidades, indicam uma liderança do PSDB.

Depois dos tucanos, o partido que mais tem favoritos é o PT, com 5 nomes. Em seguida, vem o PSB, com 3. Com apenas 1 favorito cada estão PTB, PSD, PSOL, PP, PMDB, PDT, DEM.

Há muitas cidades nas quais ainda não está claro o cenário, com vários candidatos embolados na disputa.

O Blog monitora os levantamentos nas cidades do G85 (26 capitais e 59 municípios com mais de 200 mil eleitores). Mas nem todas essas localidades têm ainda pesquisas recentes.

Quando se consideram os 33 grandes municípios para os quais há pesquisas mais recentes, nota-se que em 22 há um candidato favorito (aquele que lidera a pesquisa sem estar empatado com ninguém). Nas outras 11 cidades, a liderança é dividida por candidatos competitivos, mas que estão empatados.

Os quadros abaixo mostram quais cidades têm favoritos e quais têm candidatos empatados. Este Blog é o site de política mais antigo do Brasil. Desde o ano 2000 compila pesquisas eleitorais e as arquiva nesta página. Também estão disponíveis levantamentos de avaliação de popularidade de todos os presidentes brasileiros desde José Sarney. Em 2012 o Blog continua a compilação de pesquisas, já disponível aqui.

As 33 cidades analisadas pelo Blog somam 23,6 milhões de eleitores. Eles são 16,8% dos 140,5 milhões de eleitores regularizados no país, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) referentes a jun.2012.

Quando se leva em conta as 22 cidades que não apresentam empate nas pesquisas, é possível comparar o cenário atual dos partidos com o que podem conseguir nas eleições de 7 de outubro.

Esse grupo de 22 municípios têm 19,7 milhões de eleitores. Atualmente, o partido que controla a maior parte é o PSD (9,1 milhões). Mas o PSD se beneficia do fato de comandar, com Gilberto Kassab, a cidade de São Paulo –cujo eleitorado é de 8,6 milhões, o maior do Brasil no plano municipal.

O PT é o partido que mais governa eleitores nos 22 municípios grandes em que já há claramente um favorito para a eleição deste ano. Os petistas comandam um eleitorado de 2,5 milhões. Depois vêm PTB (2,5 milhões), PSB (2,1 milhões), PSDB (1,1 milhão), PMDB (605 mil), PV (526 mil), PP (444 mil), PDT (382 mil) e PC do B (367 mil).

Se o resultado das pesquisas atuais coincidir com o das eleições, o cenário passará ao seguinte: PSDB (10,7 milhões, incluindo São Paulo), PT (3 milhões), PSB (2,5 milhões), PSOL (1 milhão), PTB (553 mil), PDT (526 mil), PMDB (427 mil), DEM (367 mil), PSD (278 mil) e PP (224 mil).

Abaixo, lista com nomes e partidos dos prefeitos atuais das cidades do levantamento:

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Aliança PSB-PSD é a mais comum nas capitais
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Fernando Rodrigues

Siglas de Eduardo Campos e de Gilberto Kassab pavimentam caminho para futuras coligações.

Neste período pré-eleições municipais, todos os holofotes se voltam para os aliados de PT e de PSDB. Mas um aspecto não menos lateral chama a atenção nas disputas deste ano: a forte associação entre PSB e PSD, a mais comum nas capitais de Estado.

Ao todo o partido de Gilberto Kassab (PSD) e de Eduardo Campos (PSB) estão juntos em 15 das 26 capitais nas quais há eleição para prefeito neste ano (Brasília, a 27ª capital, não tem prefeito nem eleição em 2012). Ou seja, o binômio PSB-PSD é o que mais se repete no país nas principais cidades.

O levantamento do Blog foi produzido pelo repórter Fábio Brandt. Juntas, as 26 capitais tem 30,8 milhões de eleitores, o que equivale a 22% dos eleitorado brasileiro.

As 15 capitais nas quais PSD e PSB estão juntos têm um total de 17,2 milhões de eleitores –12,2% do eleitorado nacional.

A afinidade entre os dois partidos não é coincidência: sempre foi especulada a possibilidade de fusão entre o PSD, criado em 2011, e o PSB. O chefe do PSB, Eduardo Campos (também governador de Pernambuco), tem linha direta com o prefeito paulistano Gilberto Kassab.

Os partidos estão juntos em Salvador, Fortaleza, Vitória, Campo Grande, BH, Belém, João Pessoa, Recife, Curitiba, Rio, Natal, Boa Vista, Porto Alegre, Florianópolis, Aracaju.

A 2ª coligação que mais aparece no levantamento é do PSDB com o DEM: estão juntos em 13 capitais. Em seguida, aparecem PSD e PMDB (11), PSD e DEM (10), PSB e PT (10), PSD e PSDB (9). Os principais aliados da presidente Dilma Rousseff, PT e PMDB, se uniram em 8 coligações para prefeito de capital.

Acesse aqui documento em pdf (66Kb) com a lista de todas as coligações da eleição de 2012.

PT e DEM
Em nenhuma capital PT e PSDB fizeram aliança formal para eleger o prefeito. Isso quase aconteceu em Belo Horizonte, mas de última hora o PT resolveu lançar candidato próprio, o ex-ministro Patrus Ananias, e deixou de lado Márcio Lacerda (PSB), que tem o apoio do PSDB.

Petistas estão juntos com o DEM, outro de seus inimigos ferrenhos, em 2 capitais: São Luís e Boa Vista.

Na capital maranhense, a governadora Roseana Sarney (PMDB) é responsável pela aliança. Ela apoia oficialmente a candidatura do vice-governador Washington Luiz (PT) para prefeito da capital e colocou no mesmo rumo seu ex-partido (ela foi do PFL, sigla substituída pelo DEM em 2007). Na capital de Roraima, os partidos se reuniram em torno do candidato Mecias de Jesus (PRB).

Vereadores
Como os partidos não são obrigados a repetirem as coligações da eleição para prefeito nas chapas de vereadores, o quadro muda um pouco. A coligação que mais se repete nas disputas por vagas nas Câmaras Municipais é entre PSD e PSDB: 7 vezes.

Em seguida, aparecem PSD e PMDB (5), PSB e PSD (4) e PSDB e DEM (4). PT e PMDB estão juntos em 3 coligações para vereador de capital.

Abaixo, lista de capitais onde os principais partidos brasileiros estão coligados na eleição de 2012:

Prefeitos
PT e PMDB
Maceió, Manaus, Goiânia, São Luís, BH, Cuiabá, Rio, Aracaju

PT e DEM
São Luís, Boa Vista

PSDB e DEM
Rio Branco, Macapá, Salvador, Vitória, BH, Cuiabá, Teresina, Curitiba, Natal, Florianópolis, Aracaju, São Paulo, Palmas

PSDB e PMDB
Vitória, Boa Vista, Palmas

PMDB e DEM
Vitória, São Luís, Campo Grande, Palmas

PSB e PSD
Salvador, Fortaleza, Vitória, Campo Grande, BH, Belém, João Pessoa, Recife, Curitiba, Rio, Natal, Boa Vista, Porto Alegre, Florianópolis, Aracaju

PSB e PSDB
BH, Belém, Curitiba, Florianópolis

PSB e DEM
Maceió, BH, Campo Grande, João Pessoa, Curitiba, Florianópolis,

PSB e PT
Rio Branco, Macapá, Salvador, Vitória, Goiânia, Rio, Boa Vista, Aracaju, São Paulo, Palmas

PSD e PT
Maceió, Manaus, Salvador, Boa Vista, Vitória, São Luís, Rio, Boa Vista, Aracaju

PSD e PMDB
Rio Branco, Maceió, Manaus, Macapá, Palmas, Fortaleza, São Luís, Campo Grande, Recife, Rio, Aracaju, Palmas

PSD e PSDB
Palmas, Goiânia, BH, Belém, Teresina, Curitiba, Porto Velho, Florianópolis, São Paulo

PSD e DEM
Palmas, São Luís, BH, Campo Grande, João Pessoa, Teresina, Curitiba, Boa Vista, Florianópolis, São Paulo

Vereadores
PT e PMDB
Goiânia, BH, Aracaju

PSDB e DEM
Salvador, Curitiba, Natal, São Paulo
PSDB e PMDB
Vitória, Palmas

PMDB e DEM
São Luís

PSB e PSD
Vitória, Recife, Curitiba, Aracaju

PSB e PSDB
Curitiba

PSB e DEM
Campo Grande, Curitiba

PSB e PMDB
Recife

PSB e PT
Boa Vista, São Paulo, Palmas

PSD e PT
Salvador

PSD e PMDB
Rio Branco, Maceió, Macapá, Recife, Palmas

PSD e PSDB
Goiânia, Belém, Teresina, Curitiba, Porto Velho, São Paulo, Palmas

PSD e DEM
São Paulo, Curitiba

 

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PSD de Kassab sofre revés sobre tempo de TV
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Fernando Rodrigues

Procurador-Geral rejeita tese denova legenda pode ter mais dinheiro do Fundo Partidário

O PSD (Partido Social Democrático), criado e liderado pelo prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, acaba de sofrer um forte revés no processo para obter dinheiro do Fundo Partidário e tempo de rádio e de TV como se fosse uma agremiação de médio porte.

O Procurador-Geral Eleitoral, Roberto Gurgel, concluiu seu parecer a respeito do acesso que o PSD pleiteia ao Fundo Partidário. Aqui, a íntegra do parecer de Gurgel (881 Kb).

Segundo nota que acaba de ser divulgada pelo DEM –arqui-inimigo do PSD– Gurgel refutou a argumentação da legenda de Kassab.

Eis a nota do DEM:

“Em parecer proferido hoje, 09, pelo Procurador-Geral Eleitoral, Roberto Gurgel, o Partido Social Democrático (PSD) não terá direito à parcela do fundo partidário e nem ao tempo de TV proporcionais à sua bancada. O parecer do Procurador não acolheu nenhuma das argumentações apresentadas pelo PSD. A tese da ‘portabilidade dos votos proporcionais’ foi afastada pela Procuradoria, seguindo a mesma linha, aliás, das impugnações apresentadas pelos partidos políticos ao pedido do PSD. Para a PGE, ‘a representação [partidária], para efeito do direito pleiteado, é aquela decorrente da disputa eleitoral, da qual haja o partido político participado regularmente’, não sendo esse o caso do PSD, que ainda não participou de nenhuma eleição para a Câmara dos Deputados”.

Ou seja, tudo considerado, fica um pouco mais difícil para que o PSD de Kassab tenha sucesso no julgamento que deve ocorrer no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) até o mês de maio. Não é impossível que os ministros da Justiça Eleitoral votem de maneira contrária ao Procurador-Geral, mas as coisas vão ficando mais difíceis para o prefeito de São Paulo.

Um problema a ser anotado é a incongruência que as regras eleitorais vão apresentando, de maneira recorrente. O Supremo Tribunal Federal tomou uma decisão em2007 arespeito de fidelidade partidária. Nesse julgamento, disse considerar legítimo que um político saísse da legenda pela qual se elegeu para formar uma nova agremiação –o deputado, vereador etc. poderiam levar consigo o mandato.

Agora, ao que tudo indica, a decisão será mais ou menos assim: pode formar um partido, mas terá de ir quase pelado, desprovido de votos –pois mesmo os votos nominais recebidos pelo político terão de ficar com o partido anterior (para efeito de distribuição de Fundão Partidário e dos tempos de rádio e de TV).

As regras eleitorais brasileiras podem ser tudo, menos claras.

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O PT “bateu cabeça” em SP, diz Kassab
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Fernando Rodrigues

Para prefeito, titubeio de Fernando Haddad abriu caminho para Serra

O prefeito Gilberto Kassab (PSD) tem feito longas análises sobre o cenário atual. A um interlocutor, fez uma síntese do que se passou até agora na disputa pela sua sucessão, sobretudo a respeito do namoro de várias semanas entre ele o PT para uma possível aliança em torno do petista Fernando Haddad:

“O prefeito de São Paulo vai até você e oferece apoio. Junto iriam a máquina da Prefeitura e 20 vereadores. Aí você vai até o Lula e ele diz para você fechar o acordo. Aí você vai até a presidente Dilma e ela diz para você fechar esse acordo. Mas você fica sonhando na esperança de unificar o PT inteiro. E o PT bateu cabeça. Enquanto isso, o outro lado teve tempo de se reorganizar. Eu acho que esse episódio foi a primeira grande derrota do Haddad para ele próprio. É óbvio que se o acordo tivesse sido fechado e formalizado com o PT eu não teria mais como apoiar o Serra. Aliás, se eu tivesse fechado o acordo com o PT, o Serra não sairia candidato. Mas não houve o acordo por causa da atitude titubeante do Fernando Haddad e de alguns gatos pingados do PT”.

Aos 51 anos de idade e visto em Brasília como um dos mais habilidosos operadores políticos do país, o prefeito de São Paulo nunca fala com ressentimentos ao analisar cenários políticos. Ele de fato queria ter fechado um acordo com o PT. Mas os petistas foram lentos na operação.

Kassab afirma a seus aliados que manteve um relacionamento franco e aberto, de alto nível, tanto com o ex-presidente Lula como com a presidente Dilma Rousseff e com o restante da cúpula do PT. E ressalta que seu partido, o PSD, ficará com petistas em muitas disputas municipais neste ano. Por fim, que se o acordo na cidade de São Paulo não saiu, a culpa não foi dele.

Para Kassab, agora haverá necessariamente uma polarização entre Serra e Haddad, PSDB e PT. E nada mais: “Todos os outros vão virar pó. Não tem jeito. Só se fala nessas duas candidaturas agora”.

Mas e o candidato a prefeito de São Paulo pelo PMDB, Gabriel Chalita, que tem muito tempo de TV por conta do tamanho de seu partido? E Kassab: “Vai ser só Serra e Haddad. O Serra, pela sua dimensão política, pelo que representa para a cidade. E o Haddad porque terá o apoio do ex-presidente Lula e da presidente Dilma. Não sobrará espaço para os demais”.

A partir de agora, os candidatos começam a caça por aliados com o objetivo de aumentar o tempo de TV e rádio durante o horário eleitoral. A tendência é o PT arrebanhar mais apoios e ter o maior espaço para fazer propaganda.

“Mas isso é irrelevante no caso do Serra e do Haddad. Nesse jogo de alianças, há muitas análises equivocadas. A disputa ficou e ficará polarizada. E no segundo turno os tempos são iguais para os dois candidatos”, pondera Kassab.

O futuro de Kassab
Afinal, o que pensa e o que deseja Kassab para seu futuro político?

O prefeito de São Paulo vislumbra 3 caminhos para si: ser governador paulista, vice-governador ou senador

Kassab, tem um plano bem delineado sobre quais são suas opções e a viabilidade de cada uma delas.

Engenheiro de formação e sistemático por vocação, ele começa o fluxograma com duas possibilidades: vitória ou derrota de José Serra (PSDB) na disputa para prefeito de São Paulo.

Na hipótese de derrota –na qual ele não acredita– ficará pavimentado o caminho para um eventual rompimento entre Serra e o atual governador de São Paulo, Geraldo Alckmin. Claro, porque Serra atribuirá o fracasso em parte à falta de apoio do partido. E Alckmin terá uma responsabilidade razoável no pagamento dessa fatura.

Em caso de derrota de Serra neste ano, Kassab passaria a ser candidato declarado a governador de São Paulo em 2014.

E Serra? Aí tudo dependeria da correlação de forças partidárias em 2014, da popularidade do governo Dilma, do estado da economia e da disposição de um grupo de oposição querer um candidato presidencial de fora do PSDB. Serra, é claro, seria um postulante ao Planalto –mas esse cenário tem tantas variáveis que projetá-lo hoje com precisão é impossível.

Já num cenário de vitória de Serra na disputa para prefeito de São Paulo o horizonte fica mais claro para Kassab. Ele fará o que melhor se adequar aos planos de seu principal benemérito e mentor na política. Os dois caminhos mais exequíveis são encaixar-se (bancado por Serra) como vice-governador de Geraldo Alckmin quando o tucano disputar a reeleição, em 2014, ou sair como candidato ao Senado.

Esse exercício de futurologia em política, como se sabe, é muito arriscado. Kassab tem ciência dessa dificuldade, mas os planos são esses mesmos.

O prefeito de São Paulo tem a vantagem de ter transitado em todo o espectro político e coletado pouquíssimos inimigos irreconciliáveis –exceto parte da cúpula do DEM, sigla que mais sofreu com a criação do PSD.

Quando esteve com o PT e com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Kassab sempre disse de maneira clara que teria de apoiar José Serra se o tucano se lançasse candidato a prefeito. Usou uma máxima de ouro na política: “Pactos claros, amizades longas”.

Lula e os petistas podem estar chateados que Kassab de fato cumpriu o que disse, assumindo de vez a sua encarnação serrista. Mas nenhum petista poderá acusar o prefeito de não ter avisado antes como procederia.

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