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Arquivo : TV Record

Governo cortou R$ 206 milhões em publicidade da TV Globo em 2015
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Fernando Rodrigues

Valor é 34,9% de toda a verba reduzida pelo Planalto no ano passado

“Veja” perde 78% dos recursos de propaganda do governo federal

Jornais impressos tiveram R$ 55,8 milhões a menos do que em 2014

Já os maiores portais na web faturaram 12,2% a mais em 2015

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Sede da Rede Globo no Rio de Janeiro

A Rede Globo e as 5 emissoras de TV aberta de propriedade do Grupo Globo (em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Brasília e Recife) receberam um total de R$ 396,5 milhões em publicidade estatal federal em 2015. O valor representa uma queda de R$ 206,3 milhões (34%) em comparação a 2014, quando essas emissoras haviam recebido R$ 602,8 milhões.

No total, o governo de Dilma Rousseff cortou R$ 591,5 milhões de propaganda federal em 2015, conforme o Blog noticiou em 6.mai.2016. Ou seja, os R$ 206,3 milhões a menos na publicidade da Globo e de suas emissoras próprias representaram 34,9% do corte total dessa despesa do governo federal.

Mesmo com a supressão, a rede fundada por Roberto Marinho é a que mais recebe verbas no meio televisivo ou em qualquer outro. Sua participação nos recursos do governo federal, no entanto, vem caindo nos últimos anos. No 1º ano do governo Lula, por exemplo, a fatia da TV Globo correspondia a 59% do total gasto com TVs abertas. Em 2015, a participação diminuiu para 32%.

Os dados da publicidade estatal classificados por emissora em 2015 e 2016 são inéditos e foram obtidos pelo UOL via Lei de Acesso à Informação. Os valores até 2014 estão corrigidos pelo IGP-M, o índice usado no mercado publicitário e também pelo governo quando se trata de informações dessa área. Os números de 2015 e de 2016 (até abril) são correntes (sem atualização monetária).

Este post teve a colaboração dos repórteres do UOL Douglas Pereira e Mateus Netzel.

Os valores recebidos por emissora de janeiro de 2000 a abril de 2016 estão detalhados no quadro a seguir (clique na imagem para ampliar). As cifras incluem a propaganda veiculada pelas administrações direta (ministérios e Palácio do Planalto) e indireta (estatais). A série histórica sobre publicidade do governo federal começou a ser construída de maneira mais consistente a partir do ano 2000. Não há dados confiáveis antes dessa data.

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A Globo não foi a única emissora a sofrer cortes da publicidade estatal em 2015. O repasse de recursos diminuiu para as 5 principais TVs abertas do país. O valor total pago para as 5 empresas foi de 875,4 milhões, uma queda de 28,5% na comparação com 2014.

Após a Globo, o Grupo Silvio Santos foi o que mais perdeu dinheiro de publicidade estatal federal no ano passado: de R$ 172,7 milhões em 2014 para R$ 115,4 milhões em 2015 (menos R$ 57,3 milhões em 1 ano, o equivalente a uma redução de 33%).

A verba direcionada à Record também caiu, mas em menor proporção: de R$ 281,1 milhões em 2014 para R$ 242,9 milhões em 2015. Em termos percentuais, a emissora ligada à Igreja Universal do Reino de Deus teve uma perda de 14%, bem menor do que Globo e SBT.

Record e SBT tiveram 5 pontos de audiência no Ibope em 2015. Só que a Record, emissora do bispo Edir Macedo, recebeu R$ 127 milhões a mais de verbas publicitárias federais no ano passado na comparação com o SBT, do empresário e apresentador Silvio Santos.

Já a Band (com apenas 2 pontos de audiência média no Ibope em 2015) teve R$ 86 milhões de propaganda no ano passado, R$ 42 milhões a menos do que 2014. A Rede TV! (1 ponto de audiência) ficou com R$ 34,3 milhões, queda de R$ 6 milhões.

JORNAIS IMPRESSOS
Em 2015, os jornais impressos arrecadaram R$ 89 milhões com a publicidade do governo de Dilma Rousseff –55,8 milhões a menos do que em 2014. Desse total, R$ 46,4 milhões (52,1%) foram destinados a apenas 4 publicações: “O Globo”, “Folha de S.Paulo”, “O Estado de S.Paulo” e “Valor Econômico”.

Todos essas empresas receberam menos dinheiro de publicidade estatal federal em 2015 em relação a 2014. Mas os cortes não foram simétricos para todos os jornais.

No caso de “O Globo”, o jornal foi o que mais lucrou com publicidade estatal federal em 2014, recebendo R$ 22,9 milhões. Já em 2015 o veículo arrecadou R$ 12,8 milhões, cerca de R$ 10 milhões a menos que no ano anterior.

“O Estado de S. Paulo” também perdeu parte significativa de verba publicitária. Em 2014, faturou R$ 18 milhões. No ano passado, o valor repassado ao veículo caiu para R$ 10,8 milhões –uma redução de 39,7% em 1 ano.

As receitas destinadas aos jornais “Folha de S. Paulo” e “Valor Econômico” também caíram, mas em menor proporção. Eis os dados (clique na imagem para ampliar):

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JORNAIS DIGITAIS
Se na soma total os principais jornais do país perderam recursos, quando considerado apenas o espaço publicitário vendido ao governo em suas versões digitais, os 4 diários cresceram em 2015.

A “Folha de S. Paulo” é o veículo que mais faturou: R$ 5,5 milhões –quase o dobro do que recebeu em 2014 (R$ 2,3 milhões). Em seguida aparecem “O Globo”, com R$ 3,7 milhões (R$ 1,1 milhão a mais que 2014), e “O Estado de S. Paulo” com 3,4 milhões (R$ 504 mil a mais que em 2014).

O maior salto no faturamento foi do “Valor Econômico”. Em 2014, a área digital do veículo recebeu R$ 307,8 mil. No ano passado, o valor repassado passou para R$ 1,1 milhão –uma alta de 257% em 1 ano.

Nesse mesmo período, as assinaturas digitais do Valor cresceram de 13.721 para ainda modestas 18.278.

Eis os dados (clique na imagem para ampliar):

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REVISTAS
O meio revista também sofreu grande queda no faturamento de verbas publicitárias federais em 2015. As receitas desceram de R$ 116 milhões, em 2014, para R$ 66 milhões (43%).

Entre todas as revistas, a semanal “Veja” liderava o faturamento em 2014, quando recebeu R$ 21,2 milhões. Em 2015, o repasse despencou para R$ 4,6 milhões, uma redução de 78% em 1 ano.

Nos valores recebidos por “Veja”, um aspecto chama a atenção. Até 2014, parte do faturamento publicitário (18,3%) da revista era paga pelos órgãos da administração direta (ministérios e secretarias). Mas em 2015 o veículo deixou de receber qualquer quantia da administração dilmista e arrecadou apenas com propagandas de estatais federais.

Diante da queda da “Veja”, a revista “IstoÉ” (apesar de ter uma tiragem bem menor) liderou o faturamento do meio em 2015, com R$ 4,854 milhões.

Eis os dados detalhados sobre as 4 principais revistas do país (clique na imagem para ampliar):

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PORTAIS DE INTERNET
Desde 2014, o meio internet é o 2º que mais recebe publicidade estatal do governo federal. Em 2015, foi o único para o qual o valor destinado cresceu. No ano passado, a verba arrecadada por portais, jornais digitais e redes sociais foi de R$ 233,9 milhões (12,2% a mais que em 2014).

Diferentemente do que o senso comum indica (a julgar pelo noticiário recente), não foram pequenos blogs e sites pró-governo que ficaram com a maior parte do bolo publicitário estatal federal. Os grandes portais e veículos digitais consolidados –cuja audiência não para de crescer– ficaram com a maior parte das verbas.

O MSN, com 45.837.000 usuários únicos em dez.2015, lidera o faturamento deste meio: recebeu R$ 16,7 milhões em 2015. A contagem inclui os valores de outros serviços da Microsoft, como o provedor de e-mail Outlook, o sistema de buscas Bing e o Skype.

O UOL, com 64.120.000 usuários únicos em dez.2015, aparece em seguida. O portal recebeu R$ 15,3 milhões de verbas federais de publicidade no ano passado. A audiência inclui a versão digital da Folha de S.Paulo e outros parceiros hospedados no portal –o valor de R$ 15,3 milhões, entretanto, não inclui o que a versão digital da Folha fatura.

O G1, o portal Globo.com e a versão eletrônica de outros veículos do Grupo Globo e sites parceiros somados tiveram uma audiência de 65,5 milhões de visitantes únicos em dez.2015. Receberam R$ 14 milhões de verbas federais de publicidade nesse ano. Nesse caso, a cifra também não inclui o que a versão digital do jornal O Globo fatura de publicidade estatal federal.

O R7, ligado à Rede Record e à Igreja Universal do Reino de Deus, recebeu R$ 5,7 milhões em 2015.  Apesar de ter registrado 70.625.000 visitantes únicos em dezembro, a maior parte da audiência do R7 é derivada de sites parceiros e não de produção própria.

Eis os dados detalhados dos grandes portais de internet:

portais-1portais-2portais-3portais-4metodologia-portaismetodologia compilada

Leia mais sobre publicidade estatal federal em 2015:

Dilma cortou R$ 591,5 milhões do gasto com propaganda federal em 2015

Facebook fatura R$ 44,6 milhões com publicidade do governo federal em 2015

Estatais reduzem gasto com propaganda em R$ 368 milhões em 2015

Em 2015, ano de cortes, publicidade para mídia alternativa cresceu 40%

Em meio a cortes, agência Master amplia em 50% conta de publicidade federal

A íntegra dos dados: de 2000 a abril de 2016

Leia as reportagens publicadas sobre publicidade estatal federal em 2014:

Todas as reportagens do Blog com dados de 2014

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Dilma, Marina e Aécio são corresponsáveis por despautérios de Levy Fidelix
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Fernando Rodrigues

PT, PSB, PSDB e outros grandes nada fazem para acabar com vale-tudo de nanicos

Cláusula de desempenho limitaria acesso de siglas sem representação a debates

O candidato do PRTB a presidente da República, Levy Fidelix, produziu alguns despautérios homofóbicos no debate promovido pela TV Record no domingo (28.set.2014; reproduzidos ao final deste post).

No minuto seguinte, Levy Fidelix começou a ser malhado por causa da ignorância contida em seus comentários preconceituosos. Menos críticas têm sido ouvidas a respeito da existência de tal cenário: candidatos nanicos sem representação presentes a debates eleitorais para vocalizar suas ideias exóticas.

Não que um candidato de um partido grande não possa também falar absurdos e ser preconceituoso –aliás, é muito comum. Mas aí os mecanismos de cobrança tendem a ser mais eficazes. No caso de um nanico, ele faz o que bem entende e não presta contas a ninguém.

Falta à democracia brasileira uma disciplina maior para tratar de maneira correta os que não têm votos. Nesse aspecto, Dilma Rousseff, Marina Silva e Aécio Neves, juntos com seus respectivos partidos (PT, PSB e PSDB), são grandes responsáveis para que prosperem políticos “a la Levy Fidelix” e siglas com o PRTB.

Seria necessário aprovar uma cláusula de desempenho que impedisse o acesso facilitado de partidos quase sem voto ao horário eleitoral, ao dinheiro (público) do Fundo Partidário e aos debates entre candidatos em meio eletrônico (rádio e TV).

Para fazer um debate hoje, emissoras de TVs e de rádio estão obrigadas a convidar todos os candidatos de partidos que elegeram deputados federais na última eleição (no caso de 2014, são 7 candidatos a presidente).

Não importa o número de deputados que partido consiga eleger. Pode ter sido 1 ou 100, não faz diferença. Se a sigla tiver candidato a presidente terá também o direito de aparecer no debate para atravancar a discussão falando de aerotrem ou expressar seu preconceito (ao final deste post, a íntegra do que falou Levy Fidelix no domingo).

[é claro que há exceções, com nanicos responsáveis; mas este post trata da parte ruim do sistema].

Houve uma tentativa mal feita nos anos 1990 de reduzir drasticamente o acesso dos nanicos à TV, ao rádio e ao Fundo Partidário. O Supremo Tribunal Federal considerou a medida inconstitucional (já nos anos 2000), pois havia sido introduzida por meio de lei. Teria de ser uma emenda constitucional –há quem considere que o STF errou a mão nessa decisão, mas agora não vem ao caso.

O fato é que os partidos estão há décadas discutindo o tema, mas nunca fazendo nada efetivo. PT, PMDB, PSDB, PSB, DEM e outras legendas tradicionais nunca se esforçaram, de fato, para fazer passar uma emenda constitucional que acabasse com o democratismo que coloca no horário eleitoral gente com quase zero de representação na sociedade.

O que deve ser feito? Simples. Chama-se cláusula de desempenho. Por exemplo, estipular que o partido com menos de 3%, 4% ou 5% dos votos (seria necessário modular qual é o percentual ideal) em nível nacional numa eleição para a Câmara dos Deputados não terá o direito de ter o seu candidato convidado obrigatoriamente para um debate na TV ou no rádio.

Esses partidos menores também não teriam mais o direito de aparecer a cada 6 meses na TV e no rádio, em rede nacional. Isso ocorre hoje, seja ano eleitoral ou não (e quem paga é o contribuinte, pois as emissoras são ressarcidas pelo horário cedido). Por fim, o acesso ao Fundo Partidário ficaria bem mais restrito.

O PRTB de Levy Fidelix, por exemplo, elegeu 2 deputados federais em 2010. Hoje, não tem mais nenhum.

Não é um exagero dizer que o PRTB é quase um partido secreto para a população brasileira. Mas ele teve o seu momento de glória no dia 20.mar.2014: apareceu 5 minutos em rede nacional de TV (das 20h30 às 20h35) e de rádio (das 20h às 20h05). Quem pagou por isso sem saber? Os brasileiros que pagam impostos.

A legenda de Levy Fidelix também já recebeu neste ano de 2014, até setembro, um total de R$ 992.247,50 do Fundo Partidário –dinheiro dos impostos de todos os brasileiros. Em 2013, o PRTB abiscoitou R$ 1.361.924,12.

E não é tudo. Todas as legendas também recebem uma participação proporcional no que a Justiça Eleitoral arrecada de multas dos políticos e das agremiações partidárias –isso mesmo, a Justiça cobra multas e depois devolve o dinheiro para os próprios partidos (incrível). Nesse sistema surrealista, o PRTB de Levy Fidelix ganhou em 2013 um total de R$ 310.249,78 desse reparte das multas redistribuídas pelo TSE.

A pergunta que vem agora é prosaica e muito fácil de ser respondida: quantos dos 202 milhões de brasileiros são a favor de o PRTB receber, anualmente, R$ 1,672 milhão (como ocorreu em 2013) em dinheiro público? Possivelmente, só os dirigentes do PRTB e seus amigos mais próximos.

Outra pergunta: por que os partidos maiores não acabam com essa farra que nada tem a ver com democracia? A resposta vem em duas partes.

Primeiro, porque os partidos nanicos são muito úteis aos grandes. Muitos (não todos, claro) se dispõem a fazer o trabalho sujo em eleições, usando o seu tempo de propaganda para difamar alguém.

A segunda razão é que há muitos nanicos, vamos dizer, ideológicos, que também ficariam sem acesso facilitado ao tempo de TV e de rádio nem ao Fundo Partidário se fosse adotada uma cláusula de desempenho.

Em resumo, uma das razões tem a ver com funcionalidade podre da política (usar siglas nanicas como bocas de aluguel). A outra razão seria, em tese, nobre –não condenar legendas ideológicas a uma vida mais difícil. Essa segunda motivação é uma falsa disjuntiva.

Por mais simpáticos que possam ser alguns nanicos, não faz sentido dar dinheiro público a quem não tem representação na sociedade. Tomem-se algumas siglas trotskistas que há décadas têm batalhado pelas suas causas, mas nunca conseguiram prosperar. Não há como a sociedade brasileira sustentar tal tipo de situação.

Verdade seja dita, Dilma Rousseff e o PT têm falado sobre algum tipo de reforma política em suas propagandas eleitorais deste ano (propondo um esdrúxulo plebiscito para mudar quase tudo). É só cortina de fumaça. Trata-se de uma embromação pregar uma ampla mudança nas regras. Isso nunca acontecerá.

O mais plausível é a adoção de alguma alteração pontual –como uma cláusula de desempenho– que teria efeito saneador depois de duas ou três eleições.

Mas eis uma dúvida legítima que alguns terão: e se um candidato a presidente da República de um partido nanico se tornasse muito popular, disparando nas pesquisas, e não fosse convidado para um debate na TV porque não haveria mais a exigência da lei? Essa é outra falsa questão.

Com várias emissoras de TV no país, será que nenhuma se interessaria em entrevistar ou convidar para um debate um candidato com 25% ou 30% das intenções de voto?

Em 2010, numa iniciativa pioneira, o jornal “Folha de S.Paulo” e o portal UOL realizaram um debate presidencial, transmitido apenas em “streaming”, via internet –o que permite que se convide quantos candidatos os organizadores desejarem. À época (agosto de 2010), só havia 2 candidatos competitivos, Dilma Rousseff (PT), com 41%, e José Serra (PSDB), 33% das intenções de voto. Ainda assim, já estava começando a despontar a candidatura de Marina Silva (então no minúsculo PV), com 10%. Os 3 foram convidados, pois essa era a decisão correta a ser tomada do ponto de vista jornalístico.

É evidente que isso também aconteceria na eventualidade de a cláusula de desempenho entrar em vigor.

A opção que existe é não fazer nada. Nesse caso, a sociedade brasileira terá de se acostumar com cenas grotescas como a de Levy Fidelix, cuja fala de 28.set.2014 sobre união entre pessoas do mesmo sexo vai reproduzida a seguir, para registro histórico:

Levy Fidelix [debate da TV Record, em 28.set.2014]: “…Tenho 62 anos. Pelo que eu vi na vida, dois iguais não fazem filho. E digo mais. Digo mais. Desculpe, mas aparelho excretor não reproduz. É feio dizer isso, mas não podemos, jamais, gente, eu que sou um pai de família e um avô, deixar que tenhamos esses que aí estão achacando a gente no dia a dia, querendo escorar essa minoria à maioria do povo brasileiro. Como é que pode um pai de família, um avô, ficar aqui escorado? Porque tem medo de perder voto. Prefiro não ter esses votos, mas ser um pai, um avô, que tem vergonha na cara, que instrua seu filho, que instrua seu neto. E vamos acabar com essa historinha. Eu via um padre, o santo padre, o papa, expurgar, fez muito bem, do Vaticano um pedófilo. Está certo. Nós tratamos a vida toda com a religiosidade para que nossos filhos possam encontrar, realmente, um bom caminho familiar. Então, Luciana [Genro, candidata do PSOL a presidente em 2014], lamento muito. Que façam um bom proveito que querem fazer e continuar como estão. Mas eu, presidente da República, não vou estimular. Se está na lei, que fique como está. Mas estimular, jamais, a união homoafetiva”.

(…) Luciana, você já imaginou? O Brasil tem 200 milhões de habitantes. Se começarmos a estimular isso daí, daqui a pouquinho vai reduzir para 100 [milhões]. É… Vai para a [avenida] Paulista e anda lá e vê. É feio o negócio, né? Então, gente, vamos ter coragem somos maioria. Vamos enfrentar essa minoria. Vamos enfrentá-los, não ter medo. Dizer que sou pai, mamãe, vovô. E o mais importante é que esses que têm esses problemas realmente seja atendidos no plano psicológico e afetivo, mas bem longe da gente. Bem longe, mesmo, porque aqui não dá”.

p.s.: note que o nome do dispositivo sugerido é “cláusula de desempenho“. Não tem nada a ver com “cláusula de barreira“. Os partidos poderão todos continuar a existir. Mas só terão acesso farto a dinheiro público, a tempo generoso em rádio e e TV e a participar compulsoriamente de debates depois de passarem de um certo percentual de votos numa eleição. Em resumo: sem apoio dos eleitores, uma agremiação partidária não merece ter destaque.

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