Há 3 meses Dilma Rousseff não sai do lugar
Fernando Rodrigues
O que mostram as pesquisas divulgadas nos últimos dias por Datafolha, Ibope e CNT/MDA? Mostram que a presidente Dilma Rousseff não sai do lugar há 3 meses.
A aprovação do governo federal chegou ao patamar de 40% por volta de novembro de 2013. Hoje as taxas são: Datafolha (41%), Ibope (39%) e CNT/MDA (36,4%). Eis os gráficos evolutivos, que demonstram com clareza como as curvas de popularidade da administração dilmista tem sido estável nos últimos meses:
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Embora as variações negativas do governo federal tenham sido além da margem de erro nas pesquisas Ibope e CNT/MDA, o mais provável, pelas curvas vistas nos gráficos acima, é que a presidente sempre tenha estado no patamar dos 40%.
Só mais um ou dois meses de pesquisas poderão dizer se há, de fato, uma queda real na aprovação do governo. O que se vê no momento é uma estagnação.
É claro que a taxa na redondeza de 40% para a aprovação do governo Dilma é bem razoável. O problema para quem deseja se reeleger em outubro é não sair do lugar. Indica uma fragilidade na líder das pesquisas –a petista venceria a disputa hoje no primeira turno no cenário mais provável de candidaturas, tendo como adversários Aécio Neves (PSDB), Eduardo Campos (PSB) e mais outros 8 nanicos.
O período em que a presidente apenas ficou fazendo pique no lugar (de nov/2013 a fev/2014) coincidiu com as festas de fim de ano. Nessa época, em geral, os eleitores ficam mais benevolentes e com o coração mole na hora de fazer julgamentos sobre os políticos. Quase sempre a aprovação de vários governos registra uma alta. O Ibope captou esse movimento. Só que Dilma não conseguiu reter o presente natalino.
Também na virada do ano de 2013 para 2014, o país assistiu a um bombardeio fantástico de propagandas do governo. Hoje só um E.T. vindo de Marte não saberia o que é o programa Mais Médicos no Brasil. É impossível ligar a TV e ficar sem assistir a um comercial a respeito.
O marketing de Dilma pode argumentar: se essa estratégia de propaganda não tivesse sido lançada, a presidente poderia estar em situação pior.
É uma verdade possível. Mas alguém poderia apresentar um argumento mais cético: ou o produto é ruim ou a propaganda não presta. Ou as duas coisas. Mesmo porque o governo faz mais comerciais do que sabão em pó e cerveja. A taxa de aprovação teria de crescer um pouco. Que o diga a Friboi com suas propagandas de Toni Ramos falando que carne tem nome.
Mas, enfim, está ruim a situação de Dilma? No momento, não.
O que essas pesquisas indicam é muito simples: 1) o produto “Dilma Rousseff” não é tão fácil assim de ser empacotado e vendido; não está conseguindo ampliar sua presença no mercado e 2) a concorrência não parece apta a ocupar o espaço deixado pelo produto líder nas vendas no momento.