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Arquivo : Centrão

“Centrão” fará prévias para definir candidato único à presidência da Câmara
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Fernando Rodrigues

Partidos apresentarão postulantes ao comando da Casa até 5ª feira (1º.dez)

Brasília - O presidente da Comissão Especial do Impeachment da presidente Dilma, Rogério Rosso, e o relator deputado Jovair Arantes, durante reunião para definir o roteiro de trabalho (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

O presidente da Comissão Especial do Impeachment da presidente Dilma, Rogério Rosso, e o relator deputado Jovair Arantes, durante reunião para definir o roteiro de trabalho

Líderes de partidos que compõem o “Centrão” decidiram realizar prévias para definir um candidato único à presidência da Câmara. A eleição será realizada em fevereiro.

A reportagem é do Poder360 e as informações são do repórter Luiz Felipe Barbiéri.

Os partidos do bloco que têm interesse em disputar o comando da Casa terão de apresentar seus postulantes até a 5ª feira (1º de dezembro). A data de realização das prévias ainda não foi definida.

A eleição dentro do bloco para definir um candidato único foi discutida hoje (3ª) durante almoço na casa do deputado Jovair Arantes (PTB-GO), líder do PTB na Casa.

O presidente do PSD, ministro Gilberto Kassab (Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações), compareceu ao encontro. O partido tem Rogério Rosso (PSD-DF) como pré-candidato ao comando da Casa. Estiveram presentes ainda representantes de outras siglas que fazem parte do bloco, formado por PP, PR, PSD, PTB, PROS, PSC, SD, PRB, PEN, PTN, PHS e PSL.

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Análise: ascensão de Maia na Câmara é vitória do establishment político
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Fernando Rodrigues

Deputado teve apoio do DEM, PSDB, PMDB e PT

Siglas pequenas e nanicas do centrão desidrataram

Esquerda partiu para a “ética da responsabilidade”

RodrigoMaia

O deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), novo presidente da Câmara

A ascensão do deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ) ao cargo de presidente da Câmara tem muitas causas. Uma delas é relevante do ponto de vista da macropolítica: a vitória foi uma reação do establishment partidário contra o avanço de uma massa amorfa de pequenas e nano legendas.

Quem saiu derrotado de maneira acachapante foi o chamado centrão, o punhado de siglas sem expressão ideológica definida e mais de 200 deputados. Embora seja filiado ao PMDB, o deputado Eduardo Cunha (RJ) era o grande patrono desse “sindicato de partidos”.

Na noite de 4ª para 5ª feira (13 e 14 de julho), o centrão tinha um candidato “de raiz” que seria “inevitavelmente” eleito –era o que se ouvia nos corredores do Congresso. Tratava-se de Rogério Rosso, filiado ao PSD (sigla criada por Gilberto Kassab) e eleito por Brasília.

O Palácio do Planalto fez carga a favor de Rogério Rosso. Enxergava nele o protagonista ideal para os próximos meses. Primeiro, Rosso daria corda para o processo de cassação de Eduardo Cunha tramitar apenas velocidade normal. Nada de acelerar demais. Segundo, sendo de um partido sem história nem cara muito definidas, estaria disponível para empunhar todas as bandeiras da equipe econômica dentro da Câmara.

Na hora da votação deu tudo errado. Uma aliança para lá de improvável foi sendo amalgamada por Rodrigo Maia. Além do próprio partido (é sempre bom lembrar: o DEM antes foi PFL, um galho nascido da antiga Arena), foram entrando no projeto siglas tradicionais como o PSDB e nacos significativos do PMDB, do PT e do PC do B.

As esquerdas fizeram uma espécie de ato de contrição. Embarcaram na “ética da responsabilidade” weberiana: optaram pelo que consideravam o “mal menor” (na comparação entre Maia e Rosso).

A rejeição a Eduardo Cunha também contou. Rosso ficou muito identificado com o ex-presidente da Câmara. Maia, que até pouco tempo era um eduardista convicto, converteu-se há algumas semanas na nêmesis do peemedebista. Passou a pregar um final rápido para o processo de cassação de Cunha.

Quando o resultado da votação foi anunciado aos 13 minutos desta 5ª feira (14.jul), o plenário da Câmara explodiu em gritos de “fora, Cunha”. A latência com que esse sentimento estava naquele ambiente ficou muito clara –e Rodrigo Maia foi beneficiário direto desse fenômeno.

A rejeição a Cunha e os apoios orgânicos de partidos tradicionais acabaram atraindo os expressivos 285 votos a favor de Rodrigo Maia. Já Rogério Rosso, que teria um piso de 200 apoios (a base do centrão) encaçapou apenas 170 e saiu derrotado.

Não está claro se a Câmara vai mesmo entrar numa nova era, com o fim da micropolítica dominando todas as decisões por meio da presença dos partidos pequenos. Talvez seja excesso de otimismo achar que isso possa ocorrer –afinal, o líder de Michel Temer na Casa é André Moura, do nanico PSC de Sergipe.

O fato é que a derrota do centrão emitiu um sinal: até um colegiado que tem fama de não se preocupar com a baixa popularidade às vezes reage.

Rodrigo Maia fez diversos acordos com as siglas das quais recebeu apoio. Esses acertos serão testados em breve, nas votações de reformas importantes que o Planalto enviará ao Congresso. Só então será possível aferir se uma certa civilidade voltou à Câmara –ou se o que se viu no início da madrugada desta 5ª feira foi apenas uma miragem.

Para terminar, há também uma incógnita no ar: como reagirá o centrão a partir de agora? Ninguém sabe. Muito menos como será o comportamento do Planalto diante de sua base fracionada como se viu na eleição de Rodrigo Maia.

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Análise: nome oficial do PMDB na corrida na Câmara atrapalha Michel Temer
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Fernando Rodrigues

Marcelo Castro tem chance real de ir ao 2º turno na disputa

Se centrão perder, aumenta “custo” do voto para o Planalto

Barbeiragem do governo levou PMDB a ficar sem controle

MarceloCastro-Foto-AntonioCruz-AgenciaBrasil-11jul2016

Marcelo Castro (PMDB-PI), candidato oficial do partido na disputa na Câmara

O deputado Marcelo Castro (PMDB-PI) teve 28 votos dentro da bancada do PMDB para se tornar o nome oficial da legenda na disputa pelo cargo de presidente da Câmara.

Os 28 apoios internos no PMDB são o piso de Marcelo Castro. Ele pode ter mais cerca de 30 votos do PT, pois foi ministro da Saúde de Dilma Rousseff. Se pescar mais 30 apoios de outras legendas, viabiliza-se para estar no 2ª turno da disputa.

O lançamento de um candidato oficial pelo PMDB foi resultado de uma atitude leniente do Palácio do Planalto. O partido de Michel Temer já está com a Presidência da República e com a presidência do Senado (com Renan Calheiros). Ao tentar manter o comando da Câmara, cometerá um erro político semelhante ao que sempre era imputado ao PT no governo: querer ficar com tudo, sem dividir com os aliados. A barbeiragem pode custar caro mais adiante, quando reformas importantes serão votadas pela Poder Legislativo.

Com esse cenário (que é possível), as principais consequências da entrada de Castro na corrida pela sucessão de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) são as seguintes:

1) risco de derrota do centrão: um nome forte do PMDB na disputa pode representar um risco real para o grupo hoje majoritário;

2) reaglutinação do PT e das esquerdas: o partido de Lula e de Dilma está um pouco sem chão. Agora, pode adotar Castro, que votou contra o impeachment de Dilma Rousseff. Siglas de esquerda podem ir atrás e apoiar Marcelo Castro;

3) alto custo do voto nas reformas: com a vitória de um candidato do centrão (o mais cotado ainda é Rogério Rosso, do PSD de Brasília), o curso da política seria mais previsível. O centrão daria as facilidades possíveis para Eduardo Cunha e ajudaria o Planalto nas votações de reformas estruturais. Se o centrão perder, as negociações de varejo tendem a aumentar –e o custo de cada voto vai disparar (na forma de distribuição de cargos e verbas do Orçamento, na hipótese mais benigna);

4) PSDB e DEM podem desgarrar: assim com o centrão, o PSDB e o DEM estavam aspirando a ter chance de comandar a Câmara –se não já, pelo menos a partir de 2017. Com uma eventual vitória do PMDB agora, todos esses planos ficam mais incertos.

Tudo considerado, o quadro sucessório dentro da Câmara dos Deputados está cada vez mais imprevisível. A pulverização de candidatos impede cálculos objetivos sobre o resultado, inclusive porque se trata de votação secreta.

Por enquanto, continuam favoritos para estar no 2º turno da disputa desta 4ª feira (13.jul.2106) os seguintes deputados (em ordem alfabética): Beto Mansur (PRB-SP), Giacobo (PR-PR), Marcelo Castro (PMDB-PI), Rodrigo Maia (DEM-RJ) e Rogério Rosso (PSD-DF).

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Centrão acerta com Maranhão e eleição da Câmara será na 4ª feira, às 19h
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Fernando Rodrigues

Acordo foi confirmado por 2 pré-candidatos à presidência

Reunião na casa de Rogério Rosso (PSD-DF) selou acordo

Beto Mansur (PRB-SP) costurou nova data com Maranhão

Regras serão definidas em reunião nesta 2ª feira, às 15h

Sucessor de Cunha pode sair só na madrugada de 5ª feira

(Divulgação/Agência Câmara de Notícias)

O plenário da Câmara dos Deputados

Uma reunião durante toda a tarde deste domingo (10.jul) entre deputados de vários partidos, a maioria do chamado centrão, definiu que a eleição do novo presidente da Câmara será nesta 4ª feira (13.jul), às 19h.

O encontro foi na casa do deputado federal Rogério Rosso (PSD-DF), um dos pré-candidatos à sucessão de Eduardo Cunha, que renunciou ao cargo na última 5ª feira (7.jul).

Participou desta apuração o repórter do UOL André Shalders.

O presidente interino da Câmara, Waldir Maranhão, concordou com a nova data. Inicialmente, Maranhão queria que a disputa ocorresse apenas na 5ª feira (14.jul). O Palácio do Planalto e deputados mais próximos a Eduardo Cunha, por outro lado, preferiam uma votação já na 3ª feira (12.jul).

Alguns deputados independentes e outros próximos ao Planalto também concordaram com a nova data. O acordo foi confirmado ao Blog pelos deputados Beto Mansur (PRB-SP) e Rodrigo Maia (DEM-RJ), ambos candidatos ao cargo. Mansur trabalhou intensamente para costurar uma data e horário de consenso entre os diversos interessados no processo.

O ministro Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo) fez também vários telefonemas a candidatos e a líderes partidários pedindo que evitassem que a disputa acabasse na Justiça por causa da divergência sobre a melhor data para fazer a eleição.

As regras para a disputa serão definidas em um encontro da Mesa Diretora da Casa nesta 2ª feira (11.jul), às 15h. A Mesa Diretora é o grupo de deputados responsáveis pela gestão da Câmara. Entre outros detalhes, terá de ser decidido quantos minutos cada 1 dos candidatos terá para discursar. Como são, no momento, cerca de 10 os interessados, é possível que o sucessor de Eduardo Cunha seja conhecido apenas na madrugada de 4ª para 5ª feira.

Para ser eleito presidente da Câmara é necessário ter 257 dos 513 votos possíveis (no momento, apenas 512 pelo fato de Eduardo Cunha estar afastado da função por determinação do STF). Se nenhum dos postulantes tiver 257 votos, os 2 mais bem colocados disputam novamente em 2º turno. Não está claro ainda quanto tempo será concedido a todos os partidos para negociarem apoios entre o 1º e o 2º turnos, o que pode tornar a eleição ainda mais demorada.

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