Blog do Fernando Rodrigues

Arquivo : DEM

Campanha do impeachment usa marca das Diretas Já para tentar derrubar Dilma
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Fernando Rodrigues

Movimento Brasil Livre faz logo amarelo e com letras cursivas

“Esse impeachment é meu” é o slogan escolhido pelo MBL

Grupo busca apoio da oposição para reproduzir material

Movimento Brasil Livre/Divulgação

Divulgação do protesto do dia 13 de março organizado pelo MBL

O material produzido pelo Movimento Brasil Livre para divulgar as manifestações do dia 13.mar é inspirado nas Diretas Já.

O layout evoca a marca da campanha de 1984 em favor do retorno das eleições diretas para presidente, segundo Renan Santos, coordenador do movimento.

A ação do MBL adota o mesmo padrão gráfico: amarelo com letras cursivas.

A cor não é novidade em ações políticas. Já foi utilizada em campanhas getulistas e na ditadura militar. A grafia é vista como uma estratégia de identificação com o público.

Movimento Brasil Livre/Divulgação

Material de divulgação completo do MBL

O slogan da vez é “esse impeachment é meu”. As peças ainda enumeram 5 razões para o impedimento e chamam todos às ruas contra o governo.

“A tiragem será descentralizada: cada militante reproduzirá suas cópias”, afirma Santos.

OPOSIÇÃO
O movimento contará com a ajuda de oposicionistas no dia 13.mar. Alguns parlamentares já anunciaram apoio, como Efraim Filho (DEM-PB), Mendonça Filho (DEM-PE) e Bruno Araújo (PSDB-PE).

“Ainda não é unanimidade, mas existe, no DEM, um sentimento muito forte com as propostas do MBL”, diz Efraim.

O movimento pede também que deputados mobilizem suas redes de apoio regional.

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Câmara quer padronizar todos os carregadores de celular no país
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Fernando Rodrigues

Projeto de lei propõe modelo único de plugue para todos aparelhos

Objetivo é facilitar a vida do consumidor e baratear o produto

Europa tomou decisão semelhante em 2010

Divulgação

Projeto estabelece que todos os telefones comercializados no Brasil devem usar a mesma interface

Os carregadores de celular tomarão a atenção de deputados federais nesta 3ª feira (16.jun.2015). Uma audiência pública na Câmara discutirá uma proposta de padronização para a forma como as baterias de todos aparelhos são recarregadas.

O projeto de lei 32/2015, do deputado Sergio Vidigal (PDT-ES), estabelece que todos os telefones produzidos e comercializados no Brasil usem a mesma interface que se conecta ao aparelho e à rede elétrica. O padrão seria definido posteriormente, pela Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações).

A justificativa do projeto de lei é sucinta. Diz que objetivo é facilitar o ato de carregar um celular, já que o plugue será padronizado, e estimular a concorrência entre os fabricantes de celular e seus carregadores, reduzindo o valor dos equipamentos.

Iniciativa semelhante foi adotada na Europa em 2010. A Comissão Europeia e as maiores fabricantes de celulares fecharam um acordo para padronizar o plugue dos carregadores. O modelo escolhido foi o “mini-USB”.

O objetivo da iniciativa europeia foi semelhante ao do texto em trâmite na Câmara. Com o plugue padrão, um novo celular não precisa ser vendido, necessariamente, com um novo carregador.

Pesou também para os europeus o argumento ambientalista: produzir carregadores que serão esquecidos no fundo de uma gaveta em pouco tempo significa uso desnecessário de matérias primas e recursos naturais.

O Congresso discute o tema desde 2009. Dois projetos de lei que tratavam do assunto, o 6415/2009 e 7133/2010, protocolados na mesma época da iniciativa europeia, foram rejeitados e arquivados. O argumento para o arquivamento foi o de que a exigência atrasaria a produção tecnológica do país.

Foram convidados para a audiência desta 3ª feira representantes da Anatel, do Ministério do Desenvolvimento, da Abinee (Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica) e de associações de defesa do consumidor.

O projeto de lei 32/2015 não especifica o padrão a ser adotado, mas transfere essa competência para a Anatel. Um risco: os burocratas da agência escolherem um modelo exclusivamente brasileiro. Nesse cenário, teríamos uma nova “jabuticaba” (só nasce por aqui), assim como o novo padrão adotado para as tomadas: o modelo é único para o Brasil.

Há ainda um outro projeto, em trâmite no Senado, que também propõe a padronização dos carregadores: o 96/2014, de autoria do senador Wilder Morais (DEM-GO). Nesse caso, o diabo mora nos detalhes. O texto reduz a zero a alíquota da Cofins e do PIS/Pasep aos fabricantes que adotarem o padrão estipulado pela Anatel. O objetivo seria “incentivar os produtores de smartphones a padronizar o dispositivo de carregamento das baterias”. Ou seja, seria um benefício para os consumidores –e um prejuízo para os cofres do governo.

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Cesar Maia detona proposta de voto distrital de José Serra para cidades
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Fernando Rodrigues

Ex-prefeito do Rio (do DEM) ataca ideia de senador do PSDB paulista

Divergência mostra que reforma política é algo ainda distante…

…E que não há o menor consenso mesmo entre partidos de oposição

Sérgio Lima/Folhapress - 27.mar.2014

O ex-prefeito da cidade do Rio Janeiro Cesar Maia divulgou uma crítica demolidora contra a proposta de voto distrital para vereadores em grandes cidades, com mais de 200 mil eleitores.

A ideia do voto distrital em grandes cidades tem como maior patrocinador o senador José Serra (PSDB-SP).

Maia não cita Serra em sua crítica, divulgada em seu boletim diário enviado pela internet. Mas deixa clara a sua ojeriza pelo projeto e faz um ataque indireto ao tucano: “Essa proposta é de quem não conhece o país e suas cidades. De quem nunca ouviu falar do coeficiente de Gini e sua distribuição regional urbana. E despolitiza o processo eleitoral na base. Essa é a pior proposta entre todas que foram apresentadas para a reforma política –dentro e fora– do Congresso Nacional”.

A diatribe de Cesar Maia mostra, como se já não estivesse explícito, que uma reforma política está longe de acontecer no Brasil.

Faltam ideias minimamente consensuais. Inclusive dentro dos dois principais partidos de oposição no país, o PSDB e o DEM.

Eis a íntegra da crítica de Cesar Maia ao voto distrital:

“ESSE VOTO DISTRITAL APROVADO NO SENADO QUEBRARIA A ESPINHA DORSAL DA FEDERAÇÃO, ATROPELARIA AS DIFERENÇAS SOCIAIS URBANAS, ETC….ETC….!”

“1. O Senado aprovou projeto de lei criando o Voto Distrital majoritário nos municípios com mais de 200 mil eleitores. Essa lei certamente não tramitará na Câmara de Deputados, por ser retrógrada, inconstitucional e inviável. A Constituição de 1988 elevou os Municípios à condição de entes federados, logo no primeiro artigo da Constituição. Portanto devem ter tratamento partidário com os Estados”.

“2. Essa lei ao não tratar dos Estados e só de parte dos Municípios cria um sistema eleitoral distinto para Estados e Municípios. Paradoxalmente, os municípios menores terão um sistema eleitoral igual ao dos Deputados estaduais e federais, e os maiores é que passarão a ter um novo sistema eleitoral. Uma aberração federativa”.

“3. Essa lei cristaliza as coligações nas eleições proporcionais nesses municípios, um atraso. Diz assim: “ § 2º O partido ou a coligação poderá registrar apenas um candidato a vereador por distrito eleitoral”. A escolha desse UM candidato será feita arbitrariamente pelo partido independentemente da região ou zona eleitoral do candidato. Ou seja a decantada representatividade local do sistema desmorona”.

“4. Os eleitos o serão por maioria simples. Um município como o Rio de Janeiro terá 51 vereadores/distritos, ou algo como 80 mil eleitores por distrito. Num distrito um vereador muito destacado pode se eleger com –digamos- 30 mil votos, seja pela tradição local, ou por ser um nome forte no município. Em outro distrito com uma eleição pulverizada um vereador poderá se eleger com 5 mil votos. A lei diz que a maioria do vencedor é simples. Majoritário com maioria Simples”.

“5. Os conchavos para a montagem das coligações, agora seriam por distribuição dos nomes em cada distrito. E surge um novo conchavo: partidos fortes combinando a distribuição de seus candidatos para não prejudicá-los, aqui ou acolá”.

“6. No Rio uma favela com 10 mil eleitores, será parte de um distrito com um entorno socialmente distinto, que prevalecerá na representação. Ou outro com uma grande favela como a Rocinha, em que seu entorno seria sub-representado. Esse voto distrital proposto supõe uma segmentação urbana com bairros homogêneos e periferias homogêneas. O Brasil –em geral- não é assim. O Rio é o exemplo maior. O país seria tratado de forma diferenciada. Cidades homogêneas no sul, e cidades heterogêneas no sudeste, norte e nordeste, teriam uma lógica de representatividade muito diferente”.

“7. Essa proposta é de quem não conhece o país e suas cidades. De quem nunca ouviu falar do coeficiente de Gini e sua distribuição regional urbana. E despolitiza o processo eleitoral na base. Essa é a pior proposta entre todas que foram apresentadas para a Reforma Política –dentro e fora- do Congresso Nacional”.

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Na democracia, só PMDB e DEM (ex-PFL) dominaram Senado
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Fernando Rodrigues

Apesar de a Presidência da República ser ocupada há 20 anos por PSDB e PT, o Senado Federal sempre foi dominado por outras duas legendas, o PMDB e o DEM (ex-PFL).

A Casa é presidida por caciques de ambos os partidos desde 1985, quando o Brasil voltou ao regime democrático. O PMDB comandou a casa por 25 anos. O DEM, por 4 anos.

A exceção é um breve período de 2 meses em que o petista Tião Viana presidiu o Senado. Ele não foi eleito para o cargo –era vice-presidente e assumiu após pedido de licença de Renan Calheiros (PMDB-AL), então sob acusações de quebra de decoro e intensa pressão popular.

Em 8 das 16 eleições para presidente do Senado, o candidato foi escolhido por consenso. Nas demais, houve disputa. O senador que chegou mais perto de desbancar o PMDB foi Tião Viana, em 2009, quando obteve 32 votos contra 49 de José Sarney (PMDB-AP).

Abaixo, o nome de todos os presidentes do Senado e os partidos derrotados em disputas pela Presidência:

Arte
A força dos peemedebistas no Senado explica-se em parte pela capilaridade da legenda nos rincões do país e a influência regional de seus caciques. Sempre próximo do presidente da República, não importa o seu partido, o PMDB pode ser entendido como uma arca de Noé disposta a receber políticos de diferentes matizes ideológicos. Contribui também o embalo que o PMDB aproveitou do antigo MDB nos primeiros anos após o regime militar.

PMDB DIVIDIDO
Neste ano, o presidente eleito será novamente um peemedebista: ou o próprio Renan Calheiros (PMDB-AL), que busca a reeleição, ou Luiz Henrique da Silveira (PMDB-SC), que tenta se viabilizar com o apoio da oposição. Renan irá constranger até o último momento Luiz Henrique para que ele abandone sua candidatura.

O regimento do Senado não veda que a maior bancada tenha mais de 1 candidato a presidente, mas é incomum que isso ocorra.

Há apenas 1 registro de eleição com 2 candidatos do PMDB. Em 1987, Humberto Lucena foi eleito com 67 votos, apoiado pela bancada. O também peemedebista Nelson Carneiro recebeu 1 voto.

Ambos haviam disputado a indicação dentro da bancada e Lucena foi o escolhido. No dia da votação, Carneiro fez questão de mostrar aos fotógrafos que ele próprio votara no seu adversário. O regimento à época era outro e os Anais do Senado não deixam claro se era necessário que os candidatos registrassem sua candidatura para serem votados.

(Bruno Lupion)

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Crise de Dilma é mais grave que a de Collor no pré-impeachment, diz Caiado
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Fernando Rodrigues

O líder da oposição no Congresso, deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO), considera a situação política atual da presidente Dilma Rousseff pior do que a enfrentada em 1992 pelo então presidente Fernando Collor de Mello, que acabou depois sofrendo um processo de impeachment.

“Esse é um momento muito mais grave do que a época do governo Collor (…) Você acha que é fácil remontar um país? Quando todos os ministérios estão contaminados, fundos de pensão, bancos oficiais, BNDES. Essa é uma tarefa extremamente árdua, difícil”, declarou Caiado, que está concluindo 5 mandatos de deputado federal e se prepara para assumir uma vaga no Senado, a partir do ano que vem, pelo Democratas de Goiás.

Em entrevista ao programa “Poder e Política”, do UOL, Caiado, que é médico e tem 65 anos, recomenda à oposição usar o tom usado por Carlos Lacerda (1914-1977), jornalista e político do Rio de Janeiro que ficou famoso por sua retórica dura contra vários governos. Filiado à UDN (União Democrática Nacional), foi um dos responsáveis pela consolidação do termo “udenismo”, sinônimo de defesa da moralidade, muitas vezes também associado no passado a tentativas de golpe de Estado.

“O tom que [a oposição] deve ter é aquele que Carlos Lacerda nos ensinou. Você não deve apelidar as palavras. Você não tem que falar que corrupção é ‘desvio de dinheiro’. É corrupção, é roubo, uma estrutura que se beneficia exatamente de todo um caixa dois da Petrobras, escândalo de Pasadena, distribuição de dinheiro de todas as obras da Petrobras, do PAC. Isso é organização criminosa. Não é partido político”, declara Caiado.

Indagado sobre se a “organização criminosa” seria o Partido dos Trabalhadores, o futuro senador por Goiás diz que “não generalizaria”, pois todos os partidos têm muitas seções. Mas afirma que Aécio Neves (PSDB), candidato derrotado na eleição presidencial deste ano, “não está pesando em nada na palavra” ao ter dito recentemente que Dilma Rousseff foi eleita por uma “organização criminosa” em outubro. “Ele se expressou corretamente. Isso é uma organização criminosa”.

Os cerca de 70 políticos que deverão ser formalmente citados por algum envolvimento nos escândalos da Petrobras terão como consequência paralisar os trabalhos no Poder Legislativo em 2015. “Isso realmente inviabiliza completamente o funcionamento do Congresso Nacional, tendo que ficar tempo integral dedicado a essa matéria”.

Inflexível e às vezes minoritário dentro da oposição, Caiado defende que partidos anti-Planalto tenham candidatos para disputar as presidências da Câmara e do Senado, em fevereiro. “Mesmo sem chance [de vencer]. Você não pode perder o discurso. Você não pode perder a coerência. A popularidade ela é relativa, mas a coerência é vital”, raciocina.

Pela mesma razão, faz uma recomendação à senadora Kátia Abreu (PMDB-TO), que é também presidente da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária), que está prestes a ser nomeada ministra da Agricultura por Dilma Rousseff:

“Kátia, permaneça senadora e presidente da CNA. Não assuma isso, porque você sabe que hoje o Ministério da Agricultura é muito mais uma partilha de uma estrutura que não tem nada a ver com o setor rural, e, ao mesmo tempo, a base política e sustentação não lhe dará apoio para as mudanças que são necessárias”.

Leia a entrevista completa.

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José Agripino, DEM, será coordenador da campanha de Aécio Neves
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Fernando Rodrigues

senador democrata do RN terá missão de representar o Nordeste

O senador José Agripino (DEM-RN) será o coordenador da campanha presidencial de Aécio Neves (PSDB).

A escolha de Agripino, que também é presidente nacional do Democratas, é uma tentativa de Aécio Neves de agradar aos políticos do Nordeste que estão com ele nesse projeto eleitoral.

Agripino foi cotado, por um certo tempo, como possível candidato a vice-presidente na chapa com Aécio Neves. Mas o candidato e o PSDB preferiram dar prioridade à tentativa de pacificação dos tucanos em São Paulo –e o indicado como vice foi o senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP).

Agripino é o senador que se envolveu em uma altercação com Dilma Rousseff, em 2008. Então ministra da Casa Civil, Dilma prestava depoimento no Senado e foi indagada pelo senador Agripino se alguma vez havia mentido quando foi presa e torturada. À época, Dilma reagiu, emocionada, e foi enfática ao relembrar as condições em que prestou depoimento durante a ditadura militar, no início dos anos 1970: “Eu tinha 19 anos. Eu fiquei três anos na cadeia. E eu fui barbaramente torturada, senador. Qualquer pessoa que ousar dizer a verdade para interrogador compromete a vida dos seus iguais.”

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DEM abandona sua única governadora e nega palanque a Aécio Neves
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Fernando Rodrigues

No Rio Grande do Norte, Democratas apoia PMDB; por tabela, ajuda a petista Dilma Rousseff

Pedro Ladeira/Folhapress - 7.ago.2013

O diretório estadual do Democratas do Rio Grande do Norte decidiu na 2ª feira (2.jun.2014) que não apoiará a reeleição da governadora Rosalba Ciarlini, filiada ao próprio partido.

O presidente nacional da legenda, senador José Agripino Maia (à direita na foto), também do Rio Grande do Norte, trabalhou para que o partido se aliasse à pré-candidatura do presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), ao governo do Estado.

O desfecho irritou Rosalba, que foi ao encontro defender sua reeleição, mas deixou o local antes da votação –45 dos 59 presentes preferiram apoiar Alves.

O resultado atinge indiretamente a pré-candidatura do tucano Aécio Neves a presidente da República. O DEM era a última esperança do PSDB para que Aécio tivesse um palanque no Estado.

O diretório tucano local também deve apoiar Alves –a decisão será tomada neste sábado (8.jun.2014). O palanque do presidente da Câmara já está reservado para a campanha à reeleição de Dilma Rousseff.

O arranjo fará com que Aécio não pise no Rio Grande do Norte durante o primeiro turno da campanha, segundo o diretório estadual do PSDB. Sua presença no Estado é esperada somente durante um eventual segundo turno.

Prioridade ao Legislativo

Ciarlini é hoje a única governadora do DEM. Ela teve seu mandato cassado no ano passado pelo Tribunal Regional Eleitoral do Estado, sob acusação de abuso de poder político durante a campanha eleitoral de 2012. Dois dia depois, obteve liminar favorável no Tribunal Superior Eleitoral e permaneceu no cargo. O caso aguarda decisão do plenário da Corte.

Formalmente, a decisão do DEM sobre o Rio Grande do Norte será tomada no próximo dia 15, durante a convenção estadual. O discurso oficial do partido é que Rosalba ainda tem 10 dias para formar uma coligação consistente que justifique sua candidatura. Hipótese de difícil execução, já que Alves construiu um amplo arco de alianças em torno de seu nome, com 8 partidos.

Os líderes locais do DEM temem que uma candidatura de Rosalba sem o apoio de outras legendas dizime o espaço do partido no Poder Legislativo. O DEM do RN tem hoje 3 deputados estaduais, 1 deputado federal e 1 senador. Embarcando na campanha de Alves, espera pelo menos manter a atual bancada.

Post Scriptum (19h15 – 05.jun.2014): O presidente nacional do DEM, senador José Agripino (RN), telefonou para o Blog. Ele não fez reparos aos fatos aqui descritos. Ponderou, entretanto, que o texto do post pode dar a impressão de que Rosalba Ciarlini é uma vítima do DEM, algo com o que discorda. Para Agripino, o seu partido deu à governadora do Rio Grande do Norte todas as condições de se viabilizar como candidata:

“Em março do ano passado [2013], montamos para ela uma ampla aliança com quase todos os principais partidos disponíveis, exceto PT e PSB. Mas ela se isolou completamente depois de oito meses. Perdeu todos os partidos. Ela não dizia nada. A condição política ficou perto de zero. Ela não foi abandonada. Ela construiu o próprio isolamento. O partido não poderia se suicidar com ela, comprometendo a eleição de seus candidatos a deputado”.

Agripino diz também que as estruturas do DEM e do PSDB continuam à disposição do pré-candidato a presidente tucano Aécio Neves.

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Erros de Aécio e PSDB levam à vitória de Dilma no 1º turno, diz Cesar Maia
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Fernando Rodrigues

O ex-deputado federal e ex-prefeito do Rio César Maia (DEM) faz duras críticas à forma como o principal partido de oposição conduz a campanha do seu pré-candidato a presidente, Aécio Neves. Para o político fluminense, os “erros” do tucano e a até agora baixa competividade de Eduardo Campos (PSB) podem levar a uma vitória de Dilma Rousseff no primeiro turno da disputa pelo Planalto em outubro.

Em entrevista ao programa Poder e Política, do UOL e da “Folha”, Maia faz um diagnóstico bem negativo de como vem sendo a atuação de Aécio Neves –a quem recebeu em sua residência, no Rio, no último domingo (22.mar.2014). O tucano está “priorizando a conversa com as elites. É um erro”. A crítica também é dirigida a Eduardo Campos, pré-candidato a presidente pelo PSB.

“Você vê fotografia deles em vários lugares. Não vê em nenhuma favela, por exemplo. Por que não? A gente não vê essa marca de nenhum deles. A gente vê com a Fiesp, com a Firjan, com a associação dos bancos, com o agronegócio”, reclama Maia. Para ele, o PSDB está “patinando ali naquela centro-elite brasileira, do Sudeste –a sudestina”.

No encontro que teve com Aécio, uma parte dessas críticas foram apresentadas de maneira direta. “Faça também essas reuniões [com a elite], mas não só elas. Aí a [colunista da Folha] Mônica Bergamo faz uma matéria dizendo quem estava presente na reunião, que foi servido salgadinho. Isso não dá em nada. Dá para a coluna dela, prestígio. Para o candidato, não dá um voto”.

Estrategista político, Maia diz ver um ruído no ressurgimento do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso na linha de frente da campanha eleitoral dos tucanos. “Eles tinham que ter coragem de fazer uma pesquisa para saber se a impopularidade de Fernando Henrique continua a mesma. Se ele dá voto ou se ele tira. Tem que saber. Para saber se o Aécio tem que ter um mentor guardado, oculto, ou se tem que ter um mentor na linha de frente”.

Estudioso de novos meios de comunicação, Maia reclama da forma como os partidos atuam na internet. “O site do PSDB… O que que traz o site? O que o blog do PSDB agrega? Eu recebo mensagens. Estou no cadastro deles. Eu me mobilizaria em função daquelas informações que eu recebo? Zero, nada”.

Se continuar atuando como fez até agora, Aécio não ganha a eleição? “Ah, não. Não tem maioria”, responde. “Eu tenho 68 anos. Não tenho mais idade de entrar numa eleição achando que algumas coisas estão erradas e ficar calado”.

O ex-prefeito do Rio acha que ainda dá tempo para a oposição se reposicionar. Uma das estratégias defendidas por Maia é aumentar o nível de críticas ao governo de Dilma Rousseff, algo que ele já diz enxergar um pouco nos últimos dias. “O Eduardo Campos acelerou o discurso. Intensificou a marca. Ainda não tenho convicção de que ele tenha fôlego para crescer. Se eu tiver razão –posso não ter, né?–, eu acho que aí favorece Dilma vencer no primeiro turno”.

Um fenômeno que pode prejudicar a oposição neste ano é o desencanto com a política por parte do eleitorado. “Há uma probabilidade de o ‘não voto’ crescer nesta eleição. Chamo de ‘não voto’ o seguinte: abstenção, branco, nulo, não sabe, não respondeu. Há uma probabilidade de esse não voto se aproximar de 40%. Quem perde? A Dilma não perde –tem o voto do Nordeste, do interior, que tem uma máquina grande. Isso pode gerar um primeiro turno. Se essa massa de ‘não voto’ crescer, ela pode ganhar no primeiro turno com 40%”, especula.

Sobre a estratégia tucana de contratar 9.000 militantes digitais, como revelou a coluna “Painel”, da Folha, Maia classifica essa iniciativa de “antirrede social”. Para ele, “essa forçação de agências, de marketing de guerrilha e internet é um fracasso completo”.

O DEM é o principal possível aliado do PSDB na disputa presidencial e esperança dos tucanos de ter um pouco mais de tempo na propaganda de TV e rádio. Embora os demistas tenham ensaiado desistir da aliança no final do ano passado, Maia acha que esse é hoje um cenário remoto.

Neste ano, o PSDB tem considerado lançar uma chapa pura, só com tucanos. Um possível candidato a vice-presidente com Aécio deve ser o senador Aloysio Nunes Ferreira, de São Paulo. “Estão completamente errados”, afirma Maia. Para ele, o nome ideal para a vaga de vice seria o do senador José Agripino (DEM-RN), para dar diversidade geográfica ao projeto.

Na campanha presidencial em São Paulo, o PSDB teria de se fiar na força do próprio partido e de seus quadros. Mas e se José Serra não se engajar na campanha? Responde Maia: “O Serra é um poço de mágoa”. O tucano paulista estaria agora dando “o troco” para Aécio, de quem não teria recebido o apoio na campanha pelo Planalto em 2010.

Para minimizar o fato de o DEM não indicar o candidato a vice-presidente na chapa do PSDB, Maia sugere uma compensação pragmática. Por exemplo, exigir que os tucanos ajudem demistas a se elegerem deputados federais em alguns Estados. A meta do partido é tentar chegar neste ano ao mesmo número de representantes eleitos em 2010 –foram 43, mas agora só restam 26, pois a sigla foi canibalizada por novas legendas.

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DEM, no Rio, mostra ceticismo com Aécio
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Fernando Rodrigues

Cesar Maia dá “nota 5” para o programa tucano na TV

Sem o DEM, candidatura do PSDB torna-se mais difícil

O PSDB recebeu hoje uma crítica forte de um de seus aliados mais tradicionais, o DEM. A seção fluminense do Democratas, comandada pelo ex-prefeito do Rio Cesar Maia, não gostou da propaganda na TV e no rádio do pré-candidato tucano a presidente, o senador mineiro Aécio Neves.

Em seu boletim diário via e-mail, o chamado “ex-Blog”, Cesar Maia escreve que o “programa do PSDB/Aécio na TV não entusiasmou!”(assim mesmo, com uma exclamação no final da frase).

É necessário registrar que Aécio entrou em terreno minado no Rio ao contratar os marqueteiros Renato Pereira e Chico Mendez. A dupla trabalha para o governador fluminense, Sérgio Cabral (PMDB), aliado do governo federal do PT e arquirrival de Cesar Maia.

Para Maia, o programa fica “sem atrair eleitor C, D e E, sem intensificar a imagem/nome de seu candidato e âncora do programa, senador Aécio Neves”.

“Outra falha foi o excesso de tempo em alguns “blocos”. Por exemplo, as artesãs de arranjos florais apresentadas como exemplo de empreendedorismo e culminando com uma ida a Londres (?!). Certamente não falou para o publico D e E”, escreve Maia.

“Nota 5 para o publicitário e menor ainda para a equipe que fez a revisão política do roteiro”, conclui o ex-prefeito Cesar Maia.

A seguir, a íntegra de seu comentário:

“O PROGRAMA DO PSDB/AÉCIO NA TV NÃO ENTUSIASMOU!”

“1. Com novo publicitário, que havia feito as duas últimas eleições do PMDB-RJ-RIO, o PSDB apresentou, na quinta-feira (30), um programa bem feito, mas sem despertar entusiasmo, sem atrair eleitor C, D e E, sem intensificar a imagem/nome de seu candidato e âncora do programa, senador Aécio Neves.

“2. O pior talvez tenha sido a repetição do mesmo roteiro que usou no Rio. Candidato no carro, na janela, mesmo plano, mesma dinâmica e mesmas frases óbvias. Clichê esse, aliás, que vem sendo usado e abusado há anos, o que leva o eleitor/ telespectador a achar que é mesmice.

“3. Outra falha foi o excesso de tempo em alguns “blocos”. Por exemplo, as artesãs de arranjos florais apresentadas como exemplo de empreendedorismo e culminando com uma ida a Londres (?!). Certamente não falou para o publico D e E.  Isso reduz o tempo de exposição do candidato e agrega nada. Melhor seria esse exemplo em área e cenário carente.

“4. Os demais “blocos” trataram, sem pedagogia, da boa herança de FHC, inflação, asfalto, produtor rural, uma artificial sala de aula em BH e os 9 anos de ensino fundamental desde 2004 (que, aliás, a prefeitura do Rio já tem desde 2000).

“5. Duas ausências temáticas são justificadas, embora sejam as duas principais prioridades em pesquisas nacionais: Segurança e Saúde. Justificadas pelos problemas locais que o PSDB enfrenta. Uma não justificada: a questão do emprego, talvez pelos números de ocupação que o IBGE divulga. O emprego precário está “quicando” e não foi usado.

“6. E uma –o carro chefe do ex-governador de Minas, o choque de gestão. Não se entende por que não produziu uma diferenciação fácil com Dilma. Poderia ter sido usada em 2 tempos no discurso de encerramento na convenção com um corte discreto.

“7. Nota 5 para o publicitário e menor ainda para a equipe que fez a revisão política do roteiro”.

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Líder do DEM elogia “eficácia” de Haddad (PT)
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Fernando Rodrigues

César Maia disse que prefeito petista vê educação e saúde como serviços públicos.

O ex-prefeito do Rio e hoje vereador César Maia (DEM) deixou de lado o discurso anti-PT e elogiou de forma inusitada a gestão de Fernando Haddad (PT) na cidade de São Paulo. A análise favorável aos petistas vem em péssimo momento para a oposição, diminuída no Congresso e com dificuldades para encontrar um discurso que aumente seu eleitorado nacional.

Um dos mais destacados analistas políticos da oposição, César Maia escreveu em seu boletim eletrônico de hoje (5.abr.2013) que Haddad mostra, nos 3 primeiros meses de gestão, “alto índice de eficácia” e valorização do interesse público.

O ex-prefeito não é o primeiro expoente do DEM a elogiar uma gestão petista. ACM Neto, logo após eleito prefeito de Salvador em 2012, disse, em entrevista ao UOL e à Folha, que a presidente Dilma Rousseff tem “respeitabilidade” e faz um governo “melhor que o do Lula”.

Mas o discurso de César Maia é mais incisivo. Sob o comando de Haddad, afirmou, “a Educação e a Saúde voltam a ser vistas como públicas” e “a Cultura volta a ser vista como o amplo campo do conhecimento”. Além disso, para ele a Prefeitura de São Paulo estabeleceu “a relação correta entre setor público e setor imobiliário com prevalência e hegemonia da razão pública e do interesse público”.

Maia não fez os elogios de graça. Quis comparar a administração de Haddad, que é seu adversário, com a do prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), que é seu super-mega-adversário. Mesmo assim, sua apreciação favorável ao petista é muito incomum.

O fato merece atenção. Sobretudo porque, há pouquíssimo tempo, em 2011, a oposição perdeu grande parte de seus integrantes para o PSD, de Gilberto Kassab, uma sigla criada com a finalidade de levar oposicionistas para o campo do governo.

Um dos efeitos mais imediatos da deserção em massa foi o encolhimento da bancada de deputados federais do DEM de 43 para 28 integrantes. Outro é o agravamento de uma crise que faz a oposição perder votos a cada eleição. Desde 2003, quando Lula chegou ao poder, a representatividade da oposição no Congresso, por exemplo, diminuiu mais de 50%. E nas eleições presidenciais, uma derrota após a outra.

 

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